Olho da rua – Como sempre acontece quando dados sobre a violência urbana são divulgados, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin(PSDB), voltou a se escorar no discurso embusteiro de que os índices estão em movimento de queda. Esse tipo de declaração em nada minimiza o caos enfrentado pela população, cada vez mais aterrorizada com a ousadia dos criminosos.
Não um dia sequer, no mais importante estado brasileiro, sem notícias sobre violência e a ação de marginais que já não se incomodam com a presença da polícia.
Estivesse de fato preocupado com a segurança da população, além de mirar a reeleição em 2014, Alckmin deixaria de lado essas declarações estatísticas e substituiria o secretário da Segurança Pública, pois um “poeta” não será capaz de derrotar o fantasma que assusta diuturnamente os paulistas. Indicado para substituir Antonio ferreira Pinto no comando da Secretaria de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira olha para a insegurança como se contemplasse um belvedere qualquer que surge no meio de um passeio.
A falta de ação do governo paulista diante do crime é tamanha, que o delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Maurício Blazeck, cometeu a sandice de creditar às vítimas a responsabilidade pelo aumento do número de latrocínios.
Na região do Grande ABC, no primeiro trimestre deste ano o número de vítimas de latrocínio aumentou 260%. Após o assassinato de uma dentista, na cidade de São Bernardo do Campo, que teve o corpo incendiado pelos ladrões porque tinha no banco apenas R$ 30, o delegado-geral da Polícia Civil não se conteve e destilou sua genialidade discursiva.
“É um momento crítico, um momento difícil, onde os roubos, até em razão das reações das vítimas, têm provocado efetivamente esses resultados. Estamos trabalhando no fato, tanto a Polícia Civil como a Polícia Militar, vamos dar um decréscimo a estes números com a apuração dos fatos, desde a identificação, desde de intensificarmos a apuração dos fatos, a prisão dos elementos, e no tocante da Policia Militar [com] policiamento preventivo e ostensivo, e nós [Polícia Civil] com os atos de polícia judiciária com a identificação dos criminosos e a prisão deles”, declarou.
Fosse um político de pulso e comprometido com os interesses da população, Geraldo Alckmin já teria demitido o delgado-geral e ido ao velório da dentista, covarde e violentamente assassinada, para se desculpar perante a família pela inoperância do governo no combate à criminalidade. É no mínimo absurdo culpar as vítimas pela ação desastrosa e impune dos bandidos. Em qualquer país minimamente sério, Alckmin já teria renunciado.
Aguardemos, pois, a reação da claque tucana que adora fechar os olhos para a realidade apenas porque deseja ver o PT longe do poder central. Enquanto isso, os estafetas do Palácio dos Bandeirantes preparam uma cartilha com dicas sobre com a vítima deve se comportar diante do ladrão.
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