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Resultado da mineradora foi impulsionado pela alta no preço do minério de ferro e pelo programa de desinvestimentos
06 de novembro de 2013 | 20h 13
Irany Tereza, Fernanda Guimarães e Mônica Ciarelli - O Estado de S. Paulo
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Atualizado às 21h20
RIO e SÃO PAULO - A mineradora Vale obteve, no terceiro trimestre, um lucro líquido de R$ 7,9 bilhões, mais do que o dobro dos R$ 3,3 bilhões registrados em igual período do ano passado. O salto foi de 139%.
A alta do preço do minério de ferro no mercado internacional aliada à recuperação nas exportações de minério e pelotas, que tiveram o terceiro maior volume da história da companhia (83,6 milhões de toneladas), além da redução de custos de operação, foram responsáveis pela melhoria do desempenho da empresa.
Em relação ao segundo trimestre deste ano, o avanço do resultado da Vale foi superior a nove vezes. A comparação com o saldo de R$ 838 milhões do período de julho a setembro, porém, fica muito comprometida devido ao forte impacto da desvalorização cambial sofrido naquele período pela mineradora, que exporta em torno 80% de sua produção.
A Ásia continua sendo o maior mercado consumidor da Vale. O grande destino é a China que, em volume, comprou metade de toda a produção da Vale. Em receita, o gigante mercado chinês foi responsável por 40,6% das vendas, bem acima do Brasil, que fica em segundo lugar, com 16,5%, seguido por Japão (9,1%), Alemanha (6,8%), Coreia do Sul (3,9%) e Estados Unidos (2,4%).
Além do aumento em torno de 16% na produção de minério e pelotas, a mineradora alcançou, no terceiro trimestre, recordes históricos na produção de cobre e ouro e conseguiu manter estável a produção de níquel.
Minério. No terceiro trimestre deste ano o preço do minério de ferro apresentou recuperação, principalmente em relação a igual intervalo do ano passado, quando o preço do insumo no mercado à vista (spot) chinês estava abaixo de US$ 90 a tonelada. Na ocasião (terceiro trimestre de 2012), o preço praticado pela Vale foi de US$ 83,69 a tonelada, conforme divulgado em seu demonstrativo financeiro na época.
"A Vale vem conseguindo enfrentar um ambiente adverso e graças a seu excelente desempenho, tanto em produção quanto em contenção de custos, consegue ter um resultado para seus acionistas ainda melhor", afirmou o diretor executivo de Finanças, Luciano Siani.
A empresa, que remunerou seus acionistas este ano em US$ 4,5 bilhões, aprovou a distribuição da segunda parcela da remuneração mínima, US$ 1,75 bilhão, paga no mês passado, e um montante adicional de US$ 500 milhões.
Com os investimentos de US$ 3,446 bilhões no terceiro trimestre, a Vale totalizou, nos nove primeiros meses do ano, investimentos de US$ 11,03 bilhões, resultado US$ 1,22 bilhão inferior ao mesmo período do ano passado. A maior parte dos recursos foi destinada à execução de projetos.
Um destaque relevante do terceiro trimestre deste ano foi o passo que a mineradora deu em seu programa de desinvestimentos, diante do objetivo de se focar em setores de maior rentabilidade e dentro de seu principal negócio, focando esforços em minério de ferro, níquel, cobre, carvão e fertilizantes. Em setembro, a Vale anunciou venda de uma fatia de sua empresa de logística, a VLI, por R$ 2,7 bilhões.
A companhia tomou também a decisão de reduzir riscos, cancelando 70 projetos que estavam em estágio inicial e apresentavam algum tipo de risco geológico; suspendeu também o projeto do Rio Colorado, na Argentina, e de Simandou, na África, para evitar riscos políticos e geográficos.
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