quarta-feira, 24 de abril de 2013

A "tortura da líder" nos anos 70 agita fantasmas no Brasil

Site do NYT estampa a matéria impressa sobre Dilma: luta contra os fantasmas do passado no Brasil
Foto: New York Times/Reprodução
O jornal americano The New York Times publica na capa da sua edição deste domingo uma matéria sobre a busca pela verdade da violência política da ditadura militar brasileira (1964-1985) e a figura da presidente Dilma Rousseff. A matéria, intitulada A tortura da líder nos anos 70 agita fantasmas no Brasil, conta a história de Dilma, da oposicionista torturada na juventude à presidente respeitada na maturidade.
O texto, assinado pelo jornalista Simon Romero, dá particular atenção à discrição com que Dilma trata o assunto. A presidente, avalia a matéria, "recusou-se a desempenhar o papel de vítima quanto sutilmente pressiona por maior transparência (dos fatos ocorridos) nos anos da ditadura militar brasileira". A Comissão da Verdade, encarregada de averiguar os crimes do período, foi finalmente sancionada pela presidente em novembro de 2011, após longa negociação durante os governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Foram poucas as manifestações recentes de Dilma sobre suas experiências pessoais. Uma ocorreu em 2001, quando prestou depoimento a Róbson Sávio, encarregado então pela investigação de crimes da ditadura ocorridos em Minas Gerais. Na ocasião, Dilma detalhou a tortura que sofreu, descrevendo os métodos da palmatória e do pau de arara e enriquecendo as provas da tortura de que a comissão dispunha. Ela terminou a entrevista às lágrimas.
A tortura é ainda questionada por oficiais do Exército, resguardados pela Lei da Anistia de 1979. O general Luiz Eduardo Rocha Paiva relativizou a questão da tortura no Brasil. O tenente-coronel Maurício Lopes Lima, acusado de ter torturado Dilma, também questionou as evidências de crimes cometidos pelo Exército.
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Comentário
Félix Maier
Quem foi Dilminha Bang Bang, a "Joana D'Arc da guerrilha", a "papisa da subversão", ativa comparsa do grupo terrorista VAR-Palmares, que o NYT apresenta como inocente anjo maltratado pelos gorilas militares?
POLOP - Organização Revolucionária Marxista Política Operária
A POLOP teve entre seus quadros Nilmário Miranda, integrante do naipe de espadas vingadoras da “Comissão dos Desaparecidos Políticos” - grupo revanchista criado no 1º Governo FHC, que deu início às indenizações a parentes de terroristas, como Lamarca e Marighela - verdadeiro assalto ao erário. Por sua obra pecuniária, poder-se-ia chamar o petista de “Numerário Miranda”. Outros intelectuais da POLOP foram: Dilma Rousseff (“Estela”), Érico Izackes Sachs (“Ernesto Martins”), Éder Simão Sader (“Raul Villa”), Rui Mauro de Araújo Marini e Teotônio dos Santos.
A POLOP era considerada radical até mesmo por Francisco Julião, líder das Ligas Camponesas. Da POLOP surgiram o Partido Operário Comunista (POC) e o Comando de Libertação Nacional (COLINA). O COLINA foi criado em 1968 e tinha entre seus líderes Ângelo Pezzuti, Carlos Alberto Soares de Freitas, Apolo Hering Lisboa, Herbert Eustáquio de Carvalho, Jorge Raimundo Nahas, Maria José de Carvalho Nahas, Inês Etienne Romeu e Dilma Vana Rousseff Linhares. Membros da POLOP em São Paulo, junto com o MNR de Brizola, criam a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) de Lamarca.
COLINA - Comando (ou Corrente) de Libertação Nacional
Comando (ou Corrente) de Libertação Nacional: atual Congresso de Libertação Nacional, o antigo COLINA foi criado em 1968 como dissidência da POLOP.
Em 1969, com recursos “expropriados” em assaltos, o COLINA instalou três “aparelhos” em Belo Horizonte, que foram desbaratados pela polícia; na ação contra o 3º aparelho, situado na Rua Itacarandu, foram mortos pelo COLINA o agente Cecildes Moreira de Faria e o guarda civil José Antunes Ferreira, além de ferir gravemente o investigador José Reis de Oliveira.
