sexta-feira, 24 de maio de 2013

Acusado de estupro na Uerj foi linchado por estudantes



Universidade informa, em nota, que jovem foi afastado das aulas e poderá ser expulso, se a polícia comprovar autoria do crime

Pâmela Oliveira, do Rio de Janeiro
Estuprador do ônibus: informações sobre o criminoso devem ser passadas ao Disque-Denúncia, pelo telefone (21) 2253-1177
Estuprador do ônibus: informações sobre o criminoso devem ser passadas ao Disque-Denúncia, pelo telefone (21) 2253-1177 - Divulgação/Polícia Civil
O aluno da Uerj acusado de ter estuprado uma universitária no estacionamento do campusda universidade, na noite do dia 11 de maio, foi linchado por outros estudantes após o crime, segundo o reitor Ricardo Vieiralves. O estupro e o linchamento aconteceram durante uma festa de recepção de calouros, no campus do Maracanã - o principal da universidade. Segundo testemunhas, a vítima se envolveu com o agressor durante a comemoração e, depois, ficou com uma moça, o que teria motivado a ira do estudante. 
De acordo com os relatos, depois de ter visto a jovem com outra mulher, o agressor seguiu a vítima e a estuprou no estacionamento da universidade. No momento da violação, ele teria dito que a jovem "aprenderia a gostar de homem".  Em nota divulgada na manhã desta sexta-feira, a Reitoria da Universidade informou a decisão de “suspender o estudante acusado do estupro até a apuração do fato”.  Se comprovada a autoria do crime, ele  "será desligado sumariamente da universidade”, diz uma nota emitida pela Uerj.
A universidade instaurou uma sindicância para apurar os dois crimes. Uma comissão formada exclusivamente por mulheres terá que apresentar uma conclusão em 30 dias.
Na esfera criminal, o estupro está sendo investigado pela 18º DP (Praça da Bandeira), que ouviu testemunhas e pretende chamar a vítima e o acusado de  ter praticado o estupro para prestarem depoimento. O delegado Fábio Barucke não quis comentar o caso, mas informou que solicitou  imagens das câmeras de segurança do campus, do estacionamento e de áreas próximas para tentar identificar o criminoso.
Com a notícia do estupro e do linchamento, a universidade proibiu a realização de festas no campus, assim como a do uso de bebidas alcoólicas. Em nota, Ricardo Vieiralves afirma que a “Uerj manifesta sua profunda tristeza e pesar” pelos “atos de barbárie cometidos por estudantes da Uerj”. E concluiu, afirmando que  “atos de violência contra mulheres, linchamentos, racismo e homofobia não são toleráveis nem podem ter qualquer espécie de complacência ou de justificativa”. 
O caso é o mais recente de uma sequência de crimes sexuais que tem assustado os cariocas. Entre os estupros ocorridos no Rio, está o da estudante americana violentada oito vezes dentro de uma van, por três homens, no dia 30 de março. No dia 17 de abril, uma garota de 14 anos foi estuprada no Leblon, na Zona Sul, no fim da tarde. Em 3 de maio, uma mulher foi estuprada dentro de um ônibus que atravessava a avenida Brasil, uma das principais vias expressas do Rio de Janeiro. A mulher foi estuprada, diante dos demais passageiros, com uma arma dentro de sua boca.

Os crimes de estupro que chocaram o Brasil

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Maníaco do Parque

Francisco de Assis Pereira, conhecido como o Maníaco do Parque, matou sete mulheres por estrangulamento depois de estuprá-las, em 1998, em São Paulo. Em nove meses cometendo crimes, o Maníaco do Parque se transformou no serial killer de maior fama do Brasil. Muitas vezes ele usou como chamariz a proposta de fotografar ensaios de mulheres para levá-las à mata do Parque do Estado de São Paulo. Quando conseguia, espancava e estuprava a vítima e, em seguida, estrangulava até a morte. Após um interrogatório de três dias, o Maníaco do Parque confessou ter matado dez mulheres.

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