segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O ministro Joaquim Barbosa nunca contou com a proteção do GSI/PR



José Geraldo Pimentel
É aquela história: de onde menos se espera, é que nada acontece. O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI/PR), Gen Ex José Elito Carvalho Siqueira, não tem sido muito feliz em suas últimas intervenções. É um oficial brilhante, com uma grande carreira militar, mas de poucas iniciativas.
A primeira vez que tive conhecimento de seu nome foi quando era o comandante do Comando Militar do Sul (2007 / 2008). Ele declarava que estava tranquilo com o processo em andamento sobre o reajuste salarial: “Está nas mãos do ministro da Defesa!”. O então ministro da Defesa, Nelson Jobim, declararia, posteriormente, que os militares pertenciam à carreira de Estado, mas por constituir um efetivo grande, não podiam receber os mesmos percentuais dados à Polícia Federal, Polícia Rodoviária e Polícia Militar de Brasília. O general José Elito foi alçado à chefia do GSI, não sei se por seus méritos, ou pela demonstração dada de confiança no chefe imediato. Lá virou ‘comadre’! (‘Comadre’ no linguajar hospitalar é pinico, urinol, utilizado para aparar a urina de pacientes baixadas). Ao assumir o cargo de chefe do GSI/PR o general José Elito Carvalho declarou ser de pouca importância encontrar as ossadas dos que lutaram contra as FFAA no Araguaia. Deu-se mal, sendo obrigado a se explicar perante a presidente da república. O general José Elito Carvalho recebeu a segunda reprimenda quando tentou entrar no mesmo elevador em que subia a senhora Dilma Rousseff. Fez críticas à Comissão Nacional da Verdade (‘comissão da calúnia’, como propriamente a denominou o general de exército Santa Rosa) e mais uma vez foi repreendido pela presidente da república. Nos três episódios teve de dar uma saída até em casa para trocar o uniforme. Ninguém conseguia ficar perto dele! A madame se não bastasse as mijadas que deu no general, fez uso impróprio de sua cabeça. Ela ainda não aderiu ao uso salutar de carregar na bolsa uma caixinha de lenços de papel!
- Capitão, o senhor não sabe o que é ficar dias com uma inhaca encruada na cabeça!
Com tanto ‘prestígio’ seria demais imaginar que o general José Elito Carvalho, poderia determinar, por livre arbítrio, que oficiais servindo em sua pasta, dessem proteção física ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa. A versão divulgada pela imprensa acaba de ser desmentida. ‘O general Heleno, em msg recentemente difundida pela Internet, informa não acreditar que teria havido a intervenção do ministro chefe do GSI, no caso Joaquim Barbosa, sem o conhecimento de Dilma.’ (Fonte: Artigo assinado pelo Ten Cel Fernando Batalha).
Eu cheguei a dar um voto de confiança ao general José Elito Carvalho acreditando, mesmo, que ele tinha destacado um grupo de oficiais que servem no GSI/PR para dar proteção ao presidente do Supremo Tribunal Federal. Enganei-me!
O homem visado pela esquerda raivosa depois que enfrentou os poderosos do poder e deu o rumo que condenou os ‘mensaleiros’ à prisões e a indicação de cassação de deputados federais envolvidos no mesmo processo, corre risco de vida. Que o ministro Joaquim se cuide, para não ter o mesmo destino dado ao escritor curitibano Yves Hublet. Ele como os agentes do Estado que combateram os militantes da luta armada nos anos 64 /85 estão sem a proteção das FFAA. ‘O Exército não vai fazer nada!’, já declarou anteriormente o ex comandante do Exército, general Francisco Roberto de Albuquerque!
Yves cometera o pecado capital de dar duas bengaladas, ao vivo e a cores transmitidas pela TV, no então deputado federal José Dirceu, em plena Câmara Federal. Muita ousadia de um simples escritor de histórias infantis, humilhar o braço direito do mafioso Luiz Inácio Lula da Silva. A Polícia Federal que o deteve no aeroporto, quando tentava retornar à Bélgica, sua segunda pátria, foi rápida e ligeira, prendendo-o e dando-lhe sumiço. Acredita-se que tenha sido morto e seu corpo cremado para não deixar vestígios do assassinato.
Na era petista não são apenas prefeitos que são assassinados quando subornam empresários e depois discordam do destino dado ao dinheiro. Mexer com esse vespeiro é a mesma coisa que passar numa casa funerária e pedir para tirar as suas medidas.
Infelizmente as Forças Armadas brasileiras estão de mãos atadas. Não vêem cumprindo as suas missões constitucionais, como dar proteção ao presidente do STF. Estão mais voltadas a fazerem o papel de guardas pretorianas; isto é: servirem aos donos do poder! Em seus quadros sobejam bajuladores, chefes militares que confundem covardia com disciplina militar.
Felizmente não são todos os que se passaram de armas e bagagens para o lado do governo. Depois do período dos governos militares tivemos poucos chefes militares que realmente engrandecem a instituição militar. Citaria apenas alguns nomes que mantém viva a chama do amor à farda e às instituições do país. O Gen Ex R1 Maynard Marques de Santa Rosa é um deles. Sua critica à criação da Comissão Nacional da Verdade lhe valeu a exoneração da chefia do Departamento-Geral do Pessoal, abreviando sua ida para a reserva. Ele é o tipo do indivíduo que não se impõe pela estatura física; é pequeno, nem tão atraente quanto um galã de televisão; franzino, mas de uma fortaleza moral incomum. Existem indivíduos que se destacam pelo porte físico, altos, fortes e falantes. Mas é só imitar o ex governador do estado do Rio de Janeiro, Leonel Brizola, que dizia que se saísse presidente da república iria dobrar a arrogância dos banqueiros, serrando as suas pernas, que se reduz à sua verdadeira estatura moral os que se julgam poderosos e senhores do mundo! O senhor Nelson Jobim, por exemplo, tem a estatura moral do tamanho de um anão! É serrar-lhes as pernas e cair a máscara!
Poderia lembrar outros nomes como o do ex comandante Militar do Leste, Gen Ex R1 Luiz Cesário da Silveira Filho, os dos ex presidentes do Clube Militar, Gen Ex Gilberto Barbosa de Figueiredo e Luiz Gonzaga Schroeder Lessa. Reporto-me, ainda, ao nome do ilustre Brigadeiro Ivan Frota. Outros chefes militares marcaram presenças no cenário nacional, mas não souberam sustentar o fogo. Um depois de advertido por ter feito declaração que desagradou o governo, apareceu em uma foto confraternizando com os seus algozes, regalando-se com uma taça de champanha! Toda a admiração que tinha por ele desceu pelo ralo abaixo!
Em minha busca pelo entendimento do que se passa pela cabeça das nossas autoridades militares, imagino duas situações plausíveis para justificar o que está acontecendo. O silêncio obsequioso que norteia esses personagens poderia indicar que observam, aguardando o momento patriótico para agir, e mostrar ao país que tudo tem um limite. Esse momento pode estar chegando! É meu sonho dourado e de muitos que pensam como eu, militares e civis. Mas a realidade pode já estar posta na mesa. Nossos chefes militares imitam os colaboradores que durante a Segunda Guerra Mundial se passaram para o lado dos nazistas que haviam invadido a França. Traem a instituição militar e o país.
Que o meu sonho utópico possa ser o caminho para a restauração dos princípios morais e éticos que tanto almejamos!
Rio de Janeiro, 16 de fevereiro de 2013.
 

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