No dia 31 Mar 1969, o COLINA assaltou a agência do Banco Andrade Arnaud, na Rua Visconde da Gávea, Rio, onde foi morto o comerciante Manoel da Silva Dutra.
O COLINA recebeu a adesão de 2 grupos: o Núcleo Marxista Leninista (NML) e a Dissidência da Dissidência (DDD, e em julho de 1969 fundiu-se com a VPR, dando origem à Vanguarda Armada Revolucionária-Palmares (VAR-Palmares).
Teve entre seus quadros o engenheiro Leovi Antonio Pinto Carisio, que acusou, no ano 2000, o tenente do Exército, Carlos Alberto del Menezzi, de torturador, sem apresentar provas; o tenente foi demitido da ABIN, onde trabalhava, enquanto Aloysio Nunes Ferreira (o Ronald Biggs tapuia, que em 1968 participou do assalto ao trem-pagador Santos-Jundiaí) permanecia Secretário-Geral de FHC, sendo posteriormente alçado a Ministro da Justiça - exemplo típico de que a Lei da Anistia é aplicada apenas para beneficiar os antigos terroristas.
Segundo Jacob Gorender, em seu livro Combate nas Trevas, o assassinato, no dia 1/7/1968, do major do Exército da Alemanha Ocidental, Edward Ernest Tito Otto, então cursando a ECEME, teria sido um equívoco, já que os assassinos do COLINA pensaram tratar-se do capitão Gary Prado, do Exército da Bolívia, que havia participado do combate ao foco de guerrilha que Che Guevara tentava implantar naquele país, onde acabou morto.
MNR - Movimento Nacionalista Revolucionário
O MNR foi organizado por Leonel Brizola, João Goulart e outros exilados no Uruguai. Brizola era o líder idealizado por Fidel Castro para a Revolução no Brasil, devido a seu nacionalismo anti-imperialista. Após a Contrarrevolução de 1964, por intermédio de Lélio Telmo de Carvalho, o grupo de Brizola no Uruguai obteve ajuda de Cuba: treinamento de guerrilha e auxílio financeiro de mais de um milhão de dólares. O primeiro “pombo-correio” enviado a Cuba foi Herbert José de Souza, o “Betinho”, seguido de Neiva Moreira e do ex-coronel do Exército, Dagoberto Rodrigues (na Tricontinental, Brizola enviou Aloísio Palhano, ex-membro do CGT).
Pressionado por Cuba, para justificar os recursos financeiros, Brizola criou em 1966 o Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR), para implantar a guerrilha no campo. O MNR articulou a Guerrilha do Caparaó, na região do Pico da Bandeira, em Minas Gerais, onde todos os integrantes foram presos em 1967, depois de serem denunciados às autoridades, por abaterem reses, antes mesmo de desencadear qualquer tipo de ação terrorista. Brizola não contratou advogados para os presos e não prestou conta dos dólares cubanos, sendo chamado por Fidel Castro de El Ratón. Os remanescentes desse grupo uniram-se à esquerda da POLOP para criar a VPR.
VPR - Vanguarda Popular Revolucionária
A VPR originou-se da fusão de remanescentes do Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR) com dissidentes paulistas da POLOP. Teve como líder maior o ex-capitão do Exército, Carlos Lamarca. O chefe do Setor de Inteligência da VPR era Ladislas Dowbor, nascido na Polônia, que participou do sequestro do Cônsul do Japão em São Paulo, Nobuo Oguchi, e posteriormente foi preso e banido do território nacional em troca da liberdade do embaixador alemão Von Holleben, sequestrado no Rio de Janeiro.
Carlos Lamarca desertou do 4º Regimento de Infantaria, em Quitaúna, Osasco, SP, em 1969, roubando 63 FAL, cinco metralhadoras INA, revólveres e muita munição da Companhia onde comandava. O plano era levar mais 500 FAL do depósito de armamento do Batalhão, o que não ocorreu porque Lamarca teve que antecipar seu plano.
No dia 22/7/1968, a VPR já havia roubado nove FAL do Hospital Militar do Cambuci, em São Paulo.
Em 26/6/1968, a VPR explodiu um posto de sentinela do QG do então II Exército, em São Paulo, matando o sentinela, soldado Mário Kozel Filho.
