Joseph Franklin justificou o crime ao defender a 'supremacia branca'. Ele também confessou ter tentado matar o editor de pornografia Larry Flynt
Manifestantes contrários à pena de morte fazem manifestação em Saint Louis, no Missouri (Reuters)
Autoridades do estado americano do Missouri executaram na manhã desta quarta-feira com uma injeção letal Joseph Paul Franklin, de 63 anos, defensor da "supremacia branca" que confessou matar mais de vinte negros e judeus entre 1977 e 1980. Franklin também baleou o editor de pornografia Larry Flynt, que acabou ficando paraplégico em consequência dos ferimentos – o episódio foi mostrado no filme O Povo contra Larry Flynt, de 1996.
A execução estava originalmente prevista para ocorrer na terça-feira à noite, mas acabou sendo adiada por ordem de dois juízes. Horas depois, outro tribunal derrubou as decisões, abrindo caminho para a morte de Franklin. O racista confesso aguardava há quinze anos pela execução na prisão de Potosi. Ele foi condenado por um total de sete assassinatos, todos com motivação racial. Franklin foi preso em 1981 e estava no "corredor da morte" desde 1998.
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O crime que lhe valeu a pena de morte foi o assassinato em 1977 de um homem na saída de uma cerimônia de bar mitzvá em uma sinagoga do Missouri. Outras condenações, como as sentenças pelos assassinatos dois negros em 1980, lhe valeram penas de prisão perpétua. Franklin também confessou ter atirado em Larry Flynt, o notório editor da revista pornográfica Hustler, em 1978. Os ferimentos acabaram deixando Flint parcialmente paralisado.
Ao confessar o crime, Franklin disse que atacou Flynt porque o editor havia publicado fotos de sexo inter-racial em sua revista. Nas últimas semanas, Flynt chegou a pedir clemência para Franklin, afirmando ser contra a pena de morte e que a prisão perpétua era mais adequada.
Joseph Franklin
Droga - A execução se mostrou especialmente problemática porque na última hora o estado trocou a fórmula do coquetel de drogas que seria administrado para matar Franklin. A administração penitenciária esperava usar uma droga chamada propofol, mas o fabricante, uma empresa alemã, suspendeu as vendas da substância para uso em execuções. Com isso, foi necessário usar pentobarbital, fabricado por uma farmácia de manipulação. Foi a primeira vez que tal droga, que é administrada em única dose, foi usada em uma execução no Missouri.
Horas antes da execução, uma juíza mandou suspender a execução atendendo um pedido da defesa do condenado, que havia levantado dúvidas sobre o uso da droga, como a suspeita de que ela poderia causar “dor desnecessária”. A defesa também alegou que Franklin era esquizofrênico, e, portanto, não poderia responder por seus crimes. Esse pedido também foi atendido por outro juiz. Algumas pessoas contrárias à pena de morte se manifestaram em Saint Louis, a segunda maior cidade do Missouri.
O Ministério Público recorreu das decisões e conseguiu derrubá-las. A autorização para a execução também recebeu aval da Suprema Corte do país. Depois da derrubada das decisões, a suspensão passou a depender do governador do Missouri, Jay Nixon. Ele acabou negando clemência alegando que Franklin cometeu “ato impiedosos de violência motivados pelo ódio”. Franklin acabou recebendo a dose fatal às 6h07 no horário local (10h07 no horário de Brasília). Ele morreu dez minutos depois. Nenhuma declaração final foi divulgada.
Os principais criminosos executados nos EUA
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Carl Panzram (morto em 5 de setembro de 1930)
Filho de imigrantes vindos da Prússia, Carl Panzram se notabilizou como um dos serial killers mais temidos do início do século XX. Estuprador, incendiário, sodomita e arrombador, o criminoso confessou 22 assassinatos de homens e meninos. Antes de ser enforcado em 5 de setembro de 1930, Panzram entrou para a história com duas emblemáticas frases. Ao ser julgado, o maníaco afirmou que não estava nem um pouco arrependido de todos os crimes que havia cometido. No dia de sua execução, ele foi perguntado se havia algo a dizer: “Sim, ande logo com isso, bastardo. Eu poderia enforcar doze homens enquanto você fica enrolando”, disse Panzram ao seu carrasco.
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