Obra traz relatos sobre supostos romances e fala da relação próxima da presidente argentina com alguns integrantes de seu governo
Cristina Kirchner (Reuters)
A "velha" Cristina Kirchner, como o presidente uruguaio, José Mujica, chamou sua colega argentina recentemente, teve sua vida amorosa revelada num livro lançado neste mês na Argentina. Os Amores de Cristina Kirchner, do editor de política da revista Notícia, Franco Lindner, traz relatos de romances da presidente e de sua relação próxima com alguns integrantes do governo. O livro tem como objetivo "mostrar a rainha nua, como só viram os que puderam atravessar a armadura que a protege em suas aparições midiáticas, em seus discursos ‘maratônicos’ e dolorosos, em seus atos e atuações de governo”, diz Lindner logo na introdução.
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“Um dos homens que a viram nua disse que seu corpo é branco e salpicado de pintas infinitas. Descreve-a como uma bela mulher”, diz uma passagem do livro. Quem descreveu o corpo de Cristina Kirchner foi o médico que retirou um pólipo de seu útero em 2004.
Outro trecho narra uma conversa telefônica na qual o vice-presidente Amado Boudou se refere à presidente como “mami”. “Não se preocupe. Hoje mesmo falo com a mami e resolvo o seu problema”, disse ao interlocutor, “com um tom de cumplicidade”, como destaca o autor.
Outro momento chave da relação entre os dois foi registrado por um empresário, durante um evento na Casa Rosada em setembro de 2010, quando Boudou era ministro da Economia e o marido de Cristina, Néstor Kirchner, ainda estava vivo.
“Há uma foto onde se vê a presidente sentada ao lado de seu ministro da Economia, durante o anúncio de um plano de créditos para empresas no Salão das Mulheres da Casa Rosada. Ela entrecerra os olhos e encosta a cabeça com confiança sobre o ombro dele. Ela está relaxada, alheia aos olhares dos presentes”, relata o livro. O empresário que tirou a foto com um celular observa que “aí se vê algum nível de intimidade entre eles”. No dia em que a foto foi tirada, conta Lindner, Cristina e Boudou acabavam de voltar de uma viagem oficial a Nova York da qual Néstor Kirchner também participou, em seu último mês de vida.
Menáge à trois - Lindner também conta em seu livro que o ex-ministro do Interior Federico Storani recebeu uma proposta ousada por parte de uma amiga em comum com Cristina Kirchner – um encontro a três. Storani diz ter recusado o convite, feito por "uma advogada ruiva e sensual", em 1998.
Outro caso revelado na obra envolve Miriam Quiroga, apontada como uma das amantes mais antigas do ex-presidente Néstor Kirchner. Em uma das brigas do casal, ela contou a Néstor que Cristina tinha uma relação amorosa com o então porta-voz da Presidência Miguel Nuñez. “Ontem estive com Nuñez para falar sobre a estratégia comunicacional do governo. Cá entre nós, não sei como pode ter como porta-voz um tipo que traiu você com a sua mulher”, alfinetou a amante. Néstor Kirchner ficou vermelho de raiva, segundo o relato de Miriam.
“Havia realmente alguma relação entre o porta-voz e Cristina ou era apenas uma vingança de Miriam?”, questiona o autor, acrescentando que Nuñez, antes de ser porta-voz da Presidência, havia desempenhado a mesma função ao lado de Cristina nos anos 1990, quando ela ocupou os cargos de deputada e de senadora. Nuñez deixou o cargo algum tempo depois da briga entre Kirchner e Miriam, em meados de 2009, quando o ex-presidente passou por cima de Cristina e decidiu que era hora de nomear um novo porta-voz.
O livro também fala das frequentes mudanças de humor de Cristina Kirchner, citando um psicanalista que teria apontado uma paciente com transtorno bipolar. A fase da euforia é marcada pela verborragia, a baixa tolerância à frustração, a falta de autocrítica, entre outras características. Declarações como “devo ser a reencarnação de um grande arquiteto egípcio” seriam indicações do transtorno da presidente argentina.
Equívocos e esquisitices de Cristina Kirchner
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Questão das Malvinas e briga com a Grã-Bretanha
Cristina em cerimônia do 30º aniversário da Guerra das Malvinas
As Malvinas tornaram-se uma das questões centrais para Cristina Kirchner a partir do aniversário de 30 anos da Guerra iniciada em 1982. Para muitos, questionar a soberania sobre o arquipélago administrado pela Grã-Bretanha desde 1833 é uma forma de desviar a atenção para problemas mais graves do país.
Em março, os kelpers, como são chamados os habitantes das ilhas, aprovaram em um referendo a manutenção do status de território ultramarino britânico. A derrota não enfraqueceu o ânimo da presidente argentina, que volta e meia aborda o tema. Muitas vezes em condições totalmente impróprias, como em seu primeiro encontro com o papa Francisco. Oportunista, ela pediu que o pontífice intermediasse um diálogo sobre a questão – tentando arrastá-lo para um tema político que não está em sua esfera de atuação.
Depois do referendo, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, reforçou pedido para que a Argentina respeite o desejo dos kelpers. Ignorando o resultado da consulta popular, o chanceler Héctor Timerman dá sequência à cruzada argentina reclamando a soberania na ONU.
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