domingo, 19 de maio de 2013

PM confirma segunda morte durante a Virada Cultural de São Paulo

Um das vítimas foi baleada na cabeça.
Jovem morreu por suspeita de overdose de cocaína.

Kleber Tomaz Do G1 São Paulo
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2º DP, no Bom Retiro, ficou lotado com detidos durante a madrugada (Foto: Kleber Tomaz/G1)2º DP, no Bom Retiro, ficou lotado com detidos
durante a madrugada (Foto: Kleber Tomaz/G1)
A Polícia Militar (PM) confirmou neste domingo (19) ter registrado ao menos duas mortes e diversos arrastões de criminosos para roubar celulares durante a primeira metade da 9ª Virada Cultural.
Em 2012, a Polícia Militar (PM) registrou, nas primeiras 13 horas da 8ª Virada Cultural, uma morte por overdose e dois baleados.
Neste domingo, distritos policiais dedicados a atender casos da Virada 2013 amanheceram lotados. O balanço parcial divulgado pela PM apresentou dados de ocorrências registradas até 6h de domingo.
A PM chegou a anunciar uma coletiva de imprensa para 12h. Entretanto, ela foi adiada para 13h30 e depois cancelada. Oficialmente, o motivo não foi esclarecido, mas a corporação afirmou que só vai se pronunciar novamente após o encerramento dos shows em pronunciamento conjunto com a Prefeitura, às 18h.
Mais cedo, por volta das 10h deste domingo (19), a PM informou que um homem foi baleado na cabeça por um atirador não identificado na Avenida Rio Branco, no Centro de São Paulo. O corpo de Elias Martins Moraes Neto, de 19 anos, foi encontrado por volta das 5h, na Avenida Rio Branco.
A morte de Elias Neto será registrada pelo 3º Distrito Policial, em Santa Ifigênia, como latrocínio (roubo seguido de morte). Um primo da vítima informou à polícia que dois celulares de Neto foram roubados.

Segundo os policiais ouvidos pelo G1, Neto estava acompanhado de três amigos,quando formam abordados por dois criminosos que exigiram os celulares. Os quatro amigos entregaram os aparelhos, mesmo suspeitando que a dupla não portava arma. Elias e os amigos, então, correram atrás dos criminosos, quando Elias levou um tiro no rosto.
Esta foi a segunda morte registrada durante a Virada Cultural. Mais cedo, a PM havia confirmado a morte de um jovem de 21 anos por suspeita de overdose de cocaína. Jonatan Santos Nascimento foi encontrado caído na região de Santa Ifigência, no Centro, e socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) à Santa Casa.
Até as 10h, a PM confirmava seis baleados (entre eles o caso de latrocínio), um morto por suspeita de overdose e um esfaqueado desde o início da Virada, às 18h de sábado. Todas as vítimas foram levadas para a Santa Casa. O esfaqueamento ocorreu na Avenida Ipiranga, por volta da 1h30 desta madrugada. A PM não soube informar as circunstâncias do crime.
Pistola estava com menor detido (Foto: Kleber Tomaz/G1)Pistola estava com menor detido (Foto: Kleber
Tomaz/G1)
Ainda segundo a PM, até as 6h deste domingo, 941 pessoas foram abordadas e foram registrados um acidente de trânsito sem vítimas, cinco roubos, um furto, 12 tumultos e um adolescente apreendido.
Segundo a Polícia Civil, cinco distritos policiais estão registrando as ocorrências da Virada Cultural na região central de São Paulo: 1º DP, na Sé; 2º DP, no Bom Retiro; 3º DP, em Santa Ifigência; 4º DP, na Consolação; e 8º DP, no Brás. No 3º DP, em Santa Cecília, um adolescente e três homens foram detidos. O menor portava uma arma.
No começo da manhã, após o G1  divulgar foto do 2º DP lotado, outras três delegacias passaram a registrar ocorrências da Virada (5º DP, Aclimação; 77º DP, Santa Cecília; e 78º DP, nos Jardins), segundo policiais civis.
Baleados
Os casos de pessoas baleadas ocorreram  nas avenidas Ipiranga e do Estado,  Praça da República, Viaduto do Chá, Rua Dom José Gaspar e na Rua 24 de Maio. A PM não soube informar as circunstâncias dos crimes nem em que delegacias eles foram registrados. A corporação recuperou alguns celulares e carteiras roubados.
No caso da Avenida Ipiranga, um homem foi vítima de tentativa de homicídio, por volta das 23h deste sábado. O criminoso atingiu o ombro esquerdo da vítima que foi levado para a Santa Casa. O criminoso fugiu.
Na Avenida do Estado, por volta da 1h15, a vítima foi atingida após uma discussão. Um rapaz tentou agredir a vítima, que levou um tiro na perna. O suspeito fugiu. A PM também não soube informar o estado de saúde da vítima
detidos virada cultural (Foto: Kleber Tomaz/G1)Com delegacia cheia, detidos foram algemados e
ficaramna calçada (Foto: Kleber Tomaz/G1)
Arrastões
Ainda no 2º DP, o estudante Leandro da Silva Paixão, de 17 anos, acompanhado pela mãe, a babá Rosângela da Silva, contou que um grupo de 60 criminosos realizaram um arrastão no Centro. O garoto conseguiu, entretanto, recuperar o boné e o celular que haviam sido levados.
O casal Paulo Henrique Maciel Mariano, 21 anos, e a namorada Gabriela Magalhães de Jesus, 21 anos, presenciaram um arrastão na região da Galeria do Rock. Eles e amigos foram vítimas do grupo de cerca de 40 criminosos, às 3h40.“Era muita gente drogada e violenta. Vinham roubando e agredindo quem viam pela frente", contou Gabriela. "A Virada Cultural se tornou uma virada criminal. Não quero nunca mais participar dela. Falta segurança”, reclamou Mariano.
No pronto-socorro da Santa Casa, em Santa Cecília, guardas civis metropolitanos informaram que várias vítimas de agressão durante arrastões foram levadas para atendimento.
No sábado, o senador Eduardo Suplicy (PT) teve carteira, celular e documentos furtados durante o show de Daniela Mercury e Zimbo Trio. O senador foi vítima do furto enquanto cumprimentava o público na Praça da Estação Júlio Prestes.
Após o show terminar, Daniela voltou ao palco e fez um apelo para que devolvessem os pertences de Suplicy. Quinze minutos após o apelo, ela voltou ao palco informando que os documentos foram entregues. Os criminosos ficaram com R$ 400 e um smartphone.
Neste domingo, o analista de sistemas Ricardo Buchaim acompanhava um amigo que se envolveu numa briga, na região do Palco Júlio Prestes. O amigo estavae sendo atendido na Santa Casa, por volta das 10h.
Buchaim afirma que no cruzamento das avenidas Duque de Caxias e Rio Branco, na região da Cracolândia, presenciou uma feira de drogas que funcionava normalmente, mesmo com o policiamento reforçado para a Virada Cultural em todo o centro de São Paulo. Ele afirma que os traficantes anunciavam a venda de entorpecentes. "Eles gritavam: 'olha o pó, olha o lança, olha o verde'".
Nesta semana, reportagem do Bom Dia São Paulo mostrou o funcionamento de uma feira livre de drogas na Rua dos Gusmões, na Cracolândia.

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