Caro Sr. Raul Longo - Poeta,
citar os países escandinavos requer antes de tudo uma clara compreensão da história, muito ao contrário do que cita não foi o socialismo que levou estes países ao desenvolvimento, mas sim uma conjuntura de fatores, sendo a questão religiosa a principal e a partir dela a luta pela liberdade, com destaque a liberdade individual e dentro de um rígido compromisso com o princípio da subsidiariedade a vida comunitária.
Todos os países foram edificados dentro da confissão luterana, sendo a maioria do povo formada por mais de 80% de luteranos.
Na Noruega, hoje tem como 1º Ministro o Jens Stoltenberg do Partido do Trabalho, durante seu primeiro mandato como ministro (2001 a 2002) foi polêmico dentro de seu próprio partido, privatizou várias empresas estatais. E entre seus dois governos a Noruega teve como 1º Ministro o Pastor Lutherano Kjell Magne Bondevik dos partidos Kristelig Folkeparti / Kristeleg Folkeparti Isso quer dizer que nos últimos 15 anos mais da metade do tempo foi governado pelo Pastor Lutherano Kjell MagneBondevik.
A Suécia tem sido governada pelo John Fredrik Reinfeldt que é o líder do Partido da Coligação Moderada de ideologia liberal democrata, o atual primeiro-ministro da Suécia, e presidente do Conselho Europeu. E antes dele tivemos o Hans Göran Persson do Partido Social Democrata.
A Finlândia é governada pelo 1º Ministro Jyrki Katainen do Partido da Coligação Nacional ou Partido da Coalizão Nacional que é um partido liberal-conservador.
Na Dinamarca está sendo governada o dia 3 de outubro pela 1º Ministro Helle Thorning-Schmidt. Antes dela foi governado por Lars Løkke Rasmussen, isso entre 2009 e 2011, o líder do partido liberal Venstre. E vale lembrar que nas eleições parlamentares de 2011, o partido governante, o Partido Liberal, foi a força mais votada, entretanto, os partidos da oposição, liderados pelo Partido Social-Democrata de Thorning-Schmidt obtiveram mais votos que a coligação do governo, pelo que o Primeiro-ministro, Lars LøkkeRasmussen, anunciou sua demissão. O parlamento nomeou Thorning-Schmidt, como se previa, pelo que é a primeira mulher a ocupar este cargo na Dinamarca. Antes deles a Dinamarca foi governada pelo 1º MinistroAnders Fogh Rasmussen que é conhecido pelo seu livro Fra socialstat til minimalstat ("Do Estado Social ao Estado Mínimo"), no qual defende uma extensa reforma do sistema dinamarquês de assistência social (welfare system), de acordo com linhas clássicas liberais, i.e. redução de tributos, menor interferência do governo no mercado e em matérias de liberdades individuais.
Quanto a Suécia, vale a leitura do livro “A Suécia depois do modelo sueco” para que se tenha um melhor entendimento sobre a questão política na Suécia.
No mais, como sempre devemos ter o entendimento sobre como cada um desses países estão voltados à liberdade ou não, e a partir daí entender o quanto estamos de fato, no Brasil, e em todos os países dominados pelo Foro San Pablo longe da liberdade, principalmente da liberdade econômica.
Bem, os indicadores estão disponíveis, estes nos permitem relacionar a liberdade com os demais indicadores sociais:
1. "Index of Economic Freedom World Rankings" The Heritage Foundation.
2. "Economic Freedom of the World: Annual Report" do The Cato Institute.
3. "Economic Freedom of the World: Annual Report" do Fraser Institute.
A correlação é simples, os países mais livres são também os mais desenvolvidos e com melhor qualidade de vida. E nos países onde há a maioria de luteranos também valeu a velha máxima:
"Em cada comunidade uma igreja, ao lado dela uma escola" (Dr. Martin Luther)
E o estudo político da política naquela região não nos deve servir de referencial, primeiro que lá prevaleceu a defesa do livre mercado, que legou o desenvolvimento à região, depois veio uma onda de “social-democracia” com seu Welfare State, o que tem sido fatal para as economias escandinavas, e mais recentemente, em 2007 este estado de bem estar social se mostrou falacioso, quando pela primeira vez, desde 1945, os socialdemocratas passaram para a oposição, isso ao mesmo tempo, na Dinamarca, na Finlândia e na Suécia, onde então foram conduzidas inúmeras reformas, até mesmo depois com governos sociais democratas.
O problema é que sem conhecer as razões o “modelo escandinavo” transformou-se numa espécie de terra prometida da política europeia. Na imaginação de muitos europeus, é um paraíso social no mundo violento e egoísta da globalização capitalista, mas onde há riqueza e não pobreza.
Ficava sempre bem na lista de promessas das campanhas eleitorais. E é curioso que as esquerdas do sul da Europa olhavam para o norte como um exemplo, no preciso momento em que as suas populações colocaram os partidos do centro-esquerda fora do governo.
Olhar a Escandinávia o que podemos enxergar, não dentro de uma boa perspectiva, mas dentro de uma realidade de mudança, foi a transformação significativa na natureza ideológica. Passou a ser até mesmo bastante liberal, e abandonou o protecionismo nacionalista. Embora seja conservadora no respeito pelas tradições e pela identidade dos seus países, é socialmente mais tolerante e progressista, principalmente nas questões ambientais e dos direitos das mulheres.
Para nós é importante observar e de lá tirar alguns exemplo-os, a questão da educação é a principal. E deve ser notado que são democracias parlamentares, com economias de mercado e sociedades pluralistas. O que os cidadãos dos países escandinavos estão a dizer é que o poder do Estado e as políticas sociais devem ser instrumentos ao serviço da liberdade e do bem-estar individual e não fins em si mesmo. Mas esta lição não foi aprendida pelos países da franja do mediterrâneo. E o mais grave, não serviu de reflexão a maioria dos latino-americanos, exceto talvez aos chilenos e uruguaios. Quanto aos chilenos, basta ver onde estão em termos de liberdade e quais são seu indicadores sociais. Mas isso não serve, infelizmente de referencial a pessoas como o senhor, Sr. Longo, pois não sustenta seus ideias ideológicos e sua cobiça na propriedade alheia. No mais recomendo que continue a ver e usufruir a privilegiada vista da Ponte Hercílio Luz no nascer e no pôr do Sol. Isso enquanto vou para Floripa para trabalhar na CERTI e dar minhas aulas na UFSC. E dar minhas longas e suadas caminhadas no entorno da Lagoa da Conceição.
Não acredito que seja producente ficar na rede divagando sobre socialismo.
Abraços,
Gerhard Erich Boehme
gerhard@boehme.com.br
+55 (41) 8877-6354
Skype: gerhardboehme
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Brasil
Cara, trata-se de um modelo ECONÔMICO de bem estar social. Economia é uma ciência. Tire a palavra religião disso.
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