O Dr. Kakay é reconhecido como um exitoso advogado em Brasília, além de ser muito bem relacionado (todo brilhante advogado é muito bem relacionado, o que também contribui para o êxito) mas os bons, na defesa de clientes ou amigos, usam enquadramentos supostamente existentes que muitas vezes não representam o que eles passam para o público leigo. Veja essa declaração do Dr. Kakay sobre a destinação dos condenados: “É absurda porque os presos se entregaram e têm o direito de cumprir as penas nos seus Estados e no regime certo. A lei de execução penal (Lei 7.210, de 11/07/84 e suas alterações) do Doutor é diferente da que está sancionada. Reli a regra por inteiro, com suas alterações e não encontrei nada que obrigasse o Estado atender ao tal direito, que na verdade não existe na lei. Mas como no Brasil tudo pode para defender essa turma, é possível que esse “direito” apareça. Um outro fato dito de forma sensacionalista, e aqui sim, repito, sensacionalista, é a declaração do Doutor quanto a forma de transporte utilizada para os condenados. O jato é oficial, de Polícia Federal, pode e deve ser usado em serviço; houve discrição, não se viu descumprimento da lei, como utilização de algemas, etc; a imprensa foi, de certa forma, conservada a distância (mas dentro de sua obrigação profissional procurou registrar o que pode). O Brasil acompanha com interesse (e com certo ceticismo, que vem diminuindo) essas movimentações sobre o mensalão desde a denúncia ao STF, passando pelo julgamento e tudo, com transparência. A dimensão do crime é pior do que se propaga, no seu reflexo na sociedade e nas gerações futuras, muitas vezes manipuladas por falsas propagandas e pelo aproveitamento da rebeldia da juventude, esta, bem característica dos jovens. O Sr. Ministro Joaquim Barbosa não extrapolou coisa nenhuma, como declarou o doutor, dizendo que é comportamento de candidato, inclusive. E se for? É uma ilação sua. O doutor não fala nada sobre a utilização indiscriminada de jatinhos para lazer de suas amizades, regados a caviar Beluga e champanhe francesa, com dinheiro do tesouro nacional. Santa paciência. Além disso, seu amigo-condenado é perigoso para a nação, como constante manipulador de opinião no âmbito do seu partido e no seu blog pessoal. Usou e usa politicamente de todos os meios para salvar a pele, esquecendo que sua defesa se faz na justiça. E não precisa, doutor, justificar sua amizade com o Sr. José Dirceu. Essa é uma questão pessoal sua. O que a sociedade espera é o melhor exemplo que uma Corte pode dar, qual seja, “não há mais privilégios para as elites deste país”, da qual seu amigo faz parte.
Carlos Esteves
Rio Branco - A
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