Frouxidão oficial – O Estado de São Paulo parece viver um momento de frouxidão institucional, sem que o governo esboce qualquer reação para mudar o cenário. Desde julho passado, o País tem sido alvo de protestos em sua maioria pacíficos e legítimos, mas à margem dessas manifestações têm surgido criminosos que, à sombra da tese burra da anarquia, promovem depredações que culminam com a destruição do patrimônio público e privado.
Na última terça-feira (15), Dia do Professor, manifestantes organizaram um protesto pacífico e dentro do que determina a legislação, mas baderneiros de aluguel se infiltraram no movimento, destruindo o que encontraram pela frente, atitude criminosa que transcende o conceito do vandalismo.
A democracia se sustenta também e principalmente na manutenção da ordem, mas o grupelho criminoso que deixa rastros de destruição parece ter defensores na Justiça e na imprensa, que sempre enxergam abusos na ação dos policiais militares, cuja obrigação legal é zelar pela segurança do cidadão. No momento em que essa segurança é ameaçada, colocando em risco o desejo e os direitos de uma maioria pacífica e ordeira, a reação não deve ater-se aos respectivos dividendos políticos, pois assim fica refém da omissão.
Depois de o grupo que ficou conhecido como “Black Blocs” destruiu agências bancárias, concessionárias de automóveis, depredou viaturas policiais e carros particulares e atacou de maneira covarde uma loja de moveis localizada na Zona Sul da cidade de São Paulo, policiais prenderam mais de cinquenta pessoas, todas encaminhadas ao distrito policial da região. Sob a alegação de falta de provas que pudessem comprovar os crimes, os baderneiros foram liberados no meio da madrugada de quarta-feira (16), muito antes dos policiais que acompanharam o protesto e tiveram de permanecer na delegacia por mais tempo.
Essa sequência de preguiça interpretativa por parte dos poderes constituídos do Estado provoca um desânimo generalizado na sociedade, ao mesmo tempo em que dá força aos marginais que continuarão apostando na impunidade.
No momento em que, em sequência às prisões, o Ministério Público não oferece denúncia contra os criminosos e a polícia judiciária liberta os meliantes por suposta ausência de provas, a Justiça não tem outro caminho a seguir, que não o dos braços cruzados.
Os seguidos ataques que têm ocorrido na maior cidade brasileira, levando pânico à população, é o que se pode chamar de missa encomenda, que nessa condição deve ser tratada com o rigor da lei. De nada adianta o governador Geraldo Alckmin, que tem sido frouxo em demasia com os baderneiros, pensar nas consequências de um enfrentamento mais firme e capaz de deter esses criminosos que estão a serviço de políticos que continuam sonhando em tomar de assalto o mais importante estado da federação.
Considerado o número desses destruidores da propriedade alheia, pequeno se comparado à população da capital dos paulistas, Alckmin erra sobremaneira ao agir como se estivesse usando punhos de renda. Destruir o patrimônio, público ou privado, é crime previsto em lei e deve ser combatido com o devido rigor. Se não reagir com celeridade, o governador tucano corre o sério risco de ter de se mudar do Palácio dos Bandeirantes em 1º de janeiro de 2015.
Nenhum comentário:
Postar um comentário