Você sabia, leitor, que um homem liga a guerra dos índios contra as propriedades rurais à tentativa de promover uma carnificina no Pinheirinho? Seu nome é Paulo Maldos, homem de confiança de Gilberto Carvalho
Vejam este homem.
Seu nome é Paulo Maldos. Ele segura uma bala de borracha. Um desses especialistas em “criminal minds”, que se dedicam a interpretar esgares faciais, não teria dificuldade em ver ali a expressão da satisfação, do gozo cínico, do cálculo. Quem é esse? Já chego lá.
Os proprietários rurais podem se preparar para uma longa jornada. Estão lidando com profissionais do conflito. Estão lidando com pessoas treinadas para promover o confronto e que não, não têm limites. Em nome da causa, são capazes de tudo. De quem estou falando? De muita gente, mas especialmente de Maldos, aquele lá da foto, secretário nacional de Articulação Social da Secretaria-Geral da Presidência da República. Ou por outra: ele é o braço-direito de Gilberto Carvalho, o espião de Lula no governo Dilma. Foi Carvalho quem indicou Marta Maria do Amaral Azevedo para a presidência da Funai. E quem é Marta Maria? Ex-mulher de… Paulo Maldos! Como vocês podem notar, trata-se de uma verdadeira… tribo!!! Não por acaso, há dois dias, quando circularam boatos de que Dilma estaria insatisfeita com o trabalho da Funai, foi Carvalho quem garantiu que Marta continua no cargo. Carvalho é o cacique. Maldos é o pajé. Marta é o instrumento. Maldos manda na Funai mais do que Dilma. Sim, caros, eu já vou falar sobre o Pinheirinho.
Na condição de “secretário nacional de Articulação Social”, cabe a Maldos, apelando àquela estranha linguagem que se fala por lá, “conversar” com os movimentos sociais. Essa “conversa” assume um sentido muito particular: na prática, o governo organiza e financia os ditos movimentos sociais, inclusive o dos índios. Maldos foi, por exemplo, o coordenador-geral do grupo de trabalho criado pelo governo federal para promover a desocupação de uma região chamada Marãiwatséde, em Mato Grosso.
Vamos ver como Maldos trabalha. Nessa área, havia uma fazenda chamada Suiá-Missú, que abrigava, atenção, um povoado chamado Posto da Mata, distrito de São Félix do Araguaia. Moravam lá 4 mil pessoas. O POVOADO FOI DESTRUÍDO. Nada ficou de pé, exceto uma igreja — o “católico” Gilberto Carvalho é um homem respeitoso… Nem mesmo deixaram, então, as benfeitorias para os xavantes, que já são índios aculturados. Uma escola que atendia a 600 crianças também foi demolida. Quem se encarregou da destruição? A Força Nacional de Segurança. Carvalho e Maldos foram, depois, para a região para comemorar o feito. Republico este vídeo que mostra o que restou daquela comunidade.
Maldos tem dito a interlocutores que não descansa enquanto 25% do território brasileiro não forem destinados a reservas indígenas. Tem dito também que a violência dos índios é compreensível porque isso é uma espécie de direito à rebelião. De novo: o Brasil já destina hoje aos pouco mais de 500 mil índios que moram em reservas (de um total de pouco mais de 800 mil) uma área correspondente a 26,6 Holandas, 11 Portugais ou duas Franças. Maldos quer 40 Holandas, 17 Portugais e 3,1 Franças para… 500 mil índios. Agora o Pinheirinho..
Pinheirinho
Paulo Maldos não é um qualquer. Trata-se, reitero, de um profissional do conflito — e não da resolução de conflitos. Vocês devem se lembrar da desocupação do Pinheirinho, no interior de São Paulo. A Justiça determinou — e não cabia contestação à ordem — a desocupação de uma propriedade. Carvalho e Maldos acompanhavam tudo de perto. A Polícia Militar não podia mandar a Justiça às favas. Tinha de cumprir a ordem. O governo federal poderia ter resolvido tudo com uma assinatura: bastava desapropriar o terreno. Não o fez. Ficou esperando o conflito. Esperando? Não! Fez um pouco mais do que isso.
Paulo Maldos não é um qualquer. Trata-se, reitero, de um profissional do conflito — e não da resolução de conflitos. Vocês devem se lembrar da desocupação do Pinheirinho, no interior de São Paulo. A Justiça determinou — e não cabia contestação à ordem — a desocupação de uma propriedade. Carvalho e Maldos acompanhavam tudo de perto. A Polícia Militar não podia mandar a Justiça às favas. Tinha de cumprir a ordem. O governo federal poderia ter resolvido tudo com uma assinatura: bastava desapropriar o terreno. Não o fez. Ficou esperando o conflito. Esperando? Não! Fez um pouco mais do que isso.
No dia da desocupação, adivinhem quem estava lá, ajudando a organizar a “resistência” dos invasores? Acertou quem chutou “Paulo Maldos”. Depois ele veio a público, com grande estardalhaço, anunciar que tinha sido atingido por uma bala de borracha. ATENÇÃO: ELE SE NEGOU A FAZER EXAME DE CORPO DELITO. Saiu a exibir uma bala de borracha por aí, dizendo ter sido atingido por um artefato daquele e posando de herói.
Sim, uma tragédia poderia ter acontecido. Não aconteceu. Forças do oficialismo chegaram a denunciar ao mundo a existência de mortos e desaparecidos. Era tudo mentira.
Volto à foto lá do alto. No dia 30 de janeiro de 2012, escrevi um post a respeito. Reproduzo em azul. Vale a pena ler. Volto depois.