Em 12/10/1968, a VPR assassinou o capitão do Exército dos EUA, Charles Chandler, projetando-se perante as organizações terroristas nacionais e internacionais. João Quartim de Moraes, junto com o ex-sargento Onofre Pinto e Ladislas Dowbor, foi o “guia” do “tribunal revolucionário” que condenou Chandler, que foi morto por Pedro Lobo de Oliveira (VPR), Diógenes José de Carvalho Oliveira (VPR) e Marco Antonio Braz Carvalho (ALN).
Em 1970, a organização terrorista sequestrou diplomatas estrangeiros: o Cônsul-Geral do Japão em São Paulo, Nobuo Okuchi, no dia 11/3/1970, para libertação do terrorista “Mário Japa”; o Embaixador da República Federal da Alemanha no Brasil, Ehrenfried Anton Theodor Ludwig von Holleben, no dia 11/6/1970; o Embaixador suíço no Brasil, Giovanni Enrico Bucher, em 07 Dez 1970, libertado em troca de 70 presos terroristas enviados ao Chile do Presidente marxista Salvador Allende (24 desses terroristas eram da VPR), onde foram recebidos de braços abertos no dia 13/1/1971. Nesse sequestro, participaram Carlos Lamarca e Alfredo Sirkis; Lamarca desfechou dois tiros à queima-roupa contra o agente Hélio Carvalho de Araújo, que veio a falecer no dia 10/12/1970. O sequestro durou 40 dias e seria o último realizado por organizações terroristas no País.
“Ao tratar do sequestro do mesmo embaixador, o livro [A Ditadura Derrotada, de Elio Gaspari] registra as dificuldades para completar a lista dos que seriam libertados em troca da vida do diplomata e à página 341 registra que 18 presos se recusaram a deixar o país. Até hoje ninguém esboçou uma explicação para o estranho fato de presos que, segundo a versão assoalhada e reiterada convictamente por Gaspari, eram torturados e mortos, recusarem a liberdade e o fim das torturas. Curioso!” (Gen Div Negrão Torres -HOE/1964, Tomo 14, pg. 82).
A VPR possuía sítio em Jacupiranga, SP, próximo à BR-116, para treinamento de guerrilha, depois desmobilizado, quando passou para a área de Registro, no Vale da Ribeira. Uma das ações mais covardes desta organização, ocorrida durante a “Operação Registro”, foi o assassinato a golpes de fuzil do tenente da PM/SP, Alberto Mendes Júnior, em Registro, SP, depois que o mesmo se entregou como refém a um grupo de terroristas, em troca da vida dos soldados de seu pelotão (10/5/1970).
No mês de setembro, descoberto o crime, a VPR emitiu um comunicado "ao povo brasileiro", onde tenta justificar o frio assassinato, no qual aparece o seguinte trecho: "A sentença de morte de um tribunal revolucionário deve ser cumprida por fuzilamento. No entanto, nos encontrávamos próximos ao inimigo, dentro de um cerco que pôde ser executado em virtude da existência de muitas estradas na região. O tenente Mendes foi condenado e morreu a coronhadas de fuzil, e assim o foi, sendo depois enterrado".
No início de 1971, a VPR tinha mais militantes no exterior (Cuba, Chile e Argélia – banidos e foragidos) do que no Brasil. Carlos Lamarca morreu em Brotas de Macaúbas, interior da Bahia, em 17/9/1971, ao resistir à prisão. Como recompensa por estes e muitos outros atos criminosos, a família de Lamarca, embora já recebesse pensão do Exército Brasileiro, foi “presenteada” com uma indenização de mais de 100 mil dólares (11/9/1996), doada pela famigerada “comissão dos desaparecidos políticos”, criada no primeiro Governo FHC. Com essa ignomínia, o 11 de setembro deveria ser instituído como o “dia da traição”, como já sugeriu o deputado Jair Bolsonaro.
Um dos principais terroristas da VPR foi Diógenes de Oliveira, hoje “Diógenes do PT”, que foi o “PC” da campanha de Olívio Dutra (PT/RS) para governador. Outro “militante” da VPR foi Henri Phillipe Reichstul, presidente da Petrobrás durante o Governo FHC (sua irmã francesa, Pauline, também “militante” da VPR, morreu em um tiroteio no Recife, em janeiro de 1973, depois de fazer um curso de guerrilha em Cuba e tentar a reestruturação da VPR no Brasil. Pela morte da irmã, Henri recebeu R$ 138.300,00, em Jun 1997.
