terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Rei dos fogos de Copacabana já trabalhou até para Saddam Hussein




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PEDRO SOARES
DO RIO
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Na noite de hoje, o espanhol Mario Igual estará nas areias cariocas, mas irá comemorar a chegada de 2014 pelo menos 57 vezes.
Pelo terceiro ano, ele é o "dono" dos fogos da praia de Copacabana, mas não só dela: seus shows pirotécnicos -já contratados até pelo Iraque no regime de Saddam Hussein- vão fazer brilhar os céus em vários locais espalhados pelo mundo.
De Abu Dhabi (Emirados Árabes) à Ilha de Pascoa, passando por Barcelona.
Foi, aliás, na cidade catalã que o negócio da família nasceu, com seu avô e bisavô há mais 100 anos.
Barcelona também serviu de trampolim para os negócios. Igual foi o responsável por toda a pirotecnia das Olimpíadas de 1992.
"Foi muito importante. Antes, atuávamos mais na Europa". Exportados a diversos países, os artefatos são produzidos até hoje apenas na cidade mediterrânea.
Com a visibilidade dos Jogos, ele abriu uma empresa no Chile, em 1998. "Foi para atender à América do Sul, mas vendemos hoje para o Panamá e os Estados Unidos", conta.
Luciana Whitaker/Folhapress
O espanhol Mario Igual é o responsável pelos shows pirotécnicos de hoje em Copacabana e em mais 56 festas pelo mundo
O espanhol Mario Igual é o responsável pelos shows pirotécnicos de hoje em Copacabana e em mais 56 festas pelo mundo
Um grande filão para seus negócios tem sido o Oriente Médio, conta. Com base nos Emirados Árabes, a empresa vende para países como Catar, Omã e Iraque.
"Até a guerra, a força aérea do Iraque buscava os fogos em Barcelona para os festejos do Dia Nacional."
Em Copacabana, Igual aportou em 2011 graças a uma parceira com a empresária Vivian Pires, que o representa no Brasil. O show é o maior e o mais importante de todos os que faz no Réveillon.
Chegou após as reclamações dos fogos chineses (mais baratos), que dominavam a festa desde 2005 e em alguns anos provocaram muita fumaça, prejudicando a visão do público. Igual diz que a "concorrência chinesa" é muito grande, mas que seu produto é "diferenciado".
O acúmulo de fumaça melhorou nos dois últimos anos, mas ela ainda é notada.
Para 16 minutos de luzes e desenhos no céu previstos para este ano, é necessária uma operação complicada porque os foguetes e bombas são lançados de 11 balsas, distantes 400 metros da orla.
Serão 24 toneladas de fogos e 24 mil bombas. Cinquenta técnicos vão atuar -44 embarcados num contêiner protetor equipado para evitar acidentes.
Em 2001, uma pessoa morreu e e cinquenta se queimaram com os fogos, antes lançados da areia. Desde então, são usadas embarcações.
Ele não revela os custos da festa. O espanhol, porém, terá na conta de sua empresa 4 milhões de euros (R$ 13 milhões de reais) após as festas deste Ano Novo.

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