terça-feira, 6 de maio de 2014

Astrônomos medem pela primeira vez a velocidade de rotação de um exoplaneta



Um dia no exoplaneta Beta Pictoris b dura oito horas, e sua velocidade de rotação é superior à de qualquer outro planeta do Sistema Solar

Estrela Beta Pictoris
Estrela Beta Pictoris, ao redor da qual orbita o planeta ( ESO/ L. Calcada/AFP)
Uma equipe de astrônomos conseguiu medir pela primeira vez a velocidade de rotação de um exoplaneta (planeta que se encontra fora do Sistema Solar), anunciou nesta quarta-feira o Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês). Segundo o ESO, os pesquisadores comprovaram que o exoplaneta Beta Pictoris b demora oito horas para completar o ciclo de um dia, girando a 100.000 quilômetros por hora, uma velocidade maior que a da Terra, que é de 1.700 quilômetros por hora, e superior à de qualquer outro planeta do Sistema Solar.
O Beta Pictoris b, que orbita ao redor da estrela Beta Pictoris, é dezesseis vezes maior, tem 3 000 vezes mais massa e está a 63 anos-luz de distância, na constelação austral de Pictor. Trata-se também de um planeta que conta com apenas 20 milhões de anos — a Terra tem aproximadamente 4,5 bilhões. A equipe de astrônomos holandeses da Universidade de Leiden e do Instituto para a Pesquisa Espacial dos Países Baixos utilizou em seu estudo o instrumento Crires, instalado no Very Large Telescope (Telescópio Muito Grande), situado no norte do Chile.
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"Não se sabe por que alguns planetas giram rápido e outros mais devagar, mas esta primeira medida da rotação de um exoplaneta mostra que a tendência vista no Sistema Solar, no qual os planetas mais maciços giram mais depressa, pode aplicar-se aos exoplanetas", explica o coautor do estudo, Remco de Kok. Os astrônomos também apontaram que o exoplaneta deve esfriar e encolher, o que faz com que gire ainda mais rápido.
"Descobrimos que diferentes partes da superfície do planeta se aproximam ou se afastam de nós a diferentes velocidades, o que só pode significar que o planeta gira ao redor de seu eixo", afirmou o pesquisador Ignas Snellen. Este novo resultado estende aos exoplanetas a relação entre massa e rotação existente no Sistema Solar, e os cientistas preveem que no futuro o uso do European Extremely Large Telescope (Telescópio Europeu Extremamente Grande) permitirá aos astrônomos fazer mapas detalhados destes corpos celestes.

Descobertas envolvendo exoplanetas

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Cores

O primeiro exoplaneta a ter a cor identificada foi o HD 189733b, localizado a 63 anos-luz da Terra. Para investigar sua coloração, os pesquisadores usaram o espectrógrafo do Telescópio Hubble. O aparelho mediu as mudanças na luz refletida pelo planeta durante toda a sua órbita e concluiu que, assim como a Terra, o HD 189733b é azul. A descoberta foi feita no ano passado e, meses mais tarde, um planeta cor-de-rosa foi encontrado — o GJ 504b.

"Se pudéssemos viajar para esse planeta, veríamos um mundo ainda brilhando com o calor de sua formação, com uma cor que lembra flores de cerejeira, um magenta escuro", afirmou Michael McElwain, pesquisador do Centro de Voo Espacial Goddard da Nasa, em Maryland, nos Estados Unidos, que participou da descoberta.
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(Com Agência EFE)

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