domingo, 12 de maio de 2013

Depoimento de Brilhante Ustra à Comissão da Verdade serviu para nada e não trouxe novidade


(Foto: Sérgio Lima - Folhapress)
Tudo igual – Nada de novo foi revelado durante o depoimento do coronel da reserva Carlos Alberto Brilhante Ustra à Comissão da Verdade, que foi instalada pelo governo do PT para ser um colegiado do revanchismo, pois a tese de que a história precisa ser passada a limpo torna-se bravata quando apenas parte dos fatos será analisada. Brilhante Ustra, que tinha em mãos um habeas corpus que lhe dava o direito de permanecer calado, disse que a presidente Dilma Rousseff integrava organizações terroristas. Como se fosse uma sonora mentira, a imprensa, em especial a porção amestrada e bem remunerada, cobrou da assessoria presidencial uma manifestação por parte da mandatária. Se a Comissão é da Verdade, mesmo esta sendo meia, não há razão para desmentir a história. Dilma atuou como terrorista durante a ditadura militar e sempre se vangloriou disso.
No que se refere à atuação dos militares depois do golpe de 64, os mesmos lutaram parta impedir a instalação de uma ditadura comunista no País. O que já foi confirmado por diversos integrantes dos grupos que lutaram contra o regime militar. Ou seja, também não existiu novidade alguma na declaração de Ustra.
Em relação ao vereador Gilberto Natalini (PV-SP), que participou da audiência da comissão da Verdade, ao coronel Brilhante Ustra cabe o direito de se recusar a participar de qualquer acareação, uma vez que o ex-chefe do DOI-Codi já responde na Justiça aos crimes em que é acusado de participação, além de ter sido contemplado pela Lei da Anistia, que também beneficiou os integrantes da esquerda brasileira.
Não se trata de defender um lado em detrimento do outro, mas de cobrar isonomia na condução dos trabalhos da Comissão da Verdade, que, ao que tudo indica, servirá apenas e tão somente para transformar os comunistas em heróis, dando-lhes combustível extra para o que fracassou em 64 agora aconteça com êxito nos dias atuais. A atuação de Claudio Fonteles, ex-procurador da República, é no mínimo questionável, pois já ficou claro que seu papel na Comissão é o de apontar o indicador na direção daqueles que são considerados culpados.
Se o trabalho da Comissão da Verdade é passar a história a limpo, que alguém explique o que é lambança tendenciosa. Elucidemos a verdade, sim, mas sem proteger um lado da história apenas porque os atuais donos do poder tentam repetir o projeto obtuso do passado. Nessa epopeia não há coitadinhos, diga-se de passagem.
Lembramos, com o intuído de evitar qualquer manifestação contrária precipitada, que o ucho.info não tem procuração para defender os militares ou os integrantes da esquerda. Na verdade, se fosse para tomar partido, o nosso caminho seria contra os militares, pois o editor do ucho.info e seu pai foram perseguidos durante a ditadura, com direito a ações truculentas do DOI-Codi e sessões de tortura. Ademais, o pai do editor recebeu em seu escritório, três dias antes de ser assassinado, agentes do extinto Serviço Nacional de Informações, o então temido SNI.

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