quarta-feira, 15 de maio de 2013

Deputado entrega requerimento para CPI da Funai com mais de 250 assinaturas; mais uma fazenda é invadida; proprietária relata seu drama



O deputado Alceu Moreira (PMDB-RS) conseguiu coletar mais de 250 assinaturas e entregou à Mesa da Câmara, nesta quarta, o requerimento pedindo a instalação da CPI da Funai. A fundação, ligada ao Ministério da Justiça, passou a atuar como uma organizadora e insufladora de invasões de propriedades rurais. A situação no Mato Grosso do Sul é especialmente explosiva. A ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) já afirmou que o governo pretende envolver outras áreas da administração no processo de demarcação de reservas indígenas. Entidades que ajudam a promover a baderna no campo passaram a hostilizar a ministra. Um exemplo é a nota cretina emitida pela Comissão Pastoral da Terra, da CNBB, contra Gleisi. O PT, de hábito, sai em defesa de seus condenados por corrupção ativa, peculato e formação de quadrilha. Mas se calou diante dos ataques feitos a Gleisi. Parece que petista bom é petista encrencado com a Justiça…
Pois é… O único setor da economia que impede o país de ir para o buraco tem de enfrentar as invasões do MST — essencialmente feitas com dinheiro público — e do índios, patrocinada pela Funai. Nos dos casos, o onguismo, nacional e internacional, oferece suporte para a causa. Nos dois casos, a maior parte da imprensa escolhe um lado: contra o dos “ruralistas” — nome que, insisto no que já escrevi aqui certa feita, carrega certa carga de preconceito. Para mim, o contrário de “ruralista” é “urbanista”… Adiante. Há pouco mais de 500 mil índios vivendo nas reservas, que já ocupam 13% do território brasileiro, o que corresponde a 1,105 milhão de quilômetros quadrados. De novo: pouco mais de 500 mil índios vivem numa área correspondente a:
- 26,6 Holandas (a Holanda tem 16,6 milhões de habitantes);
- 11 Portugais (Portugal tem 10,5 milhões de habitantes)
- 2,1 Espanhas (a Espanha tem 47,3 milhões de habitantes);
- 2 Franças (a França tem 65,5 milhões de habitantes).
Acha pouco
Ocorre que a Funai acha pouco. Na gestão da senhora Marta Maria do Amaral Azevedo (já falo do ambiente, digamos, intelectual em que ela vive), os índios receberam uma espécie de carta branca para praticar invasões, especialmente no Mato Grosso do Sul.
Outra invasão
Leiam trecho do texto publicado no site da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). Volto em seguida.
*
A fazenda Buriti, localizada em Sidrolândia (MS), de propriedade do ex-deputado estadual Ricardo Bacha, foi invadida por um grupo de indígenas na manhã desta quarta-feira. Segundo a proprietária Jucimara Bacha, que estava no local no momento da invasão, cerca de 200 homens armados, entre indígenas e não indígenas, invadiram a Querência São José, vizinha da propriedade no início da madrugada desta quarta-feira (15). O segurança foi rendido, amarrado e espancado pelos invasores, que o mantiveram sob a mira de uma arma.
Após invadir a Querência, por volta das 4h30, os invasores foram até a Fazenda Buriti, de 300 hectares, onde iniciaram tiroteio. “Foi uma gritaria e muitos tiros. Eles estão preparados para uma guerra”, declarou Jucimara.
Ricardo Bacha está em Brasília, junto com a diretoria da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), para uma reunião marcada para hoje com o vice-presidente da República, Michel Temer, e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. A reunião tem justamente o objetivo de pedir, mais uma vez, a ação do Governo Federal em relação aos conflitos causados pelas invasões de propriedade em todo o país e tem a participação de lideranças de Mato Grosso do Sul e outros dez estados brasileiros.
(…)
Voltei
O programa “Notícias Agrícolas”, do Canal Rural, falou com Jucimara nesta quarta. Vejam. Volto para encerrar.
Encerro
No próximo post, vocês vão entender como parte desse baguncismo tem abrigo no próprio Palácio do Planalto, ainda que a presidente Dilma Rousseff demonstre insatisfação com o “trabalho” da Funai. Se está insatisfeita mesmo, demissões têm de acontecer. E não apenas na Funai. Ouçam ali  que diz Jucimara. Os invasores chegam, botam pra quebrar, e o proprietário não tem a quem recorrer, já que a questão indígena é federal. Não custa lembrar: o Ministério da Justiça, do garboso José Eduardo Cardozo, manda na Funai — que, na prática, comanda a invasão — e na Polícia Federal, que deveria impedi-la. 
Por Reinaldo Azevedo

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