Como mostramos no lançamento do Índice Pastel, a inflação acumulada na primeira metade do mandato de Dilma Rousseff alcançou a incrível marca de 40%. Um estudo elaborado pelos economistas Heron do Carmo e Jackson Rosalino, da Universidade de São Paulo (USP), aponta para alta de mais de 30% nos preços dos alimentos, nos últimos doze meses.
Ao contrário do que alegam as autoridades econômicas do governo, os preços dos alimentos ao consumidor atropelaram a inflação em geral e chegaram às alturas. Enquanto o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)-15 subiu 6,43% até março, os preços das frutas, verduras e legumes registram altas de 33,36% e os dos cereais, que incluem arroz e feijão, de 34,09%, revela o estudo que teve como base os dados do IPCA-15, uma prévia do IPCA, o índice de referência para o sistema de metas de inflação.
Mais uma vez o Brasil bate novo recorde de produção agrícola, com safra de 185 milhões de toneladas de grãos, mas os preços dos alimentos foram o principal ingrediente da pressão inflacionária nos últimos doze meses. De agora em diante, o comportamento dos preços do tomate, batata, arroz e feijão norteará o Banco Central na decisão sobre o aumento da taxa básica de juro, que como já noticiamos pouco interfere na vida do cidadão comum, que continua se deparando com os absurdos custos do dinheiro.
Se depender do tomate, que na melhor das hipóteses é vendido a R$ 9,50 o quilo na cidade de São Paulo, o BC não terá alternativa, que não aumentar a Selic, movimento que servirá para o governo fingir que controla a inflação.
Caso o governo demore um pouco mais para tomar alguma medida para reverter a crise econômica, o poder de compra dos salários estará de tal forma corroído que a inflação morrerá de inanição, possivelmente antes dos cidadãos.
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