Militante da VPR e da VAR-Palmares foi também o Secretário do Trabalho do Rio de Janeiro, Jaime Cardoso, (Governo Garotinho), que teve como Chefe de Gabinete Rafton Nascimento Leão, antigo “militante” da VAR-Palmares. A fusão da VPR com o COLINA resultou na VAR-Palmares de Dilma Rousseff e de outros “honoráveis terroristas”.
VAR-Palmares - Vanguarda Armada Revolucionária-Palmares
A Vanguarda Armada Revolucionária Palmares resultou da fusão das organizações terroristas VPR e COLINA, em 1969.
“Em 1968 saí daqui do 19º. RI e fui servir em Guaíra, no Paraná. Lá chegou ao nosso conhecimento de que grupos terroristas que atuavam no Rio de Janeiro e em São Paulo estavam utilizando aquela área como reunião de homizio. Em uma operação de informações, cercamos uma fazenda que tinha sido comprada por um grupo da Vanguarda Popular Revolucionária (VAR-Palmares) e era o local onde eles faziam treinamento. (...) A intenção deles era começar uma guerrilha na área rural, através do processo do foquismo, que fora sucesso lá em Cuba e na China. Estavam treinando ocultar-se em meio à vegetação, enterrar suprimentos, munição, medicamentos, a caminhar e orientar-se dentro do mato” (Gen Bda Flávio Oscar Maurer - HOE/1964, Tomo 8, pg. 309). Nesse depoimento, o general Maurer narra, ainda, que foi baleado pelo sargento Venadino (2º Sgt Venaldino Saraiva, que se suicidou em 12/5/1964), esquerdista fanático, junto com o aspirante Aloysio Oséas. Maurer teve toda a face esquerda dilacerada e passou por várias cirurgias plásticas.
“A par do Setor de Expropriações, a VAR Palmares possui o Setor Territorial, incumbido da arregimentação entre estudantes, camponeses e operários, bem como da ligação, na ocasião oportuna, da coluna guerrilheira com a região urbana, através da aceitação, divulgação e apoio dessa coluna. Cada subsetor do Territorial possui dois grupos distintos: SAM, Setor de Ação de Massas, e GAV, Grupo de Ações Violentas. Ao primeiro, compete conseguir adesões da doutrinação e induzir as massas à realização de ações de interesse da organização, greves, passeatas, depredações etc.; ao segundo compete agir no meio operário, estudantil e camponês, como um órgão de repressão às manifestações contrárias às ações desenvolvidas pelo SAM, como lhe compete, outrossim, a tomada violenta de fábricas, panfletagem e justiçamento” (SOLNIK, 2011: 241).
No dia 22/6/1969, a VAR-Palmares roubou em assalto à Companhia de Polícia do 10º Batalhão da FPESP (São Caetano do Sul) 94 fuzis, 18 metralhadoras INA, 30 revólveres Taurus cal .38, 300 granadas e cerca de 5.000 cartuchos de diversos calibres, aumentando consideravelmente seu arsenal, já suprido com o assalto à Casa de Armas Diana e ao 4º Regimento de Infantaria (4º RI) - ação empreendida por Carlos Lamarca, da VPR.
No Rio de Janeiro, a VAR-Palmares participou do assalto ao Banco Aliança, Agência Muda (1969), de onde foi roubada a importância de NCr$ 54.884,62, ocasião em que foi assassinado o motorista de praça Cidelino Palmeiras do Nascimento, que conduzia policiais em perseguição aos assaltantes.
