sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Em meio a diálogo nuclear, Irã diz que retaliará EUA por novas sanções





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SAMY ADGHIRNI
DE TEERÃ
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Um mês após um acordo histórico para tentar pôr fim ao dossiê nuclear iraniano, o governo do Irã disse nesta sexta-feira que cogita retaliar a decisão dos EUA de punir empresas e pessoas de vários países acusadas de fazer negócios com Teerã.
Mas o Irã se absteve de anunciar a ruptura total das negociações diplomáticas em curso, que visam consolidar o pacto provisório firmado com as potências em Genebra.
"Estamos avaliando a situação, e o Irã reagirá à altura às novas sanções impostas contra 19 companhias e indivíduos. Isso vai contra o espírito do acordo de Genebra", disse o negociador e vice-chanceler iraniano, Abbas Araghchi, citado pela agência Fars.
No mês passado, o Irã se comprometeu a frear a expansão de seu programa nuclear, reduzir o grau de pureza do seu urânio enriquecido e permitir monitoramento mais intrusivo dos inspetores nucleares da ONU.
Em contrapartida, as potências negociadoras (EUA, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha) permitiram que Teerã recupere parte de seus ativos congelados em bancos no exterior e anunciaram o alívio de algumas sanções, entre as quais no setor aéreo e na indústria.
As potências também prometerem não impor novas punições ao Irã pelos próximos seis meses, prazo definido para que as partes se testem mutuamente antes de um eventual entendimento definitivo.
Mas o governo americano anunciou na quinta-feira nova rodada de punições contra organizações acusadas de burlar sanções contra o Irã impostas por causa de seu programa nuclear.
Implementadas pelos departamentos de Estado e do Tesouro, as novas medidas são amplamente vistas como uma tentativa da Casa Branca de tentar convencer o Congresso, abertamente hostil ao Irã, a não aplicar novas sanções que visem diretamente os iranianos.
A iniciativa da Casa Branca congelou ativos nos EUA de pessoas e empresas do Panamá, da Ucrânia, de Cingapura e de outros países que são acusadas de fazer negócios com a transportadora estatal de petróleo do Irã. Entidades visadas estão de agora em diante banidas de fazer negócios no mercado americano.
Embora não visem diretamente o Irã, as medidas privam Teerã de importantes parceiros comerciais.
Momentos após o anúncio das punições, uma delegação iraniana que participava em Viena de uma reunião com as potências sobre aspectos técnicos da negociação nuclear abandonou o encontro e voltou às pressas para Teerã.
A União Europeia, que atua como interface das potências nas conversas com o Irã, minimizou o incidente. Mas fontes diplomáticas consultadas pela Reuters atribuíram a saída da comitiva iraniana às novas sanções.
Apesar da tensão gerada pelas novas sanções, ainda não há sinais claros de que Teerã decidiu reverter o atual caminho de reaproximação com o Ocidente, pavimentado pelo presidente Hasan Rowhani, eleito em junho com a promessa de aliviar sanções que devastam a economia.
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