terça-feira, 17 de dezembro de 2013

"Torpedo" pode esclarecer tráfico de drogas envolvendo helicóptero de deputado




De acordo com o advogado do deputado Gustavo Perrella, o frete de 443 quilos de cocaína em um helicóptero da empresa do parlamentar foi feita de "forma irresponsável" pelo piloto, sem o conhecimento de Perrella

Publicação: 27/11/2013 09:19 Atualização: 27/11/2013 13:21

O advogado do deputado estadual Gustavo Perrella (Solidariedade/SDD), Antônio Carlos de Almeida Castro, disse na manhã desta quarta-feira que aguarda para o mais breve possível a carta precatória prometida, nessa terça-feira, pelo delegado da Superintendência da Polícia Federal em Vitória (ES) Leonardo Damasceno para esclarecer “essa história que é extremamente simples e que está tomando dimensões desnecessárias".

“Assim que a carta (precatória) chegar a BH, irei me adiantar e levar meu cliente para depor”, garantiu. No domingo, o piloto Rogério Almeida Antunes foi preso com outras três pessoas, no domingo (24) em Afonso Cláudio, interior do Espírito Santo, em um helicóptero carregado com 443 quilos de cocaína. A aeronave é de propriedade da Limeira Agropecuária Ltda, empresa que Perrella divide a participação societária com a irmã Carolina Perrella Amaral e o primo André Almeida Costa.

Na manhã desta quarta-feira, nas sedes da Polícia Federal, em Vitória e em Belo Horizonte, não havia informação sobre quando essa carta precatória será encaminhada para que os três sócios da Limeira Agopecuária possam ser ouvidos na capital. 

Torpedo

Para o advogado, um “torpedo” poderá servir de prova para retirar de Perrella a suspeita de envolvimento no tráfico da droga apreendida em operação da Polícia Militar e da Polícia Federal. Segundo o advogado, Antunes teria enviado ao deputado um “torpedo” via celular informando que faria um frete naquele domingo. 

“Ele era um funcionário de confiança do deputado, óbvio, e trabalhava com ele há quase um ano e já tinha feito dois ou três outros fretes, levando pessoas, e o deputado disse ok quando comunicadona sexta-feira”, garantiu o advogado, acrescentado que o parlamentar não esperava, no entanto, que “irresponsavelmente, ele (o piloto) estaria carregando cocaína”. Em depoimento à Polícia Militar, no dia daprisão em flagrante, o piloto disse que quem teria tratado o frete foi o co-piolto e que ambos ganhariam R$ 60 mil e, além disso, tinha o costume de fazer fretes na aeronave apreendida e que não tinha conhecimento da carga que carregava.

Também de acordo com o advogado, os dois ou três voos que o piloto teria realizado, na aeronave da Limeira Agropecuária, para levar terceiros foram para “pagamento da manutenção do helicóptero. De acordo com o advogado de Perrella, esse tipo de expediente é comum entre proprietários de aeronaves para reduzir custos.

Exoneração

Nesta quarta-feira, no Diário Oficial Minas Gerais, na parte reservada ao Legislativo, saiu publicada a exoneração do piloto do cargo de agente de serviço de gabinete da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), medida retroativa a segunda-feira (25). Antunes foi nomeado para o cargo a pedido do deputado Gustavo Perrella, dentro da cota reservada aos presidentes de comissões da Casa. Perrella preside a Comissão de Turismo, Indústria e Comércio. De acordo com 3º secretário da ALMG, deputado Alencar da Silveira Júnior (PDT), onde o piloto estava lotado, Antunesse limitava a "prestar serviço para o deputado".

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