sábado, 19 de janeiro de 2013

Novela sobre Chávez ganha novo capítulo com notícia sobre infarto durante cirurgia



(Foto: AFP)
Enredo sem fim – As notícias sobre Hugo Chávez são tão contraditórias, que o plano do Palácio Miraflores, sede do Executivo venezuelano, para camuflar a verdade pode ruir a qualquer momento. Há dias, o vice-presidente e presidente interino Nicolás Maduro disse que o caudilho está lúcido e dando ordens a partir de Havana, onde passou por delicada e arriscada cirurgia para tentar conter a metástase de um sarcoma, que atingiu a medula óssea e obrigou os médicos à retirada da próstata e de parte do intestino.
Na quinta-feira (17), em entrevista à Agência Efe, Maduro garantiu que o líder bolivariano está “muito sereno, muito consciente”. Todas essas informações absurdas e desencontradas não passam de uma armação da cúpula do governo da Venezuela, que aguarda o momento adequado para dar a derradeira notícia sobre Chávez, como forma de evitar uma guerra civil no país entre chavistas e opositores do regime totalitarista local.
A discrepância entre a realidade dos fatos e os discursos de Nicolás Maduro confirma que há algo muito estranho nessa epopeia que tem como pano de fundo o “Pacto de Havana”, comandado pelo ditador cubano Raúl Castro, um dos maiores interessados na continuidade do chavismo na Venezuela.
Enquanto nenhuma imagem de Hugo Chávez é divulgada, há uma estranha movimentação no hospital militar de Caracas, para onde seria levado o líder venezuelano para tomar posse oficialmente e de pronto transferir o cargo a Nicolás Maduro, evitando a convocação de nova eleição presidencial. Para que isso ocorra, informa o jornal espanhol ABC, os médicos que cuidam de Chávez estão sendo diuturnamente pressionados para estabilizá-lo a ponto de o paciente conseguir enfrentar uma viagem de avião até a capital da Venezuela.
A rede de televisão Univisión, com sede em Miami, informou que Chávez sofreu uma parada cardíaca durante a cirurgia realizada em 11 de dezembro. Citando fontes diretamente ligadas ao tratamento a que é submetido o líder da Revolução Bolivariana, a Univisión afirma que sua aparência deteriorada não permite a divulgação de qualquer imagem. Hugo Chávez perdeu entre 19 e 22 quilos e recentemente teve uma hemorragia abdominal, mas os médicos descartaram a possibilidade de cirurgia por causa do seu grave estado de saúde.
O presidente venezuelano estava na UTI Centro de Investigaciones Médico-Quirúrgicas (Cimeq), em Havana, mas foi transferido para um “hospital-bunker”, localizado na capital cubana e que funciona como um centro médico de emergências exclusivo para o ditador Fidel Castro. Ainda de acordo com a Univisión, a transferência de Chávez para outro hospital se deu depois que notícias sobre seu estado de saúde vazaram para a imprensa internacional.
Protegidos por um forte esquema de segurança, os familiares de Hugo Chávez continuam no Cimeq, um centro médico-hospitalar elitizado para os padrões da ilha caribenha, com a intenção de provar que nenhuma mudança ocorreu no quadro de saúde do venezuelano. Isso explica o fato de Ollanta Humala e Cristina Kirchner, presidentes do Peru e da Argentina, respectivamente, terem viajado a Havana para visitar Chávez, mas, impedidos, limitaram-se a conversar com a família.
No contraponto, crescem na internet e na imprensa as notícias sobre a eventual morte de Chávez, que teria ocorrido dias depois da cirurgia por causa de uma septicemia. Membros do serviço secreto de alguns países já trabalham com a informação de que Hugo Chávez está morto. Confirmada a notícia, o traslado de Chávez para Caracas com o objetivo de tomar posse seria mais uma farsa de um imbróglio que, não fosse mórbido, seria uma ópera-bufa.

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