quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Depois da liberdade desaparecer...


Haverá quem diga: "Ah, mas eles foram anistiados!" Os militares, também. "Os crimes estão prescritos!" Os dos militares, também. "Mas a tortura é crime inafiançável!" O terrorismo, também.

Há, nas linhas que se seguem, tristeza, dor e revolta. Tristeza, por ver onde nos trouxe a filosofia leninista adotada, sem qualquer escrúpulo, pelos atuais “donos do poder”. Dor, por ver como o brasileiro se deixa embair por histórias da Carochinha, tipo “nunca antes nesse País”, empurradas goela abaixo como iguarias raras. Revolta - e vergonha – por ver a que ponto de sabujice foram levadas as Instituições brasileiras.

O estopim que deflagrou a tristeza, a dor, a revolta e a vergonha foi a longamente cantada, em prosa e verso, Comissão da Verdade (do PC do B). Melhor seria que lhe fosse dado o nome de Comissão da Mentira, Comissão da Perseguição aos Vencedores, ou outra denominação qualquer, deixando bem claro, numa paráfrase de Prestes em 1961, que hoje a esquerda está no governo e no poder. 
Caminhamos, esta é a verdade, pelo mesmo penoso e triste caminho trilhado pelas Forças Armadas da Argentina. Ontem, orgulhosas. Hoje, mal pagas, mal armadas, aviltadas em seus valores, vêem velhos chefes arrastados às barras dos tribunais pelo crime de terem impedido, a ferro, fogo e sangue, o domínio que as violentas facções marxistas desejavam, a ferro, fogo e sangue, impor à nação argentina.

A esquerda, formada por comunistas, socialistas, social-democratas, etc., conseguiu, sob a égide de um auto-exilado, dar o primeiro e decisivo passo na busca de vingança: criou o Ministério da Defesa, retirando os chefes militares dos centros decisórios e, a partir daí, passo a passo, passou a ditar a política das Forças Armadas a buscar a criação, interna corporis, de cisões impensáveis no passado, qual a afirmação de que a nova Força nada tem a ver com as antigas.

Paralelamente, contando com a proverbial falta de memória do brasileiro comum, tudo fizeram e fazem para reescrever a história dos governos militares, tachando aquele período de “anos de chumbo” quando, os mais velhos lembram ainda, foram anos de ouro para o Brasil. Na impossibilidade física de levar um General ao banco dos réus, a exemplo do que ocorre na Argentina, urgia encontrar um bode expiatório.  Foram achá-lo na pessoa do hoje coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, então um simples Major inserido na cadeia de comando do então II Exército e que recebeu, à época, a missão de comandar o Destacamento de Operações de Informações (atualmente Inteligência). E, no seu cumprimento, juntamente com seus comandados, teve tanto êxito que, desde o governo Sarney, quando Adido Militar no Uruguai, tornou-se o alvo predileto da esquerda raivosa, substituindo a vítima anterior, o delegado Fleury do DOPS/SP, já falecido.

Enganam-se os que pensam ser o Cel Ustra o único que será levado ao banco dos réus.  Comandantes de outros DOIs e seus comandados, que tiveram êxitos semelhantes em suas áreas de atuação e componentes de outros órgãos que agiram nessa luta, também serão chamados a depor. O processo já está esquematizado: os beleguins da “Comissão da Verdade do B”, identificarão os pretensos autores dos crimes - quem matou quem, quem torturou quem, etc. E aí, conforme asseverou a ministra Maria do Rosário em outras palavras, na entrevista concedida à TV Brasil no dia 30 de outubro, contam que uns poucos, em troca da chamada delação premiada, digam cobras e lagartos dos seus antigos comandantes e mesmo de companheiros, dando ares de verdade às mais descabidas acusações.

Após, terão início os processos na área cível, movidos pelos familiares ou pelas pretensas vítimas (que já foram indenizadas pelo Estado), para pedir indenização aos agentes que venham a ser identificados.

Nesse sentido, o STF já abriu as comportas com resposta a pedido do advogado do Cel Ustra: a Anistia não isenta, na área cível, a reparação monetária de pretensos crimes que, após 40 anos, há muito estão prescritos. Há que ressaltar não proceder tal pedido de indenização, eis que tais pessoas  eram tão somente agentes do Estado designados para  a função de combate ao terrorismo, apoiados por uma Diretriz Presidencial voltada para o combate à subversão comunista. De mais a mais,  já regiamente concedido pelo Estado, um pedido de indenização não cabe ser estendido ao agente, mero executor das leis vigentes na ocasião.

Que ninguém se iluda! Como a maioria da população desconhece a Comissão da Verdade, haverá necessidade de torná-la conhecida através intensa campanha midiática em cujo bojo, além da demonização dos vencedores de ontem, transformados maquiavelicamente nos derrotados de hoje, será preconizada a derrogação da Lei da Anistia. Conhecendo o estofo moral dos nossos legisladores, esta não será a etapa mais difícil do processo que vem sendo conduzido por um governo de vezo totalitário, corrupto e revanchista. E assim, restará reescrita a História do Brasil segundo a ideologia marxista.

Antes que o desastre se consuma, antes de ser imposto ao povo brasileiro o regime do partido único, deve haver uma resposta que impeça tal descalabro. Que os possuidores de voz, que os estudiosos das leis, que as próprias Instituições iniciem, sem tardança, uma campanha na qual os familiares das vítimas dos terroristas exijam que seja revelada a identidade dos criminosos – alguns já confessaram, em livros e entrevistas – e, ao depois, entrem com processos cíveis em busca de indenização. Que os sábios e os doutos nos digam se não cabe, inclusive, uma ação popular, ou uma ação nos moldes da movida pelo Clube Militar no caso Lamarca. Haverá quem diga: "Ah, mas eles foram anistiados!" Os militares, também. "Os crimes estão prescritos!" Os dos militares, também. "Mas a tortura é crime inafiançável!" O terrorismo, também.

A esquerda sonha em cassar nossa liberdade, mas conforme afirmou Chateaubriand, “depois da liberdade desaparecer, resta um país, mas já não há pátria.” Lutemos, pois, pela verdade, pela democracia e pela pátria.

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