Delegação recebeu o apoio de torcedores mirins no desembarque em Buenos Aires, antes do jogo contra o Boca Juniors pela final da Copa Libertadores
25 de junho de 2012 | 18h 43
Fábio Hecico - Enviado Especial - estadão.com.br
BUENOS AIRES - Sob os gritos de 'Corinthians, Corinthians', de um coro formado por jogadores de um time infantil de Tucuman, a delegação do Timão chegou a Buenos Aires. Cerca de 50 pessoas, praticamente todas argentinas, receberam o finalista da Libertadores, numa chegada que foi uma calmaria só. Apenas quando se aproximava do ônibus que alguns arriscaram uns gritos de 'Boca, Boca', mas a maioria ali estava mesmo para incentivar.
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Robson Fernandjes/AE
Garotos argentinos cercam ônibus do Corinthians no desembarque em Buenos Aires
Bem diferente de outras capitais da América do Sul, nas quais os seguranças sofrem para levar os jogadores até o ônibus e a pressão já é visível na chegada, em Buenos Aires, até agora, o Corinthians se sente em casa.
Para se ter uma noção da vida fácil encontrada por jogadores e comissão técnica, o maior trabalho para a delegação foi tirar fotos com entusiasmados jovens de Tucuman Futbol Club, alunos de uma escolinha de futebol que aguardavam para embarcar para a Europa, onde disputarão torneios de sub-10 e sub-11 em Paris e Barcelona pelo CEF 18. ""Vai ser 3 a 0 para o Corinthians, tenho certeza. Sou apaixonado pelo River Plate e sei que o Emerson, o Paulinho e o Danilo vão fazer os gols", dizia, entusiasmado, Eugenio, de 11 anos, que ficou feliz por receber um sinal de positivo do atacante Emerson na janela do ônibus. "Faz um gol pra mim", pediu e recebeu um aceno de cabeça. Depois, correu para contar aos amigos Alvaro, Augusto, Marcelo, Javier, Maxmiliano, Matheus, Mauro, Rodrigo e Mercuso que 'ganharia' um gol do Corinthians.
No meio daquela molecada toda, o entusiasmado Alejo chamava a atenção com sua camisa da seleção argentina e a ansiedade para tirar fotos de jogadores que nem conhecia. "Quero tirar foto, são craques", dizia. Mas só sabia dizer o nome de Paulinho e Emerson. E, mesmo com o coração sendo do Boca, ele curiosamente não apostou em seu clube. "Uh, deixa eu pensar? Os dois times têm bons atacantes, o Corinthians com Paulinho (para os meninos argentinos, que só veem seus gols, o volante joga na frente) e o Boca tem o Mouche. Vão ser dois empates e a decisão será nas penalidades. E que ganhe o melhor", discursou, antes de sair correndo para abraçar Luiz Carlos Ramos, um simpático brasileiro de 64 anos que está a passeio em Buenos Aires e aproveitou para esperar pela delegação alvinegra. "Infelizmente aqui não vou poder ver o jogo, mas lá talvez esteja no estádio. Moro perto do Parque São Jorge e farei de tudo para ver o time campeão", falou, cheio de pose e com uma camisa não oficial do clube nas mãos. "Não foi surpresa nossa chegada na final e vamos ganhar aqui, vamos ser campeão invicto", dizia, com convicção.
E para quem achava que ele mostraria respeito ou receio da temida La Bombonera, uma declaração surpreendente. "Vai ser mais fácil aqui do que lá. A gente se defende bem, eles vão partir para a pressão, mas vamos ganhar nos contra-ataques fortes. Será 1 a 0 aqui e lá, apesar do sufoco, faremos 2 a 0. Nossa equipe marca pouco (gol), mas faz o suficiente."
Os jogadores, com passo apressado, mas sem esconder a satisfação pela recepção, agradeceram o apoio e prometeram muita luta. Paulinho, rodeado pela gurizada, foi quem mais posou para fotos. Até o volante reserva Willian Arão foi assediado. "Uma viagem diferente e agora temos de fazer algo diferente. Não tem motivação maior do que chegar à final da Libertadores diante do Boca, e ainda mais com uma recepção dessas. Vamos ficar bastante focados para ir bem nessa decisão", disse Paulinho. "Temos de nos portar bem, mas saber que são apenas os primeiros 90 minutos."
O meia Alex também estava no clima de entusiasmo. Autor de um gol em La Bombonera pelo Inter em 2008, ano no qual o time ganhou a Sul-Americana, ele agora quer escrever sua história pelo Corinthians. "O chute de fora da área pode ser um diferencial no jogo e temos de tentar usá-lo a nosso favor. Agora sobre o Inter foi algo que ficou para o passado. A hora é de escrever o futuro."
Para evitar possíveis complicações, os jogadores entraram rapidamente no ônibus. Mas o veículo demorou para sair e, por ser de dois andares, muitos jogadores que estavam na parte de baixo ficaram ao lado da torcida. Com fones no ouvido e aparelhos eletrônicos nas mãos, podiam, mas não evitaram retribuir o carinho, como fizeram Sheik, Jorge Henrique, Castán e Fábio Santos, entre outros. Mais sereno, o presidente Mário Gobbi pregava por uma final dura e sem favoritos."Estamos invictos, só que cada jogo é uma história, ninguém é campeão pela campanha. Vamos jogar contra um grande time, um dos que mais venceram, é dificílimo jogar aqui, mas nós temos time, vamos jogar, vamos
batalhar."
batalhar."
Atualizado às 19:25
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