NA VENEZUELA O CHAVEZISMO TRATA DA ELIMINAR A OPOSIÇÃO PARA IMPLANTAR A DITADURA DO PARTIDO ÚNICO.
:: Antonio Maria Delgado - adelgado@elnuevoherald.com
Tradução de FRANCISCO VIANNA
Quarta feira, 14 de agosto de 2013
No que é visto como o
preâmbulo de “uma noite de facas longas”, os deputados chavezistas
acusaram, na terça feira de ontem, o líder da oposição venezuelana
Henrique Capriles e seu partido, de corrupção e convocaram a criação uma
CPI para investigar os manejos financeiros de seus mais próximos
colaboradores. A medida é considerada amplamente na opinião pública do
país como uma retomada dos esforços do regime socialista de Nicolás
Maduro de desativar a liderança de Capriles, cuja popularidade supera a
do atual líder chavezista.
“Estão construindo,
aqui, a hipótese da noite das facas longas”, disse o assessor político
de Capriles, Edgar Gutiérrez, numa referência ao repentino expurgo
levado acabo por Adolf Hitler em meados de 1934 para eliminar de um só
golpe seus inimigos políticos e aliados incômodos. “Aqui se está a jogar
progressiva e sistematicamente, não só uma cartada para asfixiar a
oposição, como também para eliminar pela raiz as lideranças claras de
oposição ao regime, o que significa uma ameaça no curto, no médio, e no
longo prazo para o governo”, acrescentou Gutiérrez num programa
transmitido pelo canal de notícias GLOBOVISIÓN.
Segundo as últimas
enquetes, a popularidade de Capriles supera a de Maduro e o derrotaria
em qualquer eleição daqui para frente, que não fosse fraudada...
O socialismo
chavezista lançou essa acusação vazia contra Henrique Capriles e os
principais líderes do seu partido, “Primero Justicia”, numa sessão da
Assembleia Nacional amplamente esperada pela população venezuelana,
assim que o presidente do Congresso, Diosdado Cabello, anunciou em sua
conta do Twitter que a discussão teria grandes repercussões. “Vou falar
das finanças da máfia amarela”, disse o deputado governista Andrés Eloy
Méndez no plenário em referência à cor que caracteriza o partido de
Capriles.
“O partido ‘Primero
Justicia’ nasceu da corrupção. Mas, além disso, do exercício da política
na Venezuela com condutas inescrutáveis do ponto de vista da moral”,
disse Méndez, assegurando que militantes da faixa amarela, recebem
“dinheiro sem justificação em suas contas”. Méndez acusou o partido
opositor “de gastar milhões de dólares de procedência criminosa em
festas e apresentou faturas que demonstram a culpa de Óscar López
Colina, um dos mais próximos colaboradores de Capriles”.
O “senhor perdedor
fascista, governador ausente do Estado de Miranda [Capriles], confessou
que tinha escondido Óscar López Colina […] como não o vai ter escondido
se sabe todos os segredos dele, se é parte de uma rede de perversão e
prostituição, droga, corrupção, vicio, e o país tem que saber disso”,
declarou o deputado Méndez.
Capriles já havia
denunciado previamente que o regime viria com todas as armas,
principalmente a da mentira e da calúnia, contra ele, por haver
publicamente impugnado as eleições presidenciais de abril, nas quais um
Conselho Nacional Eleitoral (CNE), amplamente subjugado pelo chavezismo e
completamente parcial, declarou Maduro vencedor por uma margem inferior
a 1,5 pontos porcentuais, negando-se a permitir uma recontagem dos
votos e uma auditoria internacional do pleito.
Capriles,
atualmente, enfrenta outras acusações, incluindo a de que ele tenha
provocado as mortes que se registraram nos dias que se seguiram à
eleição e que “vilipendiou” o CNE ao impugnar as eleições e “lançar
dúvidas sobre a lisura da eleição”.
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