Segundo Comitê Nacional Antiterrorista, uma mulher é a principal suspeita de autoria da explosão
29 de dezembro de 2013 | 8h 34
Efe - Texto atualizado às 19h30
MOSCOU - Pelo menos 16 pessoas morreram neste domingo em um atentado a bomba ocorrido em uma estação de trem da cidade russa de Volgogrado, antiga Stalingrado, informaram as autoridades locais, o que lançou uma séria advertência ao Kremlin a seis semanas dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi.
Nikita Baryshev/AP
Mulher detonou a bomba logo após alerta do detector de metais
Duas vítimas morreram horas depois da explosão no hospital, que ainda deixou mais de 40 feridos, nove deles em estado grave. Eles faziam fila na porta do edifício da estação da antiga Stalingrado.
A explosão aconteceu em torno de 12h45 (local, 06h45 em Brasília) depois de uma terrorista chamar a atenção da polícia ao passar pelo detector de metais instalado na entrada da estação Volgogrado-1.
"Soou o sinal de alarme (do detector). Um policial a levou para um canto para revistá-la pessoalmente. Nesse momento, explodiu a bomba", informou uma fonte policial à agência "Interfax".
A terrorista detonou a bomba antes de entrar no edifício propriamente dito, explicou Vladimir Markin, porta-voz do Comitê de Instrução (CI) da Rússia.
Segundo o CI, a equipe de segurança instalada desde o atentado suicida contra o aeroporto de Domodedovo, em Moscou, em janeiro de 2011 que deixou 36 mortos impediu que a terrorista chegasse à sala central, evitando que o número de mortos fosse ainda maior.
A bomba tinha uma potência equivalente a 10 quilos de TNT e, segundo as forças de segurança, se o terrorista tivesse entrado na estação poderia ter causado uma carnificina.
A estação, que fica em frente à histórica praça onde aconteceram alguns dos mais sangrentos combates da Segunda Guerra Mundial, recebia um grande número de viajantes devido ao atraso de três trens e às festas de fim de ano.
O presidente russo, Vladimir Putin, mão firme com terroristas, encarregou as forças de segurança da captura dos organizadores do atentado e enviou aviões para a transferência dos feridos mais graves para Moscou.
Desde o princípio se informou que se tratava de uma terrorista suicida, uma "viúva negra", esposa ou namorada de um guerrilheiro morto, o cartão de visita da guerrilha islamita durante os últimos anos.
Tudo aponta que a terrorista pertencia à guerrilha islamita do Cáucaso Norte, que teria decidido atacar de novo Volgogrado por se tratar de um importante centro nacional de transporte, segundo os especialistas.
As autoridades russas temiam um aumento da atividade terrorista e guerrilheira à medida em que se aproxima a inauguração em 7 de fevereiro dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi (no Mar Negro).
Há uns meses o líder da guerrilha caucásia, o checheno Doku Umarov, ameaçou abortar os Jogos de Inverno, que tachou de "bailes satânicos sobre os ossos de nossos antepassados".
"Como mujahedins estamos obrigados a impedi-lo por qualquer meio permitido por Alá", afirmou em um vídeo o guerrilheiro, que já foi dado como morto várias vezes.
Por esse motivo e após o sério aviso recebido em abril com o atentado feito por dois irmãos chechenos durante a maratona de Boston, Putin endureceu as leis contra terroristas e suas famílias.
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