Por : Pettersen Filho
Recém eleito Presidente da OMC – Organização Mundial do Comércio, ou WTO – World Trade Organization, da sigla em Inglês, como é mais conhecida, o brasileiro Roberto Azevêdo, Diplomata de Carreira, muitos anos dos quais na própria OMC, cuja maior questão é “tocar prá frente” a tão alardeada Rodada de Doha, numa menção a estagnação, por cerca de uma década, das negociações, em nível global, que visam extinguir, ou, pelo menos, diminuir as barreiras alfandegárias, e fiscais, para as trocas internacionais, e o livre comércio, entre os diversos países do Planeta, tem pela frente, no entanto, um grande dilema, se não, uma missão “quase” impossível.
Estampada nas primeiras páginas dos jornais brasileiros, e com alguma relevância, nos demais noticiosos internacionais, a Eleição do brasileiro, que disputou o cargo com um Diplomata Mexicano, esse ultimo, com total apoio da Europa e Estados Unidos, trás, em si, no seu bojo, o velho dilema, ainda não resfriado, daGuerra Econômica Norte x Sul, em que os Países do Hemisfério Norte do Planeta, Canadá/Estados Unidos e Europa Ocidental, entenda-se, Zona do Euro, mais industrializados, tendem a tratar com Submissão, eImperialismo Econômico, os Países mais ao Sul do Planeta, Brasil inclusive, cujo papel menos relevante se resume a fornecer matérias primas, mão de obra barata, aos demais, além de se converterem em mercados cativos para as suas transnacionais, no famigerado processo da Universalização, e internacionalização das Economias Globais, no tão decantado processo da “Globalização”, do chamado Liberalismo Econômico da “Raposa solta no Galinheiro”, em que a tendência é de as Fronteiras Nacionais serem abolidas, dando lugar à um Sistema Internacional em que prevaleçam como mandatárias, as Grandes Empresas, tipo Coca-cola e General Motors Company, e os Grandes Oligopólios Multinacionais, sem identidade e sem rosto.
Eleito em embate que reporta a velha rivalidade entre Capitalismo x Comunismo, que bem nos relembra aGuerra Fria, abolida em termos ideológicos, mais, recalcitrante, em termos econômicos, com notório apoio dos Países Pobres da África, América Latina e Asia, BRIC`s, inclusive, latentes por uma “Nova Orem Econômica”, de menos Estados Unidos e Europa, à quem a desordem interessa, porquanto, como velhos chacais, ou lobos famintos, dentre a Manada, encurralam os desgarrados, concebendo vantajosos acordos bilatérias, Roberto Azevêdo, eleito ao “Pedestal” como suposta Vitória do próprio Governo Brasileiro, eDiplomacia Tupiniquim, menos do que mérito próprio, de funcionário zeloso e completamente dedicado à causa da própria OMC, de quem é Servidor de Carreira, viu logo, na orquestrada cantilena internacional dasAgências Associeted Press e Reuters, a sua condição de Nacional-brasileiro, ser motivo de preconceito, logo colocado à parede, sob acusações de ser o próprio Brasil, uma das Nações (entre as dez), mais protecionistas do Mundo.
Como de fato, recentemente acusado de elevar tarifas de IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados, e Taxas de Importação, sobre carros importados, para os quais o Brasil é um dos quatro maiores mercados do Mundo, objetivando proteger a Indústria Nacional, passando a exigir índices mínimos de componentes nacionais, nos veículos aqui montados, cuja totalidade das montadoras multinacionais, o Brasil faz, numa inocência quase franciscana, de tal mecanismo, a Sobretaxação, além de singelo Cambio Flutuante do Dollar (Para o qual cabe a árdua tarefa ao Banco Central, com pesadas perdas do Tesouro, enxugar do Mercado), a sua única Política, de “Proteção de Mercado”, pelo menos, a mais visível, muito ao contrário de Estados Unidos e Europa, quem, além de estabelecer tarifas preferenciais, por exemplo, para China, e outros Asiáticos, o que faculta-lhes o Mercado, estabelecem, também, de forma dissimulada, barreiras outras, menos visíveis, como ridículas Normas Fito-sanitárias, do “Politicamente Correto”, que vão do desmatamento ao suposto trabalho escravo (E Bangladesh ???), além das tarifárias, em si,, contra as quais a OMC nada pode fazer.
