segunda-feira, 29 de abril de 2013

Padre paulista que defende homossexualidade renuncia ao hábito



O padre Roberto Francisco Daniel, que causou polêmica na Igreja Católica por sua defesa da homossexualidade, oficiou neste domingo em Bauru, no interior de São Paulo, sua última missa como sacerdote católico.
Ele anunciou neste sábado, em entrevista postada na internet, sua renúncia à batina. "Se a Igreja mudar, eu volto", disse o padre. É improvável que a ordem seja atendida pela instituição milenar. 
Padre Roberto - ou Padre Beto, como era conhecido - afirmou que deixa a Igreja Católica por sentir tolhida sua liberdade de expressão e "porque a instituição faz questão de manter regras morais que são totalmente ultrapassadas". Veja abaixo a íntegra da entrevista.
O sacerdote causou mal-estar no clero há dois meses, quando em um vídeo divulgado na internet criticou o "dogmatismo" da Igreja em relação às questões sexuais.
Ele já era considerado um rebelde pela hierarquia eclesiástica devido a seu costume de frequentar cervejarias, usar piercings e camisetas com a imagem do guerrilheiro Che Guevara. Veja abaixo suas reflexões (numa cervejaria) sobre sexo e sobre a necessidade de a Igreja se conformar às descobertas da ciência.
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As opiniões de Padre Roberto sobre sexualidade não foram toleradas pela Diocese de Bauru. Dom Caetano Ferrari, bispo da diocese, exigiu que ele retirasse da internet seus vídeos polêmicos e se retratasse. "Ele fez um juramento de fidelidade aos ensinamentos da Igreja", disse o bispo em entrevista à TV Tem, da região de Sorocaba.

Roberto Francisco Daniel deve entregar amanhã sua renúncia formal aos superiores. Ele diz que ainda não decidiu seu futuro, embora tenha planos de continuar em contato com os fiéis de Bauru, com quem pretende organizar grupos de oração.
Talvez não seja surpresa encontrá-lo, em breve, na política. Ele já prestou apoio a candidatos a vereador na internet. E listou iniquidades da sociedade brasileira - as condições da educação, o salário dos policiais, os problemas dos aposentados - em sua entrevista de renúncia ao sacerdócio.
(Com agência EFE)

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