quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Promotoria exibe vídeos de Eliza para jurados


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PAULO PEIXOTO
ROGÉRIO PAGNAN
ENVIADOS ESPECIAIS A CONTAGEM (MG)
Os vídeos da Promotoria que estão sendo exibidos na noite desta quarta-feira (21) para os jurados de Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e Fernanda Castro, ex-namorada do goleiro Bruno Fernandes, mostram Eliza Samudio dizendo em 2009, ainda grávida, que estava sendo ameaçada pelo jogador.
Acompanhe a cobertura completa do julgamento do goleiro Bruno
Um outro vídeo é uma entrevista do tio e do irmão do adolescente primo de Bruno, na época, que denunciou toda a trama envolvendo Eliza, em junho de 2010. Hoje com 19 anos, Jorge Rosa cumpriu medida socioeducativa de dois anos e dois meses por esse crime. Atualmente ele está sob proteção por estar ameaçado, segundo o Ministério Público Estadual.
No vídeo, o irmão, cujo nome foi preservado, disse que ouviu de Jorge que Macarrão ligou para um motorista do goleiro para pedir um carro "para fazer uma parada, porque essa mulher (Eliza) tá enchendo o saco".

Goleiro Bruno

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Juliana Flister - 20.nov.12/Reuters
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Bruno e Dayanne durante segundo dia de julgamento em Contagem, em Minas Gerais
O tio, cujo nome também é omitido, disse que Jorge fez a denúncia da morte de Eliza a ele porque "via a imagem dela direto na frente dele". Assustado, ele contou para o tio, que procurou a Rádio Tupi, no Rio. Foi quando toda a trama do desaparecimento e morte de Eliza veio a público.
BRUNO FALA DE MACARRÃO
Em outros programas de TV, Bruno aparece dando entrevista na qual acaba se contradizendo depois. Na saída de um treino do Flamengo, ele disse que foi Macarrão quem lhe entregou o filho Bruninho, quando estava no sítio em Esmeraldas (MG).
Dias depois, a polícia descobriu que os dois, Jorge, Fernanda, Eliza e o bebê viajaram juntos para Minas, em dois carros, e pernoitaram em um motel em Contagem, na região metropolitana de BH.
DESMEMBRAMENTO
No início da sessão de hoje, Bruno apresentou novos advogados de defesa e pediu o desmembramento de seu julgamento, que foi acatado pela juíza.
O goleiro pediu a palavra no plenário e apresentou os novos defensores que comporão a banca: Lucio Adolfo da Silva e outros quatro advogados. Em seguida, o goleiro pediu o adiamento de seu julgamento, pois o novo advogado não tem conhecimento do processo e precisaria de tempo para ficar a par dos autos.
O promotor do caso, Henry Wagner Castro, se manifestou, alegando que se tratava de uma manobra da defesa. "Essa atitude tem todos os contornos de um autêntico abandono, pois aqui não estamos falando de uma destituição", disse. "Algumas das defesas sobre a capa da astucia e da bravata só manobram."
A juíza, no entanto, entendeu que não era uma manobra e concordou com o desmembramento.
Com a mudança, o outro advogado de Bruno, Francisco Simim, afirmou que ele e Tiago Lenoir deixaram sua defesa para Silva assumir a titularidade do caso. "O Lucio assume tudo", afirmou.
O julgamento do ex-secretário de Bruno Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e da ex-namorada Fernanda Castro deve continuar nesta quarta-feira.
JULGAMENTO
O julgamento começou com cinco réus --o goleiro Bruno, seu ex-secretário Luiz Henrique Romão, o Macarrão, o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, a ex-mulher de Bruno, Dayanne Souza, e a ex-namorada Fernanda Castro-- mas foi reduzido para três.
Bola foi excluído do júri logo no primeiro dia para apresentar novos advogados após a desistência de seus dois defensores, Ércio Quaresma e Zanone Oliveira. O ex-policial recusou a indicação de um defensor público.
No segundo dia de julgamento, Bruno dispensou o advogado, Rui Pimenta, de sua defesa.
A tentativa do goleiro de destituir também seu advogado, Francisco Simim, culminou no desmembramento do julgamento da ex-mulher de Bruno, Dayanne, que deverá ir à júri junto com Bola em data ainda não marcada.
Até a tarde de terça-feira, foram ouvidas quatro testemunhas da acusação. O ex-motorista de Bruno, Cleiton da Silva Gonçalves, confirmou em depoimento ter ouvido Sérgio Rosa Sales, primo do goleiro, dizer que Eliza "já era" e que seu corpo havia sido jogado para cães.
A delegada Ana Maria Santos, que trabalhou na investigação do caso foi ouvida ontem. Ela revelou detalhes depoimento do primo Bruno, Jorge Luiz Rosa, dado à polícia em 2010. Segundo Rosa, Eliza foi amarrada e chutada antes de ser morta.
À tarde foi a vez do depoimento do preso Jaílson Alves de Oliveira, que confirmou ter ouvido Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, confessar que teria matado Eliza.
Ele também afirmou que foi ameaçado pelo goleiro Bruno no último dia 13 de novembro dentro do presídio Nelson Hungria, em Contagem, onde os dois estão presos. Diante da juíza, ele disse que poderia falar isso "na cara dele".

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