DE SÃO PAULO
O soldado americano Bradley Manning, informante do site WikiLeaks, disse em carta divulgada na televisão americana que quer viver como mulher e ser chamado de Chelsea. Na quarta (14), ele foi condenado a 35 anos de prisão por ter vazado milhares de documentos do governo americano.
Manning foi considerado culpado em julho por ter roubado cerca de 750 mil documentos confidenciais e vídeos do Departamento de Estado e das Forças Armadas, com detalhes das ações da diplomacia americana e das operações nas guerras do Iraque e do Afeganistão.
Kevin Lamarque/Reuters | ||
Condenado a 35 anos de prisão, Bradley Manning diz em carta que quer fazer tratamento para mudar de sexo |
O comunicado foi lido na manhã desta quinta-feira pelo advogado de defesa do militar, David Coombs, no programa "Today", da emissora americana NBC. Na carta, o militar afirma que pretende começar uma terapia hormonal para mudar de sexo.
"Como uma transição para essa nova fase da minha vida, eu gostaria que todos conhecessem meu verdadeiro eu. Eu sou Chelsea Manning, uma mulher. Considerando a forma que eu me sinto desde a infância, gostaria de começar um tratamento hormonal o mais rápido possível e quero que vocês se refiram a mim pelo meu nome feminino", disse, no comunicado lido por seu advogado.
A defesa do jovem soldado, que é gay, usou como uma das justificativas para a diminuição da pena no caso do vazamento ao WikiLeaks o fato de que ele sofria de transtorno de identidade de gênero, de ser uma mulher no corpo de um homem.
Dentre as provas, estava uma foto em que Manning aparece com uma peruca e batom, que foi enviada a um terapeuta. Os defensores afirmavam que o dano psicológico causado pelo transtorno seria um dos motivos que levaram o soldado a revelar informações sigilosas do governo americano.
Reuters | ||
Foto do soldado Bradley Manning vestido de mulher; defesa diz que imagem do delator do WikiLeaks foi entregue a terapeuta |
Coombs ainda disse esperar que o jovem seja perdoado pelo crime após recurso à Justiça militar ou em um pedido de clemência ao presidente Barack Obama, que será entregue ao Departamento de Justiça.
Além da prisão, Manning foi exonerado das Forças Armadas por desonra. Ele deverá cumprir pena na prisão militar especial de Fort Leavenworth, no Estado do Kansas. A defesa afirma que o soldado pode ser perdoado em sete anos.
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