O ucho.info esperou alguns dias para conferir se algum veículo de comunicação noticiaria da maneira adequada o acidente ocorrido com uma aeronave da companhia Azul no aeroporto de Uberlândia, em Minas Gerais. O avião saiu do aeroporto de Viracopos, em Campinas, com destino à importante cidade do Triângulo Mineiro, mas no momento do pouso estava chovendo muito e por pouco uma tragédia não aconteceu.
Os ponteiros do relógio caminhavam para as 8 horas da noite quando o avião da Azul pouso no Aeroporto Tenente Coronel Aviador César Bombonato, mas a forte chuva que caía sobre a cidade fez com que a aeronave derrapasse na pista e acabasse atolada. O Embraer 195 da Azul, que operava o voo AD 6913, levava a bordo 90 passageiros e a tripulação, mas ninguém ficou ferido. A direção do aeroporto acionou o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), em Brasília, para apurar o caso.
Após a forte chuva registrada no início da noite do último sábado (14), a Defesa Civil de Uberlândia recomendou à população para que evitasse alguns pontos críticos da cidade, que são conhecidos por conta dos alagamentos.
O governo não dispensa a devida atenção aos aeroportos do País, mas diante de qualquer tragédia no setor as autoridades são céleres ao buscar um bode expiatório, até porque os atuais donos do poder, além de incompetentes, são intocáveis. A tragédia ocorrida no Aeroporto de Congonhas, em 2007, só não se repetiu em Uberlândia, respeitando as devidas proporções, porque, como garante a sabedoria popular, Deus é brasileiro.
Se o que aconteceu em Uberlândia tivesse ocorrido em Congonhas, por certo o resultado seria trágico, pois é voz corrente entre os pilotos que em qualquer pouso no aeroporto paulistano o avião escorrega mais ou menos, mas sempre escorrega.
À imprensa parece interessar apenas tragédias. Alertar a população para a inoperância do governo, não sem antes apontar o indicador na direção das autoridades responsáveis, deve ser crime inafiançável. Acontece que se um acidente grave tivesse ocorrido no aeroporto de Uberlândia, o governo não teria pilotos mortos para responsabilizar ou até mesmo uma Denise Abreu para colocar no patíbulo da culpa.
O PT instalou-se no Palácio do Planalto em janeiro de 2003 e desde então vem brincando de governar, como se o Brasil fosse um dos muitos botecos mequetrefes que os companheiros frequentaram no passado.
A postura da imprensa foi idêntica por ocasião do anúncio das medidas adotadas pelo governo do então presidente Lula para incentivar a economia. A mídia amestrada ficou ensandecida com o pacote anunciado, enquanto o ucho.infocriticava o plano palaciano, que entre tantas mazelas inviabilizaria o trânsito nas grandes cidades brasileiras com o aumento repentino e não planejado da frota de automóveis. Passados cinco anos, essa mesma parcela da imprensa, obediente ou preguiçosa, critica o caos que se instalou no sistema viário de muitas metrópoles do País.
Agora é tarde e de nada adianta reclamar de algo que poderia ter sido evitado se a imprensa tivesse cumprido o seu papel. Não se pode descartar a possibilidade de um novo acidente aéreo de grandes proporções ocorrer no Brasil, pois o governo encara as questões aeroportuárias com a mesma seriedade que dispensa aos casos de corrupção envolvendo petistas. E mais uma vez pouco adiantará chorar sobre a tragédia.
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