quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Ocidente começa a colher as primeiras flores do mal da dita “Primavera Árabe”



Um dia, creio, o mundo terá clareza das burradas que Estados Unidos, Reino Unido e França fizeram durante a chamada “Primavera Árabe”. Tudo sob a liderança deste Demiurgo das Esferas chamadas Barack Obama. Leiam o que vai no Globo, com informações do El País e de agências internacionais. Volto em seguida.
O braço da al-Qaeda no Norte da África sequestrou 41 estrangeiros em um ataque que seria uma resposta à Argélia por sua solidariedade com a França no conflito com os radicais islâmicos do Mali. O ataque durante a madrugada desta quarta-feira a um centro de extração de gás em In Amenas, perto da fronteira com a Líbia, deixou ainda dois mortos — um britânico e um francês — e seis feridos. Entre os reféns do grupo terrorista estão sete americanos, cinco japoneses que trabalham para a empresa de engenharia japonesa JCG Corp, ao menos um francês, um irlandês e um norueguês.  Os sequestradores fugiram com os estrangeiros, provavelmente em direção ao Mali. A petroleira BP, uma das que exploram o edifício, no entanto, informou que alguns homens armados ainda seguem no local.
O ministro de Exterior da Irlanda, Eamon Gilmore, confirmou que um dos presos é cidadão irlandês e exigiu a captura imediata dos sequestradores. A mulher do refém norueguês também afirmou ao jornal “Bergens Tidende” que seu marido havia sido sequestrado. “Ele me ligou esta manhã e disse que foi feito refém.
O incidente também levantou temores de que a ação francesa poderia incitar mais ataques islamistas de vingança contra alvos ocidentais na África (…) e na Europa. O centro de extração de gás era explorado em conjunto pela empresa argelina Sonatrach, a britânica BP e a norueguesa Statoil. “É evidente que existe um vínculo direto entre este golpe e o apoio argelino à França”, afirma o analista argelino Chafic Mesbah. “A autorização de sobrevoo outorgada pela Argélia à força área francesa que bombardeia os grupos armados em Mali supõe uma mudança da atitude argelina. Há 20 anos, o pedido de Paris para utilizar o espaço aéreo argelino foi negada”, afirma ele, que foi coronel do Estado Maior.
Tropas argelinas tinham montado uma operação para resgatar os reféns e cercado o acampamento dos trabalhadores em Tiguentourine. Uma fonte do governo francês contou que os atacantes tinham vindo da Líbia. A ANI, agência de notícias de Mauritânia que tem contato direto regular com os islâmicos, informou que os combatentes sob o comando de Mokhtar Belmokhtar estavam mantendo os estrangeiros apreendidos no campo de gás.
Belmokhtar por anos comandou combatentes da al-Qaeda no Saara antes de montar o seu próprio grupo armado islâmico, no ano passado, depois de uma aparente briga com outros líderes militantes.(…)
VolteiA França do “pacifista” François Hollande interveio no Mali. Pode ter arrumado uma dor de cabeça e tanto. Não o fizesse, no entanto, boa parte do país cairia nas mãos do terrorismo islâmico. Pois é…
E de onde saíram alguns dos terroristas do Mali? Estavam combatendo o finado Muamar Kadafi, na Líbia, ao lado dos supostos “heróis de Benghazi” e, bem…, da Otan. Barack Obama, David Cameron e Nicolas Sarkozy não viram mal nenhum em abrir caminho, com bombardeios aéreos, para o avanço das forças terrestres anti-Kadaki. O chato é que elas estavam coalhadas de jihadistas islâmicos.
Vejam este mapa do Norte da África. Observem que, entre a Líbia e o Mali, existe a Argélia.
Notem, agora, onde fica Ain Amenas, alvo do ataque terrorista.
Isso significa o óbvio: os terroristas se espalham hoje pelo Sul da Líbia e da Argélia e transitam livremente pelo Norte do Chade, Niger e, como é sabido, do Mali, onde encontraram as condições adequadas para uma organização de caráter militar. Convém não esquecer: são forças ligadas à Al Qaeda que lideram o confronto com o carniceiro Bashar Al Assad, na Síria.
Chamei Assad de “carniceiro”? Como eram, diga-se, Hosni Mubaraki e, muito especialmente, Muamar kadafi. O ponto não é saber se eles mereciam ser derrubados. A questão relevante é avaliar se os terroristas são aliados objetivos nessa causa. E eu acho que não são. Esse flerte com o terror e com extremismo, tendo como pretexto a “Primavera Árabe” e o fim de ditaduras mal começou a cobrar o seu preço. Um equívoco não deixa de ser um equívoco, ainda que unanimemente aplaudido.
Lá vou eu fazer uma ironia que Jeca não entende: eu bem que adverti Obama, Cameron e Sakozy… O óbvio costuma acontecer.
Por Reinaldo Azevedo

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