domingo, 18 de maio de 2014

Copa "meia boca" da Dilma: 6 dos 9 hotéis financiados pelo BNDES não ficam prontos.




Hotel que deveria receber os jornalistas da Copa, no plano da FIFA, está pela metade. Não diferente do de 59% das obras para o evento, que a Dilma não conseguiu terminar.
O BNDES repassou R$ 346 milhões para financiar a construção de hotéis que deveriam receber torcedores e delegações estrangeiras na Copa, mas não ficarão prontos até o fim do torneio. Dos nove empreendimentos aprovados pelo programa ProCopa Turismo para o Rio, principal cidade-sede do Mundial, apenas três foram concluídos no prazo. Os outros seis hotéis, que ofereceriam 2.045 novos quartos, estão com as obras atrasadas ou paralisadas. Alguns deles podem ser entregues só em 2016, às vésperas dos Jogos Olímpicos.
Os repasses destinados a projetos que não ficaram prontos a tempo representam 86% dos R$ 404,4 milhões que o banco público já liberou para ampliar o número de vagas na cidade. Os financiamentos do BNDES oferecem taxas de juros abaixo das que são cobradas no mercado e condições especiais de pagamento.
Os atrasos já obrigaram a Fifa e grupos estrangeiros a mudar seu planejamento para a Copa. A entidade havia orientado as empresas credenciadas a instalar suas equipes no Gran Mercure Riocentro, vizinho ao centro internacional de mídia. O grupo responsável pelo projeto recebeu R$ 74,1 milhões. No entanto, o hotel não ficará pronto, e os jornalistas tiveram que buscar novas acomodações.
EIKE
No segmento de luxo, a principal aposta do ProCopa era a reforma do Hotel Glória, que receberia autoridades e chefes de Estado que assistirão a jogos no Maracanã. O BNDES aprovou financiamento de R$ 200 milhões, dos quais R$ 50 milhões chegaram a ser liberados. Com a derrocada do empresário Eike Batista, a obra foi abandonada. Na quinta passada (15), o canteiro estava fechado, sem nenhum funcionário.
Os maiores projetos que deixarão de ser entregues para a Copa são o Windsor Mar da Barra (496 quartos) e o Grand Hyatt Barra (436 quartos), ambos na zona oeste. Somados, já receberam R$ 126,7 milhões do banco público. Também ficaram para trás o Arena Leme, que recebeu R$ 2 milhões e tem 13% das obras concluídas, e o Hilton Barra, que obteve R$ 93,4 milhões.
No total, o ProCopa Turismo previa investimento de R$ 2 bilhões na construção de hotéis para o Mundial, incluindo o financiamento e as contrapartidas privadas. Ainda há projetos inacabados em Porto Alegre e Recife.
OUTRO LADO
A direção do BNDES afirmou que a conclusão das obras antes da Copa não foi uma condição para emprestar os recursos. "O nome ProCopa não é o mais feliz, mas o objetivo não era atender os 40 dias, mas sim mudar o patamar do setor de turismo", disse Maurício Neves, superintendente da área industrial do banco. O portal do governo federal deixa claro, no entanto, que o ProCopa foi lançado com o objetivo de financiar a "construção, a reforma, a ampliação e a modernização da rede hoteleira para a Copa".
De acordo com Neves, o banco continuará financiando projetos de hotelaria mesmo após o Mundial. "Nós não tínhamos um relacionamento com o setor e agora ele foi incorporado ao orçamento do banco", disse o executivo. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio, a taxa de ocupação da cidade para o Mundial já é de 90%. Milhares de turistas têm procurado albergues e até motéis para driblar a falta de vaga e os altos preços das diárias na cidade. (Folha de São Paulo)

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