quarta-feira, 27 de março de 2013

Líder do PSC diz que permanência de Feliciano em comissão é 'irreversível'


Ele afirmou que presidente da Comissão de Direitos Humanos não renuncia.
Líderes tentarão convencer Feliciano a sair em reunião na próxima terça.

Fabiano Costa e Nathalia PassarinhoDo G1, em Brasília
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O líder do PSC na Câmara, André Moura (SE) (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)O líder do PSC na Câmara, André Moura (SE)
(Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)
Um dia após articular uma reunião com lideranças da Câmara para tentar convencer o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) a renunciar, o líder do PSC, André Moura (SE), afirmou nesta quarta (27) ao G1 que “não há possibilidade” de o parlamentar deixar a presidência da Comissão de Direitos Humanos.
Para André Moura, é "fato consumado" a permanência de Feliciano no comando da comissão, decisão que recebeu o aval da bancada do partido.
"O Marco [Feliciano] não irá renunciar. Não há possibilidade. Essa possibilidade não existe. Ele não vai mudar o posicionamento dele. Isso é um fato consumado. Agora, ou deixam a comissão trabalhar e produzir ou será um ano perdido para todo mundo que tem interesses ali", disse Moura.
Mais tarde, no plenário, Moura fez um discurso crítico mirando o PT, que abriga alguns dos principais opositores de Feliciano na Comissão, chamando parlamentares do partido de "falsos moralistas".
Moura lembrou que a Comissão de Constituição e Justiça é integrada e já foi presidida pelo deputado João Paulo Cunha (PT-SP), condenado pelo Supremo Tribunal Federal no processo do mensalão. Também é membro da comissão o deputado José Genoino (PT-SP), outro condenado.
"O que me chama mais a atenção são os deputados do PT que vêm aqui criticar a Comissão de Direitos Humanos. Já que são tão moralistas, por que não serem moralistas, por exemplo, com a Comissão de Constituição e Justiça? Por que não pegar um espelho e olhar para si mesmo e perguntar: por que o PT indica para a Comissão de Constituição e Justiça dois mensaleiros condenados pela mais alta Corte deste País, o STF?", questionou o líder do PSC, aliado do PT na base do governo.

Reunião com líderes
Moura disse que não está confirmada a participação de Feliciano no encontro do colégio de líderes, na próxima terça (2), convocada pelo presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), para tentar convencer Feliciano a renunciar.
“Tem de ver se o Marco Feliciano vai ao colegiado. Pode ser que ele não vá. Ficamos de conversar sobre isso na segunda-feira. Eu entendo que ele deve ir. Não há problema nenhum. São colegas. Ele vai ouvir o apelo e fazer as colocações dele [Alves], o posicionamento dele, que acho que é irreversível. Se ele tivesse de renunciar ao cargo na comissão, já teria feito, com todos os apelos que ocorreram na semana passada”, declarou.
Moura também apoiou a decisão de Marco Feliciano que determinou nesta quarta a retirada do plenário da comissão um manifestante que o chamou de “racista". Na avaliação de André Moura, o deputado agiu “corretamente”.
“Acho que tem de agir todas as vezes assim. No momento em que não houver respeito e ordem, tem de agir com a mesma posição. Ninguém está aqui para ser agredido, para ser enxovalhado. Do mesmo jeito que nós parlamentares temos de respeitar todos que vêm aqui à Casa, temos de ser respeitados. Não é porque somos parlamentares e dependemos do voto do povo é que temos de estar ouvindo o que as pessoas quiserem dizer”, criticou o líder.

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