Gaievski costumava ir à rádio da cidade todas as manhãs, lia trechos da Bíblia, invocava a proteção de Deus e da Virgem Maria. Não era incomum que no mesmo dia em que dava essas demonstrações de fervorosa religiosidade se dedicasse a cometer os mais pavorosos pecados. Entre eles o estupro violento de meninas de 12 anos.
M.V., uma testemunha do Ministério Público, presenciou as oscilações desse comportamento extremo. Em uma manhã de 2011, bem cedo, ouviu o prefeito Eduardo Gaievski fazer uma pregação religiosa na rádio invocando Deus e a Virgem Maria. À tarde, foi à prefeitura pedir o emprego de faxineira, quando de viu diante do verdadeiro Gaievski.
O prefeito, que conhecia a humilde mulher e sua família, aceitou empregá-la. “Dou o emprego, e comigo não tem essa frescura de concurso público, mas você vai ter de retribuir. Sua filha vai ter de ser muito boazinha comigo”. Ele queria ser o primeiro a ter relações sexuais com a filha da mulher, F.V., de apenas 13 anos. Desempregada, com muitas contas a pagar, M.V. entrou em desespero e cedeu.
A vida da filha, a menina F.V., era virgem e passou, nas mãos de Gaievski, por um verdadeiro inferno de abusos. Depois do estupro, o prefeito passou a levá-la a motéis e a obrigava a participar de sessões de sexo com outras meninas menores. Em certa ocasião, disse que ela deveria “fazer outras coisas”, numa referência a sexo anal. A menor se recusou, Gaievski ficou furioso, espancou a menina e a atirou no chão. A mãe foi buscá-la no motel e as duas, com medo do que o poderoso político poderia fazer, fugiram para Mafra, cidade de Santa Catarina, onde foram morar com parentes.
No áudio postado no YouTube que está sendo periciado pelo Ministério Público do Paraná, e cuja autenticidade é atestada por todos que conhecem Gaievski, um homem identificado como o petista pedófilo relata um estupro. As circunstâncias são bastante parecidas com a descrição feita às autoridades relatando o estupro cometido contra F.V.
Em janeiro de 2013, Gaievski foi levado por Gleisi Hoffmann para ser o homem forte da Casa Civil. Entre outras atividades, passou a comandar os programas federais dedicados a jovens e adolescentes, como combate ao crack e construção de creches. Em 23 de agosto foi decretada a prisão de Gaievski pela prática 40 crimes sexuais, entre eles 26 estupros de menores (17 contra “vulneráveis”, menores de 14 anos).
Na cadeia o pedófilo não se intimidou e passou a dar orientações a seu advogado, Rafael Seben, para que intimidasse testemunhas. Usando comunicação ilegal a partir do cárcere, em uma dessas orientações criminosas ele escreve: “Deus nos abençoe!”
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