Chegamos, nesse escandaloso “Jogo Comercial Internacional”, a ter o nosso Açai, produto típico da Amazônia brasileira, patenteado como Marca, pelo Japão, e a famosa “Cachaça” brasileira, somente podia entrar nosStates, como “Tequila brasileira”: Pasmem !
Assim é que, de forma velada, quando não, escancardamente, criam os Estados Unidos barreiras para a entrada do Álcool, do Suco de Laranja, da Carne Bovina e Suína brasileiros, seja pela, eventual, superprodução de laranja dos Pomares da Florida, ou seja em decorrência da inofensiva, para o Homem, desculpa da “Febre Aftosa”, no caso da Carne Bovina, brasileiros, em medidas tão amplas, e imperceptíveis, que vão desde o derramamento excessivo, impressão, de Dollares no Mercado Mundial, depreciando a Moeda, e tornando o Poder de Compra dos demais países mais vigoroso, seja em barreiras, tais, como, Política Interna de Juros Zero, e o próprio Subsidio do Algodão (Recentemente, o próprio Brasil teve ganho de causa, na OMC, contra os produtores americanos de algodão, que não redundou em nada, pelo Governo Brasileiro, em nível de represália) e da Beterraba, de Açúcar, Européia.
“Jogo Sujo” travado no Mercado Internacional, em que a própria discussão de Doha, já foi ultrapassada, visto acordos bilaterais, entre vários países, Chile/EUA, Japão e México, e a possível União Aduaneira EUA/Europa (Que produzem, e disputam, para os mesmos mercados), enquanto nós mesmos, brasileiros e argentinos, não conseguimos nos entender, no âmbito do Mercosul, sendo constantes as barreiras argentinas ao Brasil, e as represálias deste à Argentina, tudo leva a crer que continuaremos fabricando, ainda, por muitos anos, carros “Tipo” Popular, de 1.0 cc, sem air bag e acessórios (Com elevadíssimo ICMS/Tributos internos), que nenhum outro Pais do Mundo, aceita ou produz, todos fabricados pela VW ou GM Company, para o nosso paizinho de “Ultimo Mundo”, e, fatalmente, continuaremos a ver essas mesmas empresas, sem interesse de crescer, ou concorrer com as suas matrizes, na esfera global, cada vez mais, importando do México (Leia-se NAFTA – Acordo de Livre Comércio da América do Norte), modernos e caros carros, da sua filial Mexicana: Captiva, Malibu, Fusion, Hi Lux, Jetta e Bora, com tecnologia e preço agregado no exterior.
È, portanto, por uma dessas causas implícitas, ou outras assemelhadas, enquanto não nos resolvermos, aqui mesmo, com Reformas Trabalhistas, Tributarias e Morais, penso, melhor seria tivéssemos eleito, mau agouro à parte, para o vistoso Cargo “de faz de contas”, do qual tanto, ora, nos orgulhamos, ao invés do competenteEmbaixador Roberto Azevêdo, o Artista Hollywoddiano “Tom Cruise, de Missão Impossível”, para tratar essas questões, sem rodeios, e com realismo, ante a aparente submissão das Autoridades Brasileiras à própriaInternacionalização do País, já expropriadas as suas mais viçosas Estatais, e completamente escancarado o seu Mercado de Consumo, à Geladeiras e Fogões, genuinamente “Made in Argentina”, porquanto ora fabricamos GE`s e Westinghouse, destruídas e anuladas as nossas fabricas próprias (Consul, Prosdocimo, Brastemp – se lembram ?), à invasão de Carrões oriundos do esquisitíssimo Acordo Automotivo “Made in México” inteiramente comprometidos o nosso Balanço de Pagamentos, Empregos e a própria Fé.
Eu não gosto de ser um estraga-prazer, mas, já o sendo: “Pobre Embaixador Azevêdo, acaso não sabes o que te aguarda ?”
Obs: Texto Publicado originalmente em www.paralerepensar.com.br
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