CHINA
Diante do crescimento de uma nova elite chinesa, novas marcas de luxo locais estão deixando o estigma de 'produto barato' para trás
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A primeira coisa que vem à mente quando se pensa em produtos chineses é “barato” e “baixa qualidade”. Mas, nos últimos anos, o estigma começa a mudar. Com o surgimento de uma nova elite chinesa, marcas locais querem abastecer um outro tipo de demanda. Comparada com Alexander Mac Queen, a estilista Guo Pei administra um ateliê com mais de 400 funcionários, e voltado exclusivamente para o mercado de luxo.
“Nosso país está dando um grande salto”, diz a estilista de 44 anos ao jornal Le Monde. “Daqui a 10 ou 15 anos, teremos designers incríveis”.
Analistas acreditam que, até 2020, a China será responsável por 44% do consumo de produtos de luxo. As grandes marcas não esperaram para capitalizar o potencial do mercado. É o caso da Chanel, que criou uma coleção Paris-Xangai e organiza desfiles a cada temporada especial na China.
Diante deste movimento, um número crescente de empresas quer capitalizar sobre marcas de luxo chinesas. Vinte marcas já estão presentes nesse nicho – fabricantes de relógios, joias, roupas e espumantes – e vários deles, como a marca de cosméticos Herborist, adaptaram tecnologias ou materiais antigos para satisfazer os gostos dos consumidores chineses de hoje.
Os números desta marca de cosméticos de luxo chegam a US$ 300 milhões, e a marca está presente em 900 lojas em todo o país. Ela também iniciou a sua expansão no exterior.
Em um relatório sobre bens de luxo da China, a empresa de consultoria AT Kearney disse que o “Made in China” foi “por milhares de anos, sinônimo de qualidade e expertise incomparável”. A virada veio no século 20, quando a realização de economias de escala tornou-se predominante, em detrimento da qualidade de materiais e fabricação de produtos. Hoje, “com a economia crescendo novamente, os empresários chineses estão revivendo e recolocando no mercado séculos de know-how para criar uma nova geração de marcas de luxo”, avalia o documento.
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