terça-feira, 15 de novembro de 2011

Sobre os "torturados" e "desaparecidos", segundo Marta e Erundina






Os temas “desaparecidos” e “torturados” ganham, frequentemente, generosos espaços de mão única nos meios de comunicação social. São temas emblemáticos, com forte conteúdo emocional, aos quais acrescentaríamos os “justiçados” e os “abandonados”, estes praticamente não divulgados, mantidos em sigilo, fora das discussões e dos debates, pois abalariam convicções, estimulariam autocríticas e mudariam a história.
No que diz respeito aos “desaparecidos”, nos governos das prefeitas Erundina e Marta Suplicy chegou-se a falar, de forma genérica e irresponsavel, das “ossadas”. Em 09/04/2003, no portal da prefeitura de São Paulo -governo Marta Suplicy-, foi publicado um texto interessante, porém mal intencionado, do qual destaco: “O Serviço Funerário também participou ativamente da localização de mais de mil militantes políticos que foram assassinados e enterrados em vala clandestina no cemitério de Perus”. Um desmentido incisivo e consistente, publicado em um livro lançado em Brasília em abril de 2006, alicerçado em pesquisa nos jornais da cidade de São Paulo, dos primeiros anos da década de 70, mostrou a leviandade da afirmação e a irresponsabilidade de declarações dessa espécie. Se as prefeitas fossem sérias, honestas e competentes, por certo demitiriam os “companheiros” que faltaram com a verdade, virtude exigida de todos aqueles que participam da administração pública. Mas afinal, são mais de mil desaparecidos só em São Paulo, como publicou uma autoridade da Prefeitura da capital, ou 140(?) no Brasil, como afirma o ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos? Como levar aos tribunais os que destilam ódio e os que utilizam a mentira e a falsa denúncia como instrumentos para perseguir e processar os que sempre os combateram? Como se falar em mais de mil desaparecidos, se os mortos de ambos os lados, aí incluídos os que foram executados sem possibilidades de defesa pelos terroristas -amigos, inimigos e neutros-, chega a cerca de quatrocentos e trinta? Essa farsa não merece um debate mais aprofundado do período da "luta armada 1964/74? Quem se habilita a ele? Acredito que ele deva se antecipar a 1961 ou 1956, já que fatos de relevância ocorreram  nesses anos, significativos e determinantes para convulsionar e integrar a Ásia, a África e a América Latina no processo revolucionário.  Aos que buscam a verdade, pesquisar em arquivos de TV, revistas e jornais da década de 70, por certo recompensará àqueles que desejam, com isenção, conhecer o passado e iluminar a história. Acessar os inúmeros depoimentos de próprio punho, por certo recompensará àqueles que querem conhecer a verdade e que desejam desvendar episódios ainda não totalmente esclarecidos à Nação. 
Quanto aos “torturados”, assunto normalmente abordado de forma também leviana e irresponsável, as "acusações até hoje se fazem como ações entre amigos”, com fatos, circunstâncias, testemunhas, datas e nomes que divergem no supérfluo para dar, propositalmente, "credibilidade" ao conjunto das acusações. Divergências que são “justificadas”, aparentemente, pela grandeza do tempo passado. Mas convergem e combinam no essencial, quando todos falam a mesma linguagem e fazem as mesmas acusações, independente de comprovação técnica e/ou jurídica.
Assim, artigo já publicado na internet sobre o tema trata, especificamente, das declarações de duas ex-militantes de organizações terroristas das décadas de 60 e 70. A artista Elizabeth Mendes de Oliveira (Bete Mendes) e a presidente Dilma Rousseff.
A primeira, quando Dep Federal, fez graves e contundentes acusações de “tortura” a um militar do Exército. Com fatos e argumentos claros, concisos, precisos e consistentes, o militar publicou o livro "ROMPENDO O SILÊNCIO" em 1987, onde contestou as acusações, comprovou as mentiras e levou-a a abandonar a política partidária. Ou será que foi pressionada pelos seus “companheiros” por desmoralizar, com suas mentiras, as principais armas dos “revolucionários”? Bete Mendes se calou. Desapareceu por um longo período. Foi acolhida pela Rede Globo, pelos “serviços prestados”, que a contrata, já há alguns anos, como coadjuvante em suas novelas. Quando se torna conveniente, como acontece normalmente com os corruptos, BETE MENDES desaparece das novelas. 
Quanto à presidente, as acusações genéricas de tortura, formuladas de forma extemporânea ao ser ouvida como candidata em uma CPI do Congresso Nacional, não resistem a uma investigação séria e profunda de pessoas, fatos, datas, locais e circunstâncias. Acredito que alguns “companheiros” possam se imolar pela vítima em nome da causa, como alguns se imolaram por um partido em 2005 e 2006, nos episódios do “recurso não contabilizado” do Delúbio e do “mensalão” do Dirceu, em especial se houver uma cicatriz ou um “trauma” que justifique uma “sevícia”.
Em relação aos “justiçados”, seria conveniente e revelador que o P C do B, num gesto de boa vontade, se responsabilizasse e divulgasse o destino do “guerrilheiro” Rosalindo de Souza (“Mundico”) e localizasse o corpo para entrega aos seus familiares. Seria conveniente, também, que assumisse a responsabilidade pela morte de um soldado do Exército, que trabalhava isoladamente como outros militares, e revelasse a  localização de seu corpo. Tenho a convicção de que os arquivos do partido, aí incluindo livros, jornais, documentos e prospectos das décadas de 60 e 70, por certo esclareceriam muito mais do que hoje está disponibilizado aos estudiosos do assunto e à "comissão da verdade" (ou da calúnia?). 
Finalizando, acredito que ex  integrante da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo de Tarso Vannuchi, um burocrático ex militante da Aliança Libertadora Nacional (ALN), com a “isenção” que o seu cargo exige e, também, num gesto de boa vontade, identificará e divulgará as razões pelas quais Monir Tahan Sab, então também militante da ALN, foi “abandonado” às pressas pela organização e por seus companheiros, em estado crítico de saúde, no dia 08 de outubro de 1971, em São Paulo/SP, por ser considerado naquela circunstância um estorvo. Monir se restabeleceu dos graves ferimentos, graças aos cuidados que lhe foram dispensados pelo Exército, reconhecido em um depoimento de próprio punho transcrito no livro “A Verdade Sufocada, a história que a esquerda não quer que o Brasil conheça”.
           
                  Gen  Aloísio Rodrigues dos Santos




Obs: Por oportuno, e de forma a contribuir com aqueles que clamam por maiores conhecimentos sobre o episódio do “Araguaia, esclareço que integraram o comitê central do P C do B na década de 70, embora se mantenham reservados, fugindo às responsabilidades e se omitindo quanto aos fatos da época, o dirigente atual José Renato Rabelo, que reside em São Paulo/SP; Aldo da Silva Arantes, que reside em Goiânia/GO; e o ex dep federal pela Bahia Haroldo Borges Rodrigues de Lima, que desfruta, ou desfrutou, "merecidamente", das benesses da Petrobras com salário de dar inveja e raiva ao cidadão comum. Esses militantes e dirigentes dos anos 70, se inquiridos por pessoas competentes, honestas e determinadas na busca da verdade, poderiam esclarecer como jovens, alguns muito jovens, foram aliciados, doutrinados, instruídos, ludibriados e incorporados à guerrilha no sudeste do Pará, abandonando as suas famílias e os seus amigos. Lamentavelmente esses jovens foram fanatizados por idosos militantes do terrorismo e da subversão, dentre os quais aponto os três citados.


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