segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Ciro odeia tanto SP que ataca o estado para criticar ato público promovido por Cabral no Rio. Pergunto a Eduardo Campos: “O senhor alimenta o mesmo ódio ao estado? Se não, cabe dizer alguma coisa!”


21/11/2011
 às 19:34


Ciro Gomes é aquele rapaz nascido por contingência em Pindamonhangaba, interior de São Paulo, mas que fez carreira política, como todos sabem, no Ceará. Já foi governador de Estado. Pertenceu ao grupo do tucano Tasso Jereissati, que foi quem lhe deu visibilidade política. Hoje Ciro se encarrega, no Estado, de minar as bases de seu antigo mestre e aliado. O homem não é do tipo que acha que fidelidade se paga com fidelidade. Bem, até aí, problema de quem o escolhe como “companheiro”.
Esse rapaz, sabe-se lá por quê, tem um ódio ao estado de São Paulo que só deve perder para o ódio que ele sente a José Serra. O tucano infere que, no que lhe diz respeito, trata-se de um problema clínico. Pode ser. No que concerne ao estado, coisa muito normal não deve ser, como vou demonstrar abaixo.
Seus sentimentos em relação aos paulistas e paulistanos são estranhos. Obedecendo a uma ordem de Lula, transferiu seu domicílio eleitoral para São Paulo porque o Apedeuta o queria disputando o governo. Imaginem vocês: alguém que declaradamente detesta o estado, que o considera fonte de problemas para o resto do Brasil, ambicionou governá-lo… Não deu certo. Já transferiu de novo o domicílio para o Ceará, não sei se para Sobral, cidade dominada pelo coronelato Gomes. Paulista, ex-paulista, cearense,  ex-cearense, paulista, ex-paulista, cearense outra vez…
Prestem atenção ao trecho que transcrevo de sua entrevista ao UOL e à Folha. Confesso que nunca vi ou li nada assim. Ele está criticando o movimento surgido no Rio de Janeiro em defesa dos royalties do petróleo. Ele acha aquilo uma impostura. Leiam. Comento em seguida:
O problema é que no Brasil há falta de uma estratégia nacional, não existe um projeto nacional que faça as compensações, as mediações e que cada um se sinta partícipe de um projeto confortável. Está crescendo muito no Brasil e esse é um problema para ser discutido no Congresso Nacional. Aí está essa crise dos royalties, com o Rio de Janeiro. O Sérgio Cabral [do PMDB, governador do Rio] mobilizando 150 mil pessoas na rua. Fernanda Montenegro [atriz] indo para a rua, por uma impostura nessa discussão dos royalties. Ela está de boa-fé, evidentemente. Porque não tem no país uma visão estratégica. Então o que está acontecendo? Está crescendo no país um ressentimento recíproco entre São Paulo e o resto do Brasil.As pessoas no Nordeste, em Manaus, por exemplo, não têm perigo. Porque todos os exercícios práticos da governança local, paroquial, provinciana de São Paulo hostilizam.
O trecho em negrito (ou vermelhito) não faz o menor sentido. Foi só um momento de fuga extrema da realidade. Mas prestem atenção ao trecho que é ao menos sintaticamente ordenado. Ao criticar o movimento DO RIO DE JANEIRO, LIDERADO POR SÉRGIO CABRAL,  contra a divisão dos royalties, na forma decidida pelo Congresso, Ciro Gomes ataca… São Paulo. Ou seja: milhares de pessoas NO RIO vão às ruas, mas, na boca de Ciro, quem paga o pato é… São Paulo.
O sujeito endoidou de vez. O mais engraçado é que ele fala um troço desses e ninguém ousa lhe perguntar: “Mas o que São Paulo tem a ver com isso?”
Os deputados da Assembléia Legislativa deste estado deveriam ter, como posso dizer?, TUTANO (pensei em outra palavra mais explícita) para propor, quando menos, uma moção de repúdio a este senhor! Esta é a maior cidade nordestista do Brasil. Ciro jamais vai poder mudar isso.
Embora tenha nascido em São Paulo, ele é, claramente, um incitador do ódio contra o Estado. A minha indagação: também é assim com as demais lideranças de seu partido? Pergunto, por exemplo, ao governador Eduardo Campos, de Pernambuco, o manda-chuva do PSB: “O SENHOR ENDOSSA ESSE ÓDIO A SÃO PAULO E AOS PAULISTAS”? Se não endossa, diga já. E também esclareça se Ciro Gomes fala só em seu próprio nome ou se expressa a opinião do PSB sobre São Paulo e os paulistas.
Por Reinaldo Azevedo

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