Segundo Romeu Rufino, água chega nos reservatórios, mas não na velocidade satisfatória
Aneel: previsão inicial era de que térmicas fossem desligadas em abril (João Wainer/Folha Imagem)
O diretor-geral interino da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, informou, nesta terça-feira, que o nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas do país está se recuperando em velocidade inferior à esperada. Segundo ele, o volume de chuvas está mais baixo do que o normal para o período.
No último dia 15, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) revisou para baixo a previsão para o nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas que compõem o subsistema Sudeste/Centro-Oeste no mês de março. Isso ocorreu porque o volume de água que chega aos rios que abastecem os reservatórios das hidrelétricas dessas regiões foi "significativamente desfavorável".
"O que está acontecendo é que o nível dos reservatórios está se recuperando, está chegando mais água nos principais reservatórios, mas não na velocidade que normalmente ocorre, porque o volume de chuvas está menor", afirmou, após participar de reunião da diretoria do órgão regulador.
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Em outubro, o governo decidiu acionar todas as usinas térmicas devido ao volume mais baixo de chuvas. A previsão inicial era de que, com o início do período úmido, as mais caras, movidas a óleo diesel e óleo combustível, começassem a ser desligadas em abril. Rufino destacou que uma nova decisão a respeito desse assunto somente será tomada pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE). A próxima reunião está marcada para 3 de abril. "O CMSE, certamente, tendo presentes esses dados, vai avaliar permanentemente, como ele faz, e orientar essa questão das térmicas. O que esses dados significam, por enquanto, apenas, é que os reservatórios não estão enchendo na velocidade que gostaríamos", afirmou.
Rufino reiterou que, embora mais caras, as térmicas estão no Sistema Interligado Nacional (SIN) justamente para serem usadas em períodos como o atual. "De fato, elas custam mais caro, não temos gosto por despachá-las, mas elas foram instaladas e têm um custo para ficarem disponíveis, que é como um seguro mesmo", afirmou. "Como não conseguimos regular o nível da água, apenas torcemos para que o regime de chuvas seja bom. Na ausência do volume de chuvas que a gente deseja, as térmicas são despachadas. Vai custar mais caro, mas elas estão aí para isso", acrescentou.
O diretor-geral interino disse ainda que o socorro que o governo dará às distribuidoras com recursos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) ainda será regulamentado pela Aneel. A proposta terá de ser aprovada pela diretoria do órgão regulador.
(com Estadão Conteúdo)
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