quarta-feira, 15 de maio de 2013

Venezuela precisa comprar 50 mi de rolos de papel higiênico para evitar escassez



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DE SÃO PAULO
O governo da Venezuela aprovou na terça-feira a compra de 50 milhões de rolos de papel higiênico para reabastecer o país ante à falta do produto nos supermercados. O governo diz que a compra se deve "a compras nervosas desnecessárias" causadas pelo ambiente político do país.
Além do papel higiênico, diversos alimentos e insumos começaram a ficar em falta nos supermercados após a morte do ex-presidente Hugo Chávez, em março. O governo culpa as empresas pelo baixo fornecimento dos produtos, a maior parte deles com preços congelados.
O anúncio foi feito pelo ministro da Indústria, Ricardo Menéndez, após reunião com Alejandro Fleming, titular do ministério do Comércio. Fleming disse que a primeira remessa, de 20 milhões de unidades, será distribuída a partir de sexta (17).
Mesmo com a compra do produto importado, Fleming negou que o país enfrente deficiência na produção. Sem citar fontes, ele disse que o consumo mensal de papel higiênico no país é de 125 milhões de rolos mensais, mas que o suposto excesso de demanda teria aumentado essa quantidade em 40 milhões.
O ministro diz que os 50 milhões são suficientes para lidar com o desabastecimento que, para ele, é causado por "campanha midiática que promove uma excessiva demanda" por papel higiênico.
"Só vamos injetar maior quantidade no mercado para acalmar o nervosismo. Vamos trazer 50 milhões para demonstrar a esses grupos que não poderão nos derrubar".
Por sua vez, Ricardo Menéndez anunciou que instalará novas máquinas para aumentar a capacidade de produção da fábrica Papeles Venezolanos, que foi expropriada pelo Estado. "Temos que nos tornar menos dependentes das importações e produzir em território nacional".
DESABASTECIMENTO
A escassez de produtos básicos é atribuída pelo presidente Nicolás Maduro aos empresários que, segundo ele, estão aliados à oposição para desabastecer o país e gerar insatisfação popular. Para os chavistas, a situação criaria um golpe militar para derrubar o governo.
Desde o terceiro mandato de Chávez, em 2006, o país congelou preços e limitou a oferta de diversos produtos para tentar controlar a inflação, que é de cerca de 30%. A variação de preços e fornecimento manteve o índice em níveis elevados nos últimos anos.
Na segunda (13), o governo aprovou medidas para aumentar a produção de alimentos, em setores como os hortifrutigranjeiros, açúcar e óleo de girassol. Ao mesmo tempo, aprovou um aumento de 20% para laticínios e carnes de frango e boi.

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