No Rio, dirigente da Fifa garante que São Paulo não será excluída do Mundial. Sobre Maracanã, elogios acompanhados de uma ressalva: 'Não vai estar 100%'
Valcke e Ronaldo no Maracanã, a um mês da abertura da Copa das Confederações - Marcelo Sayão/EFE
“Se alguém não entendeu a reposta, ponha o fone de ouvido, por favor. É a quarta vez que ele responde a mesma coisa", provocou Ronaldo, saindo em defesa de Valcke
Faltando exatamente um mês para a estreia da Copa das Confederações, a abertura da Copa do Mundo foi o principal assunto na visita do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, ao Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira. Com o palco carioca perto de ser concluído, a controvérsia em torno da entrega do Itaquerão, em São Paulo, dentro do prazo previsto pela Fifa - dezembro deste ano -, acabou roubando a cena. Valcke não conseguiu esconder seu desconforto com a discussão que ele mesmo iniciou na terça, ao avisar que o descumprimento do prazo poderia significar uma mudança na tabela do Mundial. No Maracanã, o francês tentou evitar as perguntas dos jornalistas sobre a possibilidade de o estádio do Corinthians não sediar o jogo de abertura em 2014. "Já falei sobre esse assunto várias vezes e vou falar pela última vez agora. Teremos um encontro nos próximos dias entre as quatro partes responsáveis pelo estádio", disse, em referência a Corinthians, Odebrecht, Fifa e Comitê Organizador Local (COL). Depois de garantir que São Paulo não corre o risco de ser excluída do Mundial, o cartola afirmou: "Vamos achar uma solução. Estamos no Rio e hoje vamos falar de Copa das Confederações."
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O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, acompanhou Valcke na visita e balançava a cabeça positivamente quando o francês tentava abafar a confusão. "O estádio do Corinthians está dentro do cronograma. Temos a confiança na direção do Corinthians e na empresa responsável pela obra de que o prazo será cumprido. Nós trabalhamos com a expectativa de dezembro de 2013", disse o ministro, ignorando, porém, o fato de o próprio clube ter avisado que precisa de mais dois meses para entregar o estádio. Questionado sobre a possibilidade de o Maracanã sediar a abertura do Mundial, Valcke, visivelmente irritado, voltou a dizer que a reunião em São Paulo resolveria todas as pendências. "O Maracanã vai receber vários jogos da Copa. O Rio já vai sediar o centro de mídia da Fifa. Vocês verão vários dos nossos lindos e simpáticos agentes circulando pela cidade. Não há motivo para trazer ainda mais eventos para o Rio", disse ele. Integrante do COL e companhia constante de Valcke nas visitas aos estádios da Copa, o ex-craque Ronaldo também ficou irritado com a insistência dos jornalistas em relação ao estádio de seu ex-clube. “Se alguém não entendeu a reposta, ponha o fone de ouvido, por favor. É a quarta vez que ele responde a mesma coisa", provocou Ronaldo, que até então não havia se pronunciado nenhuma vez.
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Ao falar sobre o Maracanã, Valcke mostrou empolgação, ainda que tenha admitido que o estádio não estará em suas condições ideais na Copa das Confederações. O principal problema do palco da final da competição é a corrida para deixar pronta a região que cerca o estádio - hoje, as ruas ao redor do Maracanã ainda são um grande canteiro de obras. "Se nem tudo estará 100% no entorno, não é o fim do mundo", afirmou o dirigente, que acabou cancelando sua última visita ao Maracanã por causa de um temporal que chegou a inundar algumas partes do estádio, ainda em obras. A previsão original do governo do Rio incluía a realização de um evento-teste no local justamente nesta quarta. O atraso nas obras fez com que o ensaio fosse cancelado. Em sua última visita ao Rio, em março, Valcke tinha reiterado que o ideal é a realização de três eventos-teste em cada sede, número considerado ideal para adequar toda a infraestrutura antes do primeiro jogo oficial. Isso não ocorrerá no estádio carioca, que só recebeu um jogo com acesso restrito aos operários que trabalharam na reforma e, no próximo dia 2, será o palco do amistoso entre Brasil e Inglaterra, enfim com presença de público.
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Ao falar sobre o Maracanã, Valcke mostrou empolgação, ainda que tenha admitido que o estádio não estará em suas condições ideais na Copa das Confederações. O principal problema do palco da final da competição é a corrida para deixar pronta a região que cerca o estádio - hoje, as ruas ao redor do Maracanã ainda são um grande canteiro de obras. "Se nem tudo estará 100% no entorno, não é o fim do mundo", afirmou o dirigente, que acabou cancelando sua última visita ao Maracanã por causa de um temporal que chegou a inundar algumas partes do estádio, ainda em obras. A previsão original do governo do Rio incluía a realização de um evento-teste no local justamente nesta quarta. O atraso nas obras fez com que o ensaio fosse cancelado. Em sua última visita ao Rio, em março, Valcke tinha reiterado que o ideal é a realização de três eventos-teste em cada sede, número considerado ideal para adequar toda a infraestrutura antes do primeiro jogo oficial. Isso não ocorrerá no estádio carioca, que só recebeu um jogo com acesso restrito aos operários que trabalharam na reforma e, no próximo dia 2, será o palco do amistoso entre Brasil e Inglaterra, enfim com presença de público.
Copa das Confederações: como estão as 6 cidades-sede
Confira balanço das obras até o fim de abril de 2013 (menos de 2 meses antes da estreia)
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Rio de Janeiro
Depois de muitos tropeços e desencontros, a saga do Maracanã parece estar próxima do fim: o estádio enfim foi reaberto para um jogo-teste em abril e está confirmado como palco do amistoso entre Brasil e Inglaterra, no início de junho. Isso não significa, porém, que a novela da reforma não possa ser prolongada - muitos apostam que será necessário realizar novos reparos entre o fim da Copa das Confederações e o início do Mundial de 2014, principalmente no entorno do estádio. O governo nega e garante que o estádio ficará aberto sem interrupções. A disputa entre os consórcios privados que brigam para administrar o novo Maracanã está na reta final, com vantagem para o grupo que conta com o bilionário Eike Batista entre seus sócios. Quem ganhar terá de realizar a demolição dos centros de natação e atletismo que faziam parte do velho complexo. A região, portanto, continuará sendo um canteiro de obras até 2014.
ESTÁDIO: JORNALISTA MÁRIO FILHO (MARACANÃ)
Capacidade: 79.000 pessoas
Custo previsto: 705 milhões de reais
Custo final: 951 milhões de reais
Aumento de 34,8% no orçamento
Status: Pronto
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Status: Pronto
MOBILIDADE URBANA
Custo: 1,9 bilhão de reais
Principal obra: corredor exclusivo de ônibus entre a Barra da Tijuca e o Aeroporto Antônio Carlos Jobim
Início: março de 2011
Previsão de término: fevereiro de 2014
Status: 48% concluídos
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AEROPORTO
Custo: 844,7 milhões de reais
Previsão de término: abril de 2014
Principais obras: reforma de terminais de passageiros e revitalização de pistas e pátios
Início: 2011
Status: 30% concluídos
Taxa de ocupação em 2010: 68%
Taxa de ocupação prevista para 2014: 68,9%
Custo: 844,7 milhões de reais
Previsão de término: abril de 2014
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Início: 2011
Status: 30% concluídos
Taxa de ocupação em 2010: 68%
Taxa de ocupação prevista para 2014: 68,9%
HOTELARIA
Número atual de leitos: 45.000
Recomendação para 2014: 23.700
Previsão: 53.300
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As seis cidades-sede que só participarão do Mundial
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São Paulo
A construção do Itaquerão, a princípio emperrada pelas controvérsias entre o Corinthians e o consórcio responsável, deve mesmo ser concluída em dezembro - a não ser pelas arquibancadas móveis necessárias para o local receber a abertura do torneio. A maior preocupação recai sobre os aeroportos: a concessão à iniciativa privada, que só ocorreu em 2012, atrasou o cronograma. Agora, as concessionárias aceleram o ritmo. Se não cumprirem os prazos, pagarão multas pesadas.
ESTÁDIO (Arena Corinthians)
Capacidade: 65.000 pessoas
Custo previsto: 820 milhões de reais
Custo final estimado: 820 milhões de reais
Status: 73% construídos (no prazo)
Capacidade: 65.000 pessoas
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MOBILIDADE URBANA
Custo: 478 milhões de reais
Principal obra: ampliação da rede viária no entorno do estádio
Início: setembro de 2012
Previsão de término: abril de 2014
Status: 21% construídos
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Status: 21% construídos
AEROPORTO (Guarulhos)
Custo: 3 bilhões de reais
Principais obras: novo terminal de passageiros, edifício-garagem e ampliação de pista e pátio
Início: maio de 2011
Previsão de término: março de 2014
Status: 60%
Taxa de ocupação em 2010: 130%
Taxa de ocupação prevista para 2014: 112%
Custo: 3 bilhões de reais
Principais obras: novo terminal de passageiros, edifício-garagem e ampliação de pista e pátio
Início: maio de 2011
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Status: 60%
Taxa de ocupação em 2010: 130%
Taxa de ocupação prevista para 2014: 112%
HOTELARIA
Número atual de leitos: 105.000
Recomendação para 2014: 21.600
Previsão: 105.000
Número atual de leitos: 105.000
Recomendação para 2014: 21.600
Previsão: 105.000
(Com Estadão Conteúdo e agência Gazeta Press)
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