Publicado em 15.08.2013, às 18h31
Categorias defendem melhores salários e condições de trabalho
Foto: Fábio Jardelino / NE10
Do NE10ATUALIZADA ÀS 21H15
Após passeata pela Avenida Agamenon Magalhães na tarde desta quinta (15), representantes dos policiais militares e civis, bombeiros e agentes penitenciários de Pernambuco entraram no Centro de Convenções, sede provisória do Governo, onde foram recebidos pelo secretário executivo da Casa Civil, Marcelo Canuto. Após duas horas de reunião, o governo do Estado prometeu analisar todas as propostas da categoria.
A comissão formada pelos categorias contou com presidentes do Sinpol, Cláudio Marinho, do Sindicato dos Agentes Penitenciários de Pernambuco, Nivaldo de Oliveira, e da Associação de Cabos e Soldados do Estado, Renilson Bezerra. O trio entregou uma pauta de reivindicações conjuntas e individuais. Entre diversos pedidos, as categorias reclamam melhores condições de trabalho e reajuste de salários.
Grupos seguiram por diversas vias do Recife até se encontrar na Agamenon Magalhães e parar no Centro de Convenções (Fotos: Fábio Jardelino e Mariana Dantas / NE10)
O presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Simpol), Cláudio Marinho, afirmou que, caso o Governo do Estado não coloque na previsão orçamentária de 2014 a reserva destinada às reivindicações, como equiparações de gratificações, a categoria vai mudar os rumos do movimento. O Governo tem até o dia 31 de agosto para enviar à Assembleia de Pernambuco (Alepe) a proposta de lei orçamentária do próximo ano e pode apresentar emendas até outubro.
"Esse foi apenas o primeiro ato. O que apresentamos hoje, o governo já tinha recebido. Nós exigimos que seja destinada uma reserva financeira para as nossas solicitações", disse Cláudio Marinho. Um novo ato está programado para o dia 31 de agosto, em frente à Alepe. Cerca de mil manifestantes ligados a várias associações participaram do protesto das quatro categorias na tarde desta quinta.
Após o fim da reunião, o secretário Marcelo Canuto esclareceu que o diálogo realizado com os policias e agentes penitenciários é permanente e as negociações com as categorias estão em andamento. "A Lei Orçamentária de 2014 já traz o reajuste salarial desses profissionais, firmado em acordo de progressão desde 2011. Sobre os outros pontos da pauta, vamos analisar", afirmou o secretário, sem garantir que iria atender a todas as reivindicações das categorias.
Canuto disse ainda que em relação à PEC 300, que propõe a criação de um piso nacional, Canuto disse que o Governo do Estado não é contra, mas precisa acompanhar a votação e os desdobramentos no Brasil para tomar alguma decisão. O secretário também fez questão de destacar os investimentos em segurança realizado pela gestão, como a contratação de 12.788 policiais e agentes, sendo 8.030 militares, 2.911 civis, 1.571 bombeiros e 700 agentes penitenciários. "Também reformamos 60 delegacias da Região Metropolitana do Recife".
Além do secretário Marcelo Canuto, também participam da reunião o deputado federal Paulo Rubem (PDT-PE) e os deputados estaduais Eriberto Medeiros (PTC) Sérgio Leite (PT), além do Secretário Executivo de Pessoal e Relações Institucionais da Secretaria de Administração do Estado de PE, Bruno Ferraz.
Além do secretário Marcelo Canuto, também participam da reunião o deputado federal Paulo Rubem (PDT-PE) e os deputados estaduais Eriberto Medeiros (PTC) Sérgio Leite (PT), além do Secretário Executivo de Pessoal e Relações Institucionais da Secretaria de Administração do Estado de PE, Bruno Ferraz.
MOBILIZAÇÃO - Os policiais militares e civis, bombeiros e agentes penitenciários ligados a várias associações de Pernambuco se uniram na tarde de hoje para protestar por melhores salários e condições de trabalho. Cerca de 500 bombeiros e militares partiram do bairro do Derby, área central do Recife. O grupo seguiu pela Agamenon, no sentido Recife-Olinda, até a altura da ponte Presidente Médici, mais conhecida como o viaduto da Avenida Norte, onde se encontraram com os policiais civis e agentes penitenciários.
Em entrevista à imprensa, Cláudio Marinho afirmou que os trabalhadores da segurança pública do Estado querem mais valorização da categoria. "Nós que estamos fazendo o Pacto da Vida acontecer". Ainda segundo o presidente do sindicato dos policiais civis de Pernambuco, todas as categorias estão insatisfeitas com o tratamento do Governo. "Não queremos mais gratificações e sim uma revisão salarial". [Confira entrevista]:
No outro ponto de concentração, na sede do Sinpol, policiais civis se encontraram com os agentes penitenciários, que se reuniram no começo desta tarde no Parque 13 de Maio, em Santo Amaro. Os policiais partiram em passeata pela Rua Frei Casimiro, onde está localizado o Sinpol, passando pela Rua Treze de Maio, em direção à Avenida Norte, no sentido subúrbio. Da Avenida Norte, o grupo seguiu até o encontro dos policiais militares e bombeiros na Agamenon Magalhães.
Segundo diretor jurídico da ASSP-PE, Marcos Galindo, Pernambuco tem o sexto pior salário do Brasil para policiais militares e bombeiros (Foto: Mariana Dantas / NE10)
A principal reivindicação dos militares e bombeiros é pela aprovação da PEC 300, um projeto de emenda constitucional que equiparar o salário dos trabalhadores da área de segurança no País. "Esta é uma campanha nacional que luta pela unificação do nosso piso. Pernambuco tem o sexto pior salário do Brasil", ressaltou o diretor jurídico da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares em Pernambuco (ASSP-PE), Marcos Galindo.
Ainda segundo Galindo, a categoria reclama maior valorização do Governo. Muitos afirmam que querem salários e não gratificações, já que a gratificação não é incorporada à remuneração mensal, e pode ser extinta a qualquer momento.
O policial reformado Manoel Gomes, 62 anos, serviu na PM durante 32 anos. "Estou aqui para apoiar os meus colegas da ativa e reivindicar melhores salários para os aposentados. Há dois não recebemos nenhum aumento. Também não temos gratificações", disse.
Já um outro policial militar, que preferiu não se identificar, ressaltou, entre várias queixas, a falta de promoções, de reconhecimento na corporação e assédio moral. "Além da falta de efetivo e salários defasados, nós policiais também sofremos com assédio moral dentro da corporação, que parte dos superiores. Passamos por humilhações que ferem a nossa dignidade", afirmou o sargento, com nove anos de serviço na PM.
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