A VAR-Palmares participou da “Grande Ação”, em 18/6/1969, quando foi roubado de um cofre em Santa Teresa, Rio de Janeiro, a quantia aproximada de 2,596 milhões de dólares. O cofre pertencia ao ex-governador de São Paulo, Adhemar de Barros, e ficava no casarão de sua amante, Anna Capriglione. Parte desse dinheiro (cerca de 1 milhão de dólares) foi entregue ao embaixador da Argélia no Brasil, Hafid Keramane, para aquisição de armas, custear a viagem de terroristas àquele país e auxiliar Miguel Arraes a criar a Frente Brasileira de Informações (FBI). “O assalto ao cofre ocorreu na tarde de 18 de julho de 1969, no Rio de Janeiro. Até então, fora ‘o maior golpe do terrorismo mundial’, segundo informa o jornalista Elio Gaspari em seu livro ‘A Ditadura Escancarada’. (...) A ação durou 28 minutos e foi coordenada por Dilma Rousseff e Carlos Franklin Paixão de Araújo [“Max”, amante de Dilma], que então comandava a guerrilha urbana da VAR-Palmares em todo o país e mais tarde se tornaria pai da única filha de Dilma” (“O cérebro do roubo ao cofre”, revista Veja, 15/1/2003, pg. 36). O ex-ministro Carlos Minc, que hoje participa de passeatas para a liberação da maconha, foi um dos que participaram do roubo.
No livro de Solnik, consta que a participação de Dilma a respeito do roubo do cofre foi apenas para trocar parte dos dólares em casas de câmbio no Rio, por ser uma “burguesinha” e ter aparência de socialite, não despertando suspeitas.
No Rio Grande do Sul, foram assaltados o Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Porto Alegre, Agência Tristeza, 28/1/1970) e o Banco do Brasil, Agência Viamão, RS (18/3/1970).
Em São Paulo, houve tentativa de assalto em um estacionamento, assalto a um supermercado do Sesi, no Cambuci, assalto ao Supermercado Peg-Pag e 3 assaltos a supermercados diferentes do Grupo Pão de Açúcar, todos no ano de 1970.
Em 1/1/1970, a título de comemoração do aniversário da Revolução Cubana, a VAR-Palmares sequestrou em pleno voo um avião Caravelle, da Cruzeiro do Sul, que fazia a linha Montevidéu-Porto Alegre-Rio de Janeiro, desviando-o para Cuba. O sequestro foi planejado por James Allen Luz, que o executou com cinco comparsas, dentre os quais Jessie Jane Vieira de Souza, posteriormente diretora do Arquivo do Rio de Janeiro, com sede na antiga dependência do DOPS.
Uma das integrantes da VAR-Palmares, do setor de Inteligência, foi Elizabeth Mendes de Oliveira, a “Bete Mendes” de novelas como “Beto Rockfeller”, que usava o codinome “Rosa” na clandestinidade, talvez querendo ser a “Rosa de Luxemburgo” brasileira. Bete Mendes “fazia parte do núcleo da VPR do Colégio de Aplicação, onde foi colega de Pérsio Arida” (SOLNIK, 2011: 187). A então deputada federal Bete Mendes, em visita ao Uruguai com uma comitiva do Presidente Sarney, em 1985, acusou o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, então adido militar naquele país, de ter sido torturado por ele nas dependências do DOI/CODI do II Exército (São Paulo), onde a terrorista passou 18 dias presa depois de ter sido detida no “aparelho” da Rua General Bagueira, 79, com documentos falsos e roubados para uso do grupo terrorista (“Rosa” ficou presa entre os dias 29 Set e 16/101970).
A tortura foi negada pelo coronel Ustra no livro Rompendo o Silêncio. Antes da denúncia, “Rosa” já havia sido entrevistada pela revista Afinal (2/7/1985) e pelo jornaleco Pasquim (17 Fev a 05/3/1986), ocasiões em que não citou a tortura, indício de que além de boa atriz é também uma boa mentirosa, o que pode ser corroborado, ainda, pelas declarações de “Max” (do Comando Nacional da organização terrorista) no jornal Zero Hora, de 20/8/1985.
