24 de Junho de 2001
Hoje, depois de tantas demonstrações, a falta de caráter de Fernando Henrique Cardoso (FHC), presidente dos brazileiros, está exposta no meio do velório que ele ainda chama de governo... inúmeros políticos disseram que os compromissos que Fernando Henrique acerta durante a tarde são traídos à noite. Naturalmente, ninguém incluiu a manhã em seu operoso dia de trabalho, uma vez que nesse período do dia ele não acerta compromissos, já que não pode acertá-los enquanto está dormindo...
BESTA
No entanto, os primeiros a perceberem a perversão moral do elemento foram seus familiares - o que não deixa de ser extraordinário, pois estes, por regra geral, isto é, pelo afeto que em geral dedicam aos filhos, sobrinhos, primos, etc., são os que frequentemente mais têm dificuldade de enxergar os defeitos dos seus próximos, principalmente quando o defeito é a falta de caráter, até porque tal constatação vem acompanhada sempre por um sofrido sentimento de culpa, como se tivessem necessariamente responsabilidade pela cobra que cresceu em meio a eles. Porém, em termos de mau-caratismo, Fernando Henrique parece ter sido de uma precocidade ímpar - a única que se conhece, pois, no mais, sempre foi a besta quadrada que se tornou notória.
Assim, o economista Ignácio Rangel, homem de seriedade jamais contestada, contava que seu amigo Rômulo de Almeida - um dos idealizadores da Petrobrás - havia ouvido do pai de Fernando Henrique, general Leônidas Cardoso, uma declaração angustiada: "Rômulo, estou preocupado. Esse meu filho não tem um bom caráter".
Na época, Fernando Henrique estava na casa dos 20 e poucos anos. Mas já o pai, para sua dolorosa e terrível angústia, era obrigado a constatar o que depois ficou evidente - aliás, ficou escandaloso.
SURPRESA
O general era homem reto, justo e sincero. Sabe-se que amava muito a sua família... no entanto, não conseguiu evitar a triste conclusão - o que é um mérito seu, o de não ter fugido dessa conclusão, ainda que à custa, certamente, de muito sofrimento. Em tudo, e no que realmente tinha importância, o filho era o contrário do pai. Este estava, como sabemos, certo.
Em meio à campanha pelo petróleo brasileiro que redundou na criação da Petrobrás, o general Felicíssimo Cardoso, tio de FHC, promoveu uma reunião em sua casa, no Rio. Estavam presentes vários oficiais, alguns mais jovens e outros mais velhos, personalidades e lideranças políticas. Fernando Henrique estava lá, assim como seu primo - filho do general Felicíssimo -, Joaquim Pedro Cardoso.
Uma das pessoas presentes necessitava enviar ao chefe militar mais destacado de toda a campanha pelo petróleo, general Júlio Caetano Horta Barbosa, que naquele momento estava em São Paulo, alguns documentos referentes ao movimento. Naturalmente, pensou em Fernando Henrique como portador, já que ele morava na capital paulista. No entanto, não tinha intimidade com o sobrinho do general Felicíssimo. Sendo assim, preferiu perguntar a Joaquim Pedro Cardoso se poderia utilizar essa via para fazer chegar os papéis ao general Horta Barbosa. Era, evidentemente, uma medida de boa educação, devido à sua falta de conhecimento de Fernando Henrique. Nada mais do que isso. No entanto, teve uma surpresa.
ABOLETADO
O jovem Joaquim Pedro ouviu a pergunta sério. Pareceu ao interlocutor que sua fisionomia tornou-se algo grave, ainda que não tivesse se modificado perceptivelmente. Talvez apenas uma leve alteração do olhar, mas nem isso era seguro. No entanto, algum sentimento o jovem passou de estranho ao interlocutor, que apenas fizera uma pergunta quase protocolar, a seu julgamento sem maiores consequências ou riscos.
Algo inusitadamente, em vez de apresentá-lo a Fernando Henrique para que passasse os documentos que deveriam ser entregues a Horta Barbosa, o filho do general Felicíssimo respondeu, com ar grave: "acho melhor você falar antes com meu pai". A pessoa não entendeu, mas diante do tom em que o jovem pronunciou estas palavras, achou melhor fazer o que ele sugeria. Consultou Felicíssimo sobre a mesma questão, que julgava - e efetivamente era - uma questão menor.
Felicíssimo era um homem franco, daqueles em que poucas vezes um nome coube tão bem. Mas era sério - e o interlocutor deve ter percebido de onde vinha a seriedade do seu filho.
Respondeu: "Não faça isso. Não mande por ele. Meu sobrinho não é confiável". A pessoa não entendeu porque e certamente deve ter ficado surpresa com a resposta. No entanto, não era possível duvidar do critério de um homem, como o general Felicíssimo, que sempre demonstrara um rigor bastante grande - e que sempre se destacara por sua generosidade no julgamento e no trato com as pessoas.
Essa história, que tentamos brevemente reconstituir, foi relembrada por várias personalidades depois que Fernando Henrique foi aboletado no Planalto...
... Esse é o indivíduo que os brazileiros escolheram para presidente... e como diz um membro do MIP: "os políticos de um país são o espelho do seu povo".
Extraído de Hora do Povo, 15 de junho de 2001.
O Editor
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