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Foi publicada na edição de sábado do Estado. Este que aparece aí é Paulo Maldos, assessor do ministro Gilberto Carvalho. Isso que ele tem na mão, que exibe por aí como um troféu nas mais variadas circunstâncias (vocês verão), é uma bala de borracha que, segundo ele, o atingiu durante a reintegração de posse do Pinheirinho.
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Foi publicada na edição de sábado do Estado. Este que aparece aí é Paulo Maldos, assessor do ministro Gilberto Carvalho. Isso que ele tem na mão, que exibe por aí como um troféu nas mais variadas circunstâncias (vocês verão), é uma bala de borracha que, segundo ele, o atingiu durante a reintegração de posse do Pinheirinho.
A imagem NUNCA DIZ MAIS DO QUE MIL PALAVRAS. A imagem pode sintetizar milhões delas, que, ainda assim, precisam ser ditas e escritas para que tenhamos ainda mais clareza do objeto tratado.
Olhem a cara de Maldos.
Insatisfação?
Indignação?
Dor?
Fúria?
Rancor?
Revolta?
Não!
O nome do que se vê acima é prazer!
Insatisfação?
Indignação?
Dor?
Fúria?
Rancor?
Revolta?
Não!
O nome do que se vê acima é prazer!
Se, agora, fosse o caso de evocar Freud, teria de visitar os meandros do masoquismo — o homem que se afeiçoa ao instrumento que o machuca. Mas é bom deixar o doutor de lado. Isso está mais para Marx — um Marx mixuruca, mas está. Aquele rosto que se vê ali é de vitória. Voltem lá. O que fazem aqueles olhos voltados sabe-se lá para onde? Ele posa para o fotógrafo, mas mira uma outra coisa. Nota à margem: também ele exibe aquela aliança ou anel preto, que vejo nas mãos de muitos “progressistas”. O que significa? Não tenho a menor idéia. Vai ver esquerdistas nascem com predisposição para anéis pretos… Se alguém tiver alguma explicação melhor…
Já que ninguém perguntou, então pergunto eu: o que fazia Maldos em plena madrugada de domingo, lá no Pinheirinho? “Ah, estava lá para proteger a população”, poderiam responder o militante e o ingênuo. Mas proteger do quê? “Ora, Reinaldo, da reintegração de posse!” Ah, havia a decisão da reintegração, certo?, de cumprimento obrigatório pela Polícia Militar? Então Carvalho e Maldos sabiam que ela iria acontecer, como sabiam os tais “líderes” do Pinheirinho, mas engabelaram os moradores, mantendo-os na ignorância.
Eis aí. Parece que o objetivo era mesmo usar o lombo dos pobres em benefício de uma causa política.
Ora, todo mundo sabe que uma operação de ocupação envolvendo três mil pessoas (nem 9 mil nem 6 mil) tende mesmo a ser conflituosa, especialmente quando há a disposição para reagir à ação da polícia. Ainda assim, não houve o esperado “massacre”.
Pergunto: o que distingue, nesse caso, o trabalho de Maldos do de um agitador qualquer? Em que ele se diferencia de um agente infiltrado, disposto a investir no quanto pior, melhor? Carvalho falta com a verdade de modo absoluto ao afirmar que estavam em curso “negociações”. Não estavam mais! Isso a juíza já deixou claro de modo insofismável. Elas já haviam sido encerradas. Também estava definida a incompetência da Justiça Federal para cuidar do caso.
Os moradores do Pinheirinho, em suma, estavam à mercê de oportunistas, que se prepararam para o banho de sangue que não houve. E a operação “de resistência”, àquela altura, estava sendo coordenada, como se vê, pelo gabinete de Gilberto Carvalho, assim como o de Maria do Rosário comandou a tentativa de sabotagem à retomada da área em que ficava a cracolândia — essa operação apoiada por 82% dos paulistanos.
Este Maldos ser apresentado como uma vítima ou herói do Pinheirinho é evidência da degradação intelectual de consideráveis setores do jornalismo. E não que ele tente disfarçar, não é mesmo? Ele posou (Emir Sader escreveria “pousou”) para outras fotos. Numa delas, não resiste e ri a pregas soltas, como se diria em português castiço, sempre com a estrovenga na mão.
Encerro
Os proprietários rurais estão sendo vítimas do trabalho organizado de agitadores profissionais que hoje estão aboletados no estado. Vejam lá o que fez o governo federal em Posto da Mata, em são Félix do Araguaia. Esse será o destino de centenas de propriedades rurais e vilarejos se os celerados não forem contidos.
Os proprietários rurais estão sendo vítimas do trabalho organizado de agitadores profissionais que hoje estão aboletados no estado. Vejam lá o que fez o governo federal em Posto da Mata, em são Félix do Araguaia. Esse será o destino de centenas de propriedades rurais e vilarejos se os celerados não forem contidos.
Um dia a presidente Dilma será lembrada pela história como aquela em cujo governo uma vila de 4 mil habitantes, tamanho, quero crer, de centenas (quem sabe, mais de milhar) de cidades brasileiras, foi destruída por ordem do estado brasileiro.
Dito de outro modo: o governo que se orgulha de distribuir casas no Programa Minha Casa Minha Vida destrói a moradia daqueles que conseguiram prover seu próprio sustento e erguer seu próprio teto sem ajuda oficial.
O modelo exige um povo grato, sorridente, humilde, de joelhos. Se estiver de pé, o governo chega para humilhá-lo com a marreta e o trator. Ao volante, Gilberto Carvalho e Paulo Maldos.
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