Após a prisão de “Rosa”, a VPR fez ainda as seguintes ações: assalto a um carro de transporte de valores da Transfort S/A, em Madureira, Rio, RJ, junto com o MR-8, em 22/11/1971, ocasião em que os terroristas levaram 2 metralhadoras, 2 pistolas calibre 45 e 1 espingarda calibre 12, e assassinaram o suboficial da reserva da Marinha, José Amaral Villela, chefe de segurança do carro de transporte; assalto ao Curso Fischer, Tijuca, Rio, RJ, no dia 14/1/1972; assassinato do marinheiro inglês David A. Gutheberg, no Rio de Janeiro, RJ, no dia 05/2/1972, numa atuação de “Frente” com a ALN, VPR e PCBR; assalto ao Banco da Bahia e ao Banco de Crédito Territorial, em São Cristóvão, Rio, RJ, no dia 25/2/1972; assalto ao Banco Territorial, na Avenida Brasil, Rio, RJ, em “frente” com o MR-8 e PCBR, em abril de 1972; assalto ao Banco Nacional, de Braz de Pina, Rio, RJ, em julho de 1972, em “frente” com o PCBR; assalto ao Banco Itaú, em Botafogo, Rio, RJ, em outubro de 1972, em “frente” com o PCBR; assassinato do Dr. Otávio Gonçalves Moreira Júnior, em Copacabana, Rio, RJ, no dia 25/2/1973, em “frente” com a ALN e PCR; no Rio Grande do Sul, assalto ao Banco Francês e Brasileiro, em Porto Alegre, RS, no dia 14/12/ 1973, em “frente” com o PCBR; em São Paulo, assaltos à Empresa Paulista de Ônibus (Vila Prudente, Out 1970), ao supermercado Pão de Açúcar (Rua Baturité) e Pão de Açúcar (Barão de Jundiaí), ambos em Nov 1970; ao Supermercado Gigante (Lapa, Fev 1971), em “frente” com o PRT; à Fábrica de Parafusos Mapri (Vila Leopoldina, Mar 1971), em “frente” com o PRT; à firma RCA-Victor (Jaguaré, Mai 1971); à Empresa de Ônibus Tusa (Freguesia do Ó, 10/5/1971), ocasião em que foi morto o soldado PM Manoel Silva Neto; tentativa de assalto a uma casa de armas (Av. Rangel Pestana), quando o proprietário foi ferido a tiros, após reagir e evitar o assalto; tentativa de assalto a uma casa de armas (Lapa), evitado por um vigia; tentativa de assalto à residência de um colecionador de quadros, na Rua Veríssimo Glória.
No interior do Rio, um terreno seria utilizado para fabricação de bombas de plástico: “O projeto era de montar uma ‘fábrica de bombas’ e fora desenhado por um engenheiro químico egípcio, ligado à Al Fatah e ao Setembro Negro, que se aproximou de Espinosa [Antonio Roberto Espinosa]e se ofereceu para colaborar com a VAR-Palmares. Era um cara de olhos muito vivos e atentos, que diziam mais que sua boca. (...) - Um leilão de velhos telefones públicos a manivela. Isso me interessa - disse o egípco. (...) - Esses aparelhos funcionam como ímãs, dos quais precisamos para nossas bombas por controle remoto” (SOLNIK, 2011: 150). Em seu livro, Solnik não informa se o projeto foi consumado.
Durante certo tempo, Delfim Netto esteve na lista dos “sequestáveis”, quando os terroristas descobriram que todo fim de semana o “tsar” da economia viajava a Jundiaí.
Tadeu, um estudante de Geologia e apaixonado (não correspondido) por Dilma, dizia que ela “é a reencarnação da Krupskaya, e Krupskaia e a própria Dilma são reencarnações de Helena de Troia” (SOLNIK, 2011: 191).
Junto com Maria Celeste Martins, Dilma guardava as armas da organização criminosa.
No discurso de posse da Presidência, em 2011, Dilma Rousseff afirmou que não se envergonhava do passado. Mesmo que ela tenha apenas servido café aos “camaradas d’armas” nos aparelhos onde frequentou (Colina e VAR-Palmares), ela tem, também, as mãos sujas de sangue“Só em 1969, ela organizou três ações de roubo de armas em unidades do Exército no Rio. Quando foi presa, em janeiro de 1970, o promotor militar que preparou a acusação classificou-a com epítetos superlativos: ‘Joana D’Arc da guerrilha’ e ‘papisa da subversão” (Veja, 15/1/2003, pg. 37).

Bibliografia:
MOTTA, Aricildes de Moraes (Coordenador Geral). História Oral do Exército - 1964 - 31 de Março - O Movimento Revolucionário e sua História. Tomos 1 a 15. Bibliex, Rio, 2003.
SOLNIK, Alex. O cofre do Adhemar - A iniciação política de Dilma Rousseff e outros segredos da luta armada. Jaboticaba, São Paulo, 2011.
Leia, de minha autoria, Dilma foi torturada? Eu não acredito!

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