Fechando os olhos – Quando levou o ex-prefeito petista de Realeza, Eduardo Gaievski, para ser seu assessor especial na Casa Civil, onde foi responsável por programas relativos a menores, como os de combate ao crack, construção de creches, além da missão de coordenar sua campanha para o governo do Paraná em 2014, Gleisi Hoffmann (PT) fez vista grossa para uma ficha criminal assustadora e hedionda.
Em 23 de janeiro de 2013, quando tomou posse no cargo de assessor especial da Casa Civil da Presidência da República, Gaievski já era investigado pelo Ministério Público do Paraná há três anos. Nada menos que 40 crimes sexuais, sendo 28 estupros de menores, 17 deles contra vulneráveis (menores de 14 anos). Embora uma parte desses crimes fosse investigada sob segredo de Justiça, o restante era acessível a qualquer pessoa que tivesse interesse no assunto.
Beira o inacreditável o fato de que a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) – que têm a incumbência de minuciosamente checar a ficha de qualquer funcionário que vá trabalhar no entorno da presidente da República – não terem conferido a ficha criminal de Gaievski. Não há explicação plausível para um erro dessa natureza, colocando em risco a chefe da nação, exceto se alguém que conhecia a fama do assessor, como todo o PT do Paraná, tenha pedido atuado para que prevalecesse a vista grossa.
Uma certidão positiva, com 12 ações contra Gaievski, que corriam desde 2010, entre elas um inquérito por “exploração sexual” foi obtida pelo portal UOL, sem a menor dificuldade, poucos dias depois da prisão do pedófilo. A ação foi distribuída (se tornou acessível a qualquer um que consultasse a ficha de Gaievski) antes da nomeação do pedófilo por Gleisi Hoffmann na Casa Civil. A ainda ministra deu explicações confusas para justificar o fato de ter contratado um cidadão com tal prontuário para trabalhar ao lado da presidente e assumir funções ligadas a menores.
Gleisi disse que não sabia das denúncias, que consultou a ABIN, o poder Judiciário, cartórios e órgãos e que não existia nada contra ele. Contudo, há muitas controvérsias sobre esse assunto. As façanhas sexuais criminosas de Gaievski eram muito comentadas no PT do Paraná. O próprio pedófilo não fazia segredo de seu comportamento delinquente.
Pessoas que conviviam com o ex-prefeito afirmam que ele carregava em seu celular foto de cinquenta meninas menores nuas (em algumas dessas fotos ele aparecia ao lado de duas meninas nuas). Contava em rodas de amigos detalhes de seus estupros. Em arquivo de áudio postado no YouTube, um homem identificado como Gaievski relata com minúcias como “tirou a virgindade” de uma menina de 14 anos.
Não é crível a versão de que a ainda ministra Gleisi Hoffmann não conhecia Gaievski quando o convidou para assessorá-la em Brasília. O ministro Paulo Bernardo da Silva (Comunicações), marido da ainda ministra, recebeu um título de cidadão honorário de Realeza, em 2007, das mãos do próprio Gaievski.
O convite da ministra para que Gaievski fosse a Brasília para ser o manda-chuva da Casa Civil desmente essa tese. Em situações de normalidade, ninguém convida alguém para um cargo dessa importância e de confiança sem conhecer o convidado. Existem fortes rumores de que a verdadeira história da contratação do pedófilo está para ser conhecida. E pode surpreender muita gente!
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