15 de maio de 2013, em Conflitos em andamento, ONU, por Nicholle Murmel
A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) deve aprovar nesta quarta-feira uma resolução apoiada por países árabes que pede uma transição política na Síria e condena fortemente o regime do presidente Bashar Assad pelo aumento do uso de armas pesadas, informaram diplomatas da ONU.
Mas a resolução não terá o mesmo apoio que o documento anterior, discutido na Assembleia em agosto, que condenava a repressão aos dissidentes, afirmaram as fontes nesta terça-feira, falando em condição de anonimato.
O organismo composto por 193 membros deve votar a resolução na manhã desta quarta-feira. O documento também condena as “graves violações” do governo sírio aos direitos humanos, afirmou o porta-voz da Assembleia, Nikola Jovanovic.
O grupo de países árabes decidiu buscar a provação de uma extensa resolução sobre a Síria na Assembleia Geral, onde não há vetos, para refletir o assombro internacional com o aumento do número de mortos, atualmente em mais de 70 mil, e o fracasso do encerramento do conflito, que já dura mais de dois anos.
Ao contrário das resoluções do Conselho de Segurança, que têm força de lei, as resoluções da Assembleia Geral não podem ser impostas. Mas a aprovação de uma resolução na Assembleia seria um contraponto à paralisia do dividido Conselho de Segurança, onde Rússia e China, aliados da Síria, vetaram três resoluções apoiadas pelo Ocidente com o objetivo de pressionar Assad a interromper a violência.
O embaixador da Rússia na ONU, Vitaly Churkin, enviou cartas pedindo aos membros da ONU que votem contrariamente à resolução. Ele disse que o documento é “unilateral e tendencioso”, além de “contraproducente”, tendo em vista o entendimento alcançado pelo ministro de Relações Exteriores russo Sergey Lavrov e o secretário de Estado norte-americano John Kerry em Moscou, no início deste mês, para convocar uma reunião internacional de acompanhamento sobre a transição política na Síria.
A resolução, patrocinada por países árabes, foi aprovada em agosto por 113 votos a favor e 12 contra, e 31 abstenções.
O documento condena fortemente o uso de armas pesada pela Síria, lamenta o fracasso do Conselho de Segurança em agir, diz que a Síria deve dar o primeiro passo para interromper a violência e destaca que um rápido processo de transição representa a “melhor oportunidade” para resolver a crise de forma pacífica.
Os diplomatas previram que a resolução, que será votada nesta quarta-feira, obterá uma maioria menor, algo entre 100 e 110 votos favoráveis, em razão das preocupações sobre a oposição síria.
Com linguagem semelhante à recomendação de agosto, a o documento destaca que “o rápido progresso de uma transição política representa a melhor oportunidade” para resolver o conflito sírio pacificamente. As informações são da Associated Press.
FONTE: O Estado de S. Paulo
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