Vídeo entregue à Polícia Civil mostra Ane Kelly Santos, de 26 anos, sendo torturada por três horas, por quatro pessoas; três acusados foram presos em Barueri
12 de maio de 2014 | 13h 43
Laura Maia de Castro e Mônica Reolom - O Estado de S. Paulo
Atualizada às 21h46
Hélio Torchi/Estadão Conteúdo
Três pessoas foram presas suspeitas de envolvimento no caso
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Segundo o delegado Itagiba Franco, titular da Divisão de Homicídios do Departamento de Homicídio e de Proteção à Pessoa (DHPP), Jacson Nunes Pereira, de 21 anos, guardava R$ 27 mil em casa. Ele mesmo confessou que o dinheiro é proveniente de roubos de motos e carros e de máquinas caça-níqueis. Pereira começou a perceber, no entanto, que a quantia estava diminuindo nos últimos tempos.
Pereira desconfiava de três pessoas: de sua namorada, Renata Fonseca da Silva, de 27 anos; de seu amigo Valmir Lima de Oliveira, também de 27; e de Ane Kelly, a vizinha manicure que fazia faxinas esporádicas em sua casa. A manicure, no entanto, era sua principal "suspeita". Pereira notou que, nas últimas semanas, Ane Kelly fazia compras incompatíveis com sua renda, como uma televisão. Em depoimento, Pereira afirmou que ela roubou todo o dinheiro que ele guardava. "A gente trabalha para conseguir as coisas", disse, em depoimento.
A primeira informação divulgada pela polícia era que a manicure havia sido linchada por roubar alimentos.
Tortura. Pereira levou os três para um barraco usado por usuários de droga da região. A ideia era matar todos que estivessem envolvidos no roubo. Na primeira coronhada, a manicure teria confessado. Então, Pereira, seu amigo, a namorada e um adolescente que estava usando drogas no local tentaram enforcá-la, furaram um de seus olhos com um garfo, a queimaram, atiraram com um revólver em seu pé e martelaram o dedão de um dos pés. Depois, jogaram sal nos ferimentos.
"O vídeo é de uma selvageria e maldade tão grandes que é difícil suportar que um ser humano faça isso com outro", disse o delegado Franco. "Ele (Pereira) disse que ficou ainda mais irritado com Kelly porque ela não chorou durante a tortura. Ela apenas pediu para que não a matassem."
A manicure foi levada até uma vala que Pereira teria cavado antecipadamente. No vídeo, ela deita dentro da cova e Renata diz que a moça ainda está viva. Um dos suspeitos, então, bate com uma enxada na manicure, que é enterrada em seguida. A polícia aguarda exames para saber se ela foi enterrada viva.
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