quinta-feira, 15 de agosto de 2013

BC atua, mas dólar fecha acima de R$ 2,34 por EUA


Cotação supera R$ 2,35 na sessão e encerra a R$ 2,343 - maior patamar de fechamento desde 11 de março de 2009, quando atingiu R$ 2,35

15 de agosto de 2013 | 17h 25


Fabrício de Castro, da Agência Estado
SÃO PAULO - O Banco Central (BC) tentou sem êxito segurar o avanço do dólar nesta quinta-feira por meio de um leilão de swap cambial, que equivale à venda de divisas no mercado futuro. A operação, anunciada na noite passada, coincidiu com a divulgação de dados favoráveis sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos. Com isso, os investidores deixaram em segundo plano o swap do BC brasileiro e foram em busca de dólares. No pico da sessão, a cotação superou R$ 2,35, para depois encerrar a R$ 2,343, em alta de 0,86% no balcão. É maior patamar de fechamento desde 11 de março de 2009, quando atingiu R$ 2,35.
Na mínima, antes do leilão de swap, o dólar marcou R$ 2,3130 (-0,43%). Na máxima, às 11h11, atingiu R$ 2,3510 (+1,21%). Perto das 16h30, a clearing de câmbio da BM&F registrava giro financeiro de US$ 1,035 bilhão. O dólar pronto na BM&F avançou 0,95%, a R$ 2,3420, com 20 negócios. No mercado futuro, o dólar para setembro era cotado a R$ 2,3515, com ganho de 0,77%.
Na véspera, o BC anunciou para as 9h30 deste pregão um leilão de até 40 mil contratos de swap cambial com vencimentos em 2/12/2013 e 1/4/2014. Nesta manhã, o Departamento do Trabalho dos EUA informou que o número de trabalhadores que entraram pela primeira vez com pedido de auxílio-desemprego caiu 15 mil, para 320 mil, na semana até 10 de agosto. O mercado esperava recuo para 335 mil.
Como os dados dos EUA saíram com o swap em andamento no Brasil, o leilão do BC acabou passando em branco no sentido de segurar as cotações - embora a autoridade monetária tenha sido bem-sucedida na oferta. O BC vendeu todos os 40 mil contratos.
"O leilão de swap acabou não fazendo preço, porque coincidiu com a divulgação dos dados dos EUA. Então, o dólar virou lá fora e aqui", comentou João Paulo de Gracia Corrêa, gerente de câmbio da Correparti Corretora. "A diferença é que algumas moedas de países emergentes se valorizaram, enquanto o real não acompanhou", afirmou.
Para um profissional da mesa de câmbio de um banco, o descolamento do dólar no Brasil à tarde, quando a moeda norte-americana subia aqui e recuava lá fora, deve-se à situação do País. "Nossa moeda (o real) tem sido mais flexível a qualquer sinalização de que o Federal Reserve está perto de reduzir seus estímulos. E por conta da situação do País, com inflação alta e baixo crescimento, acaba não acompanhando tanto o que ocorre lá fora."

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