Ele é o bom – Não há no Brasil carga horária de trabalho mais frouxa do que a dos parlamentares do Congresso Nacional. Ao custo mensal de R$ 130 mil cada, esses doutos representantes do povo “trabalham” dois dias e meio por semana, mas mesmo assim afirmam que a labuta é árdua. Quem desde a terça-feira (14) acompanha a polêmica e arrastada votação da Medida Provisória 595 (MP dos Portos) por certo sentiu náuseas diante dos discursos auto-elogiosos que tomaram conta do plenário da Câmara nas últimas 24 horas.
Como se estivessem fazendo um enorme favor aos brasileiros, a maioria dos deputados tem exaltado o fato de a primeira parte da votação ter acabado às 4h55 desta quarta-feira (15). Cientes de que o parlamento brasileiro passa por profundo descrédito junto à opinião pública, seis em cada dez deputados que tomam o microfone exaltam o que tem sido chamado de esforço responsável.
É bom lembrar aos brasileiros que esses senhores não fazem discursos semelhantes quando se atiram em bisonhas noitadas na capital dos brasileiros ou, então, rompem a manhã debaixo de acertos espúrios, que alimentam o mais perigoso de todos os cancros nacionais, a corrupção.
Destacamos que nenhum político disputa uma eleição por ideologia e muito menos exerce o mandato parlamentar por patriotismo. Política é negócio milionário, ao qual somente uma minoria tem acesso.
Nada pode existir de pior sobre a face do planeta do que oportunista de plantão que aproveitam qualquer situação para se fazer de rogado. Nesse continental país chamado Brasil, milhares de trabalhadores varam a madrugada no cumprimento de suas responsabilidades, mas nem por isso saem pelas ruas empunhando a cangalha do inusitado. Para quem precisa comparecer ao trabalho apenas quinze dias por mês e tem noventa dias de férias por ano, uma madrugada é um pingo no oceano.
Se os políticos de fato desejam manter a impopularidade nos níveis atuais, que abandonem essas fantasias de falsos querubins. Até porque, de lambança e enganação o brasileiro já está cansado.
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