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DE SÃO PAULO
Atualizado às 18h23.
O premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, disse nesta quarta-feira, em
Jerusalém, que o Irã foi o responsável por armar o movimento radical
palestino Hamas, que comanda a faixa de Gaza, e que ele e o presidente
dos EUA, Barack Obama, concordam que algo deve ser feito para impedir o
tráfico de armamentos para a região.
Essa acusação foi feita pouco mais de uma hora depois do anúncio de cessar-fogo entre o Exército de Israel e as milícias palestinas na faixa de Gaza. Nas declarações, Netanyahu agradeceu aos apoios de Obama e Hillary Clinton, secretária de Estado dos EUA que foi à região na noite de ontem (20) para ajudar o Egito a mediar as negociações pela trégua.
Hillary participou do anúncio de cessar-fogo, no Cairo, ao lado do chanceler egípcio, Mohamed Kamel Amr.
"Sei que há quem espere uma resposta militar mais intensa, e isso talvez seja necessário, mas, a essa altura, a melhor opção para Israel é aproveitar a oportunidade de alcançar um cessar-fogo de longo prazo", afirmou Netanyahu. Ele também disse contar com apoio da comunidade internacional.
O Irã admitiu nesta quarta que dá ajuda militar a militantes de Gaza, especialmente na construção dos foguetes disparados contra Israel. Em entrevista à agência de notícias Isna, o comandante do Exército iraniano afirmou que o país dá ajuda técnica e tecnológica a todos os muçulmanos "que lutam conta a arrogância mundial", em aparente referência a Israel e ao seu principal aliado, os EUA.
Mais tarde, o líder do Hamas, Khaled Meshaal, agradeceu ao Irã pelos armamentos, a despeito das diferenças entre as duas partes quanto ao conflito na Síria.
Operação Pilar de Defesa
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Soldados israelenses reúnem se perto da fronteira Israel e faixa de Gaza
O cessar-fogo entre o Exército de Israel e as milícias palestinas que atuam na faixa de Gaza começou a valer às 21h desta quarta (17h no horário de Brasília).
O Exército de Israel lançou a operação Pilar de Defesa na quarta-feira passada (14), sob a justificativa de pôr fim aos ataques de foguetes palestinos, a partir de Gaza, contra o território israelense. Do lado palestino, ao menos 147 morreram. Do lado israelense foram cinco, sendo um militar.
O confronto marcou a primeira vez em que os foguetes palestinos ameaçaram Tel Aviv, a capital israelense, e a histórica Jerusalém. Horas antes do anúncio do cessar-fogo, um ônibus sofreu um ataque a bomba, na área central de Tel Aviv. Pelo menos 21 pessoas ficaram feridas. Tel Aviv não sofria um atentado desde abril de 2006, quando um homem-bomba palestino matou 11 pessoas em um terminal de ônibus.
No Twitter, o movimento radical islâmico Hamas, que governa Gaza, comemorou o atentado, mas não falou sobre a autoria.
Em nota distribuída no momento do anúncio, a Casa Branca afirmou que o presidente Barack Obama elogiou o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, por ter aceitado a proposta de cessar-fogo e por ter se esforçado pra trabalhar com o novo governo egípcio e buscar uma solução "mais duradoura" para o problema.
O presidente afirmou, ainda segundo a nota, que está comprometido em encontrar financiamento adicional para o Domo de Ferro e outros sistemas de defesa antimísseis de Israel. Esses sistemas, desenvolvidos pelas forças israelenses, são capazes de interceptar os foguetes palestinos no ar, o que reduz o número de mortes provocadas por esses artefatos, ainda de acordo com Israel.
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