quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Justiça bloqueia bens de investigados no caso da Alstom e da Siemens






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DE SÃO PAULO
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A Justiça Federal decretou nesta quinta-feira (7) o bloqueio de R$ 60 milhões em bens de empresas e pessoas acusadas de formar um cartel para fraudar licitações do Metrô e da CPTM.
Segundo a Polícia Federal, que pediu o congelamento dos bens, foram bloqueados valores em contas bancárias, títulos de investimento e ações.
Cinco pessoas --sendo três ex-diretores da CPTM, estatal de trens paulista-- e três empresas tiveram seus bens bloqueados. Duas das empresas são suspeitas de auxiliar a prática dos crimes de corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
A PF não divulgou o nome das pessoas nem das empresas envolvidas.
Folha revelou em julho que a Siemens fizera um acordo com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), órgão federal encarregado da defesa da concorrência, no qual a empresa confessava integrar um cartel, junto com 19 empresas.
O conluio, segundo a Siemens, ocorreu em licitações realizadas em São Paulo e no Distrito Federal entre 1998 e 2008, época em que São Paulo foi governado pelo PSDB. Além da Siemens, outra multinacional, a Alstom, também é investigada.
A decisão --que visa ressarcir o prejuízo dos cofres públicos-- foi tomada a partir de solicitação da Polícia Federal, feita depois que a instituição tomou conhecimento do requerimento de cooperação internacional encaminhado ao Brasil por autoridades suíças.
No final do mês passado, a Folha revelou que a Suíça havia arquivado parte de suas investigações sobre a Alstom pois desistiu de esperar por colaboração brasileira, após dois anos e oito meses de espera. Autoridades brasileiras foram informadas de que o Ministério Público da Suíça desistiu de esperar que Ministério Público Federal brasileiro interrogasse quatro suspeitos do caso, analisasse sua movimentação financeira no país e fizesse buscas na casa de João Roberto Zaniboni, um ex-diretor da estatal CPTM.
A solicitação era de fevereiro de 2011. O procurador da República Rodrigo de Grandis, responsável pelas investigações sobre a Alstom, alegou uma "falha administrativa": o pedido da Suíça foi arquivado numa pasta errada e isso só foi descoberto recentemente.

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