Perderam o juízo – Para o PT não bastou partidarizar o julgamento do Mensalão, o maior escândalo de corrupção da história do País, que desviou, em números oficiais, R$ 170 milhões dos cofres públicos, mas movimento valores incrivelmente maiores se consideradas as quantias imundas que sorveram nos bastidores do esquema. O partido agora quer dar o nome do companheiro Luiz Gushiken ao Aeroporto Internacional de Campinas, popularmente conhecido como Viracopos.
A proposta consta de um projeto de lei (PL 6.519/2013) de autoria do deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP), que prefere ignorar a realidade dos fatos que marcou o escândalo. Experiente, até porque ganhou cancha quando presidiu a conturbada e ocultista Bancoop, Berzoini sabe muito bem o que ocorreu nos subterrâneos da CPI dos Correios, instalada para investigar o Mensalão do PT.
O nome de Gushiken veio à baila durante depoimento de Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil e condenado por comandar os desvios de recursos do Visanet, mas um dos integrantes do núcleo duro do primeiro governo do lobista Lula não foi investigado porque um acerto imundo impediu que o então presidente fosse alcançado pelos trabalhos da CPI.
Luiz Gushiken foi inocentado pelo Supremo Tribunal Federal durante o julgamento da Ação Penal 470, uma vez que não foram produzidas provas contra o então secretário de Comunicação da Presidência da República. Quem acompanhou de perto a apuração do escândalo do Mensalão do PT sabe como foram as negociações para que Lula e Gushiken ficassem de fora do espectro das investigações. O custo do acerto que permitiu ao PT blindar dois dos seus coronéis está sendo pago até hoje pela população brasileira, que é obrigada a conviver com os desmandos de políticos aliados, que fazem o que bem entendem nos cargos que controlam na máquina pública.
Ademais, Gushiken foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores e pessoa muito próxima de Lula. Ou seja, conhecia a fundo o modus operandi do agora lobista-fugitivo, que não tornou-se unanimidade no Congresso Nacional apenas por sua suposta genialidade como governante, mas pelas mesadas que pagava por meio do esquema palaciano.
Há de se lamentar, no caso de Luiz Gushiken, apenas a luta insana conta o câncer, que ele enfrentou com a bravura de um guerreiro. De resto é querer plantar flores em terreno não fértil, pois no núcleo duro de um governo sabe-se absolutamente tudo o que se passa no palco e nas coxias. E quem desconhece qualquer assunto é porque foi dragado pela incompetência, que não era o caso de Gushiken.
Ricardo Berzoini perdeu a grande oportunidade de continuar no ostracismo a que se dedica, até porque sua atuação como parlamentar é pífia, para sermos econômicos nas palavras. Se for o caso de batizar o Aeroporto de Viracopos com o nome de algum brasileiro, por certo há uma lista de pessoas à altura dessa homenagem.
Para puxar essa lista o ucho.info cita o nome do compositor Carlos Gomes, campineiro de nascimento e autor da renomada ópera “O Guarani”, reconhecida mundialmente. E qualquer brasileiro de bem há de concordar que entre Carlos Gomes e Luiz Gushiken há uma considerável distância, principalmente em relação aos currículos.
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