Ex-presidente teria beneficiado o Racing, seu time do coração, com manobra ilegal feita com o empresário Lárazo Báez, pivô de escândalo na Argentina
O ex-presidente argentino Néstor Kirchner (Guillermo Legaria / AFP)
O maior escândalo de corrupção da era Kirchner ganhou neste domingo mais um capítulo surpreendente. Em meio às denúncias de que o ex-presidente Néstor Kirchner, morto em 2010, realizava operações financeiras ilegais com dinheiro proveniente sobretudo do empresário kirchnerista Lázaro Báez – pivô do caso apelidado de "Lázarogate" na imprensa argentina –, o programa Periodismo Para Todos (Jornalismo Para Todos), comandado pelo jornalista Jorge Lanata, apresentou a denúncia de que Néstor e seu filho, Máximo, injetaram dinheiro nas empresas do empresário e agente de jogadores Miguel Ángel Pires com dois objetivos: comprar atletas para o Racing, time do ex-presidente, e ao mesmo tempo lavar o dinheiro das manobras ilegais feitas com Lázaro Báez.
O programa mostrou a relação próxima de Miguel Pires com Báez, como ele se aproximou do círculo do então presidente e sua incrível evolução patrimonial. O agente futebolístico teria, inclusive, ido pessoalmente duas vezes à Quinta de Olivos, residência presidencial no subúrbio de Buenos Aires, buscar verba para as operações – prática que lembra o transporte de sacolas com dinheiro ilegal denunciado este mês. Segundo Jorge Lanata, entre os jogadores "presenteados" ao Racing por Néstor Kirchner estão Marcos Cáceres, comparado em 2007, além de Pablo Lugüercio e Leandro González, que chegaram ao clube em 2008.
Desde que o escândalo explodiu na Argentina, em abril passado, o governo de Cristina Kirchner tenta desqualificar o programa de Lanata e passou a perseguir com mais intensidade o Grupo Clarín, ao qual pertence o canal que o transmite. Nas últimas semanas, o jornalista entrevistou o arquiteto Antonio Cañas, que projetou e construiu um cômodo secreto na casa do ex-presidente Néstor e de sua mulher, a agora presidente Cristina, na cidade de El Calafate, em Santa Cruz, Patagônia.
O local foi projetado para abrigar um enorme cofre na casa, onde seriam depositadas sacolas de dinheiro que eram transportadas diretamente da Casa Rosada até Santa Cruz e, então, para paraísos fiscais. A amante e ex-secretária de Kirchner, Miriam Quiroga, confirmou ter testemunhado a prática e disse que Cristina sabia de